Название: O Preço da Liberdade
Автор: Джек Марс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Современные детективы
Серия: Um Thriller de Luke Stone
isbn: 9781632917232
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“Entre,” Proferiu uma voz de homem.
Ela abriu a porta esquerda e entrou. Aquele compartimento nunca deixava de a surpreender. Era o quarto principal situado logo abaixo da cabina do piloto. Do outro lado do quarto, admirou uma janela de 180° curvada do chão ao teto que permitia vislumbrar aquilo de que o barco se aproximava, assim como o que estava à sua direita e à sua esquerda. A maior parte das vezes, a vista panorâmica era a de um vasto oceano aberto.
No lado esquerdo do quarto encontrava-se uma área de estar com um grande sofá transversal transformado num fosso de festa. Havia também duas cadeiras, uma mesa de jantar com quatro lugares e uma enorme televisão plana na parede com um sistema de som montado logo abaixo. Uma garrafeira alta e envidraçada estava a um canto, próximo da parede.
À direita de Aabha estava a cama em tamanho double-king com um espelho logo acima dela. O dono deste iate gostava de se divertir e aquela cama podia facilmente acomodar quatro pessoas, às vezes cinco.
De pé, em frente da cama, estava o dono de tudo aquilo. Usava um par de calças de cordão de seda branca, calçava sandálias e nada mais. Era alto e escuro. Teria talvez quarenta anos, o cabelo já estava salpicado de cinzento e a sua barba curta começava a ficar branca. Era muito bem-parecido e tinha uns olhos castanhos profundos.
O seu corpo era enxuto, musculado e perfeitamente proporcionado em forma de triângulo invertido – ombros largos e peito esculpido em abdominais bem definidos, terminando numa cintura estreita e pernas musculados logo abaixo. O lado esquerdo do peito era preenchido por uma tatuagem de um gigantesco cavalo negro, um puro-sangue árabe. O homem era dono de vários puros-sangue e assumia-os como o seu símbolo pessoal. Eram fortes, viris, majestosos, tal como ele.
Parecia em forma, saudável e repousado, tal como se esperaria de um homem muito rico com fácil acesso a dotados treinadores pessoais, à melhor alimentação e a médicos dispostos a administrar os tratamentos hormonais indicados para atrasar o processo de envelhecimento. Numa palavra, ele era belo.
“Aabha, minha adorável, adorável jovem. Quem vais ser depois desta noite?”
“Omar,” Disse. “Trouxe-te um presente.”
Ele sorriu. “Nunca duvidei que conseguisses. Nem por um momento.”
Ele acenou na sua direção e ela aproximou-se. Ela entregou-lhe o tubo mas ele colocou-o na mesa ao lado da cama quase sem olhar para ele.
“Mais tarde,” Disse ele. “Podemos pensar nisso mais tarde.”
Puxou-a para junto de si e ela sentiu o seu abraço forte. Aabha pressionou o rosto contra o seu pescoço sentindo o seu aroma, o odor subtil do seu perfume e um outro mais profundo e terreno, caraterístico dele. Este homem queria ser cheirado e isso era excitante para ela. Para ela, tudo nele era excitante.
Ele virou-se e deitou-a de barriga para baixo na cama. Ela deixou-se levar, ávida. Dali a um momento, já ela se contorcia enquanto ele lhe tirava a roupa e percorria o seu corpo. A voz profunda de Omar sussurrava-lhe palavras que em circunstâncias normais a chocariam. Mas ali, naquele quarto, fizeram-na gemer de prazer animal.
*
Quando Omar acordou já estava sozinho.
Isso era bom. Aabha conhecia as suas preferências. Enquanto dormia não gostava de ser perturbado pelos movimentos agitados e ruídos de outros. Dormir era descansar, não uma luta de wrestling.
O barco movimentava-se. Haviam abandonado Galveston, exatamente à hora marcada e agora atravessavam o Golfo do México em direção à Flórida. No dia seguinte atracariam próximos de Tampa e o pequeno tubo que Aabha lhe tinha trazido faria uma viagem a terra firme.
Pegou no tubo que colocara em cima da mesa-de-cabeceira. Apenas um pequeno tubo, feito de plástico espesso e resistente, com uma tampa vermelha no topo. O conteúdo era impercetível. Aparentava ser pouco mais do um monte de pó.
Ainda assim…
Tirava-lhe o fôlego! Segurar na mão aquele poder, o poder da vida e da morte. E não apenas o poder da vida e da morte sobre uma pessoa - o poder de matar muitas, muitas pessoas. O poder de aniquilar completamente uma população. O poder de manter nações reféns. O poder da guerra total. O poder da vingança.
Fechou os olhos e respirou fundo em busca de calma. Tinha sido um risco deslocar-se pessoalmente até Galveston, um risco desnecessário. Mas ele queria estar presente no momento em que tal arma lhe fosse entregue. Ele queria segurar a arma e sentir o poder que detinha na sua mão.
Colocou novamente o tubo na mesa, vestiu as calças e saiu da cama. Vestiu uma camisola do Manchester United e dirigiu-se ao convés onde estava Aabha recostada numa cadeira reclinável a olhar para a noite, para as estrelas e para a vastidão da água negra que os rodeava.
Um guarda-costas permanecia imóvel junto à porta.
Omar fez um gesto ao homem e este dirigiu-se à balaustrada.
“Aabha,” Chamou Omar. Ela virou-se e ele viu como ela estava sonolenta.
Ela sorriu e ele também. “Fizeste uma coisa maravilhosa,” Disse. “Tenho muito orgulho em ti. Talvez tenha chegado o momento de dormires.”
Ela assentiu. “Estou tão cansada.”
Omar inclinou-se e os seus lábios encontraram-se. Beijou-a profundamente, saboreou-a e guardou a memória das curvas do seu corpo, dos seus movimentos, dos seus sons.
“Mereces todo o descanso, minha querida.”
Omar olhou para o guarda-costas. Era um homem alto e forte. O guarda retirou um saco de plástico do bolso do seu casaco, aproximou-se atrás dela e num movimento silencioso enfiou o saco sobre a sua cabeça, apertando-o com força.
Imediatamente o seu corpo se tornou elétrico. Tentou arranhar e ferir o seu agressor. Os seus pés levantavam-na da cadeira. Ela lutou, mas era impossível. O homem era demasiado forte. Os seus pulsos e antebraços eram tensos, preenchidos por veias e músculos a fazer o seu trabalho.
Através do saco translúcido, podia ver-se o rosto de Aabha transformado numa máscara de terror e desespero. A sua boca era um O enorme, uma lua cheia, tentando encontrar ar e não o encontrando. Sugava plástico em vez de oxigénio.
O seu corpo ficou tenso e tornou-se rígido. Era como se fosse a escultura em madeira de uma mulher, o corpo inclinado, ligeiramente dobrado para trás a meio. Gradualmente, deixou de reagir. Enfraqueceu, apaziguou-se e depois, simplesmente deixou de resistir. O guarda-costas deixou-a afundar-se lentamente recostada na cadeira. Afundou-se com ela, guiando o seu corpo sem vida. Agora que estava morta, tratava-a com carinho.
O homem respirou fundo e olhou para Omar.
“O que faço com ela?”
Omar contemplou o negrume da noite.
Era uma pena matar uma jovem como Aabha, mas ela СКАЧАТЬ