O Preço da Liberdade . Джек Марс
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Читать онлайн книгу O Preço da Liberdade - Джек Марс страница 7

СКАЧАТЬ Brown se afastou, Luke largou a arma e mergulhou. Numa sequência de movimentos, agarrou na granada, atirou-a para a parede mais distante da divisão, derrubou as duas cadeiras e atirou Becca e Gunner para o chão.

      Becca gritou.

      Luke juntou-os com brusquidão, não era momento para delicadezas. Juntou-os mais e mais, posicionou-se em cima deles, cobriu-os com o seu corpo e com a sua proteção. Tentou torná-los invisíveis.

      Durante um momento, nada aconteceu. Talvez fosse um ardil. A granada seria uma réplica e agora o homem chamado Brown tinha a vantagem do lado dele, matando-os a todos.

      BOOOOOOOM!

      E foi então que a explosão ocorreu, ensurdecendo quem se encontrava naquele compartimento. Luke juntou ainda mais a família. O chão trepidou. Pedaços de metal caíram sobre ele. Baixou ainda mais a cabeça. A pele desprotegida do seu pescoço ficara esfacelada. Continuou a cobri-los e a segurá-los.

      A sua família tremia debaixo dele, estarrecida com o choque e o medo, mas viva.

      Agora chegara o momento de matar aquele sacana. A Glock de Luke estava no chão ao seu lado. Pegou nela e levantou-se. Virou-se.

      Um enorme buraco irregular tinha sido aberto no fundo do compartimento. Para lá dele, Luke conseguia ver a luz do dia e o céu azul. Conseguia ver a água verde escura da baía. E também conseguia ver que o homem chamado Brown tinha desaparecido.

      Luke aproximou-se do buraco, utilizando os escombros da parede para se proteger. As bordas eram uma mistura de retalhos de madeira, placas de reboco partidas e isolamento de fibra de vidro destruído. Luke esperava ver um corpo estendido no chão, talvez desfeito em vários pedaços sangrentos. Mas não. Não havia qualquer corpo.

      Por um momento, Luke pensou ter visto um chapinhar. Um homem poderia ter mergulhado na baía e desaparecido. Luke piscou os olhos e olhou novamente. Não conseguia ter a certeza.

      De qualquer das formas, não havia sinal do homem chamado Brown.

      CAPÍTULO TRÊS

      21:03

      Centro Médico da Marinha de Bethesda – Bethesda, Maryland

      A luz do portátil cintilava na semi-escuridão do quarto privado do hospital. Luke estava sentado numa desconfortável cadeira de braços, a olhar para o monitor com um par de fones que se estendiam do computador até aos seus ouvidos.

      Estava quase sem fôlego de gratidão e alívio. Doía-lhe o peito graças à dificuldade em respirar que experimentara nas últimas quatro ou cinco horas. Apetecera-lhe chorar, mas ainda não chegara a esse ponto. Talvez mais tarde.

      O quarto tinha duas camas. Luke puxara uns cordelinhos e Becca e Gunner dormiam profundamente naquelas camas. Estavam sedados, mas não importava. Nenhum dos dois tinha dormido desde o momento em que haviam sido raptados.

      Tinham passado dezoito horas de puro terror. Agora estavam a dormir. E assim ficariam durante muito tempo.

      Nenhum se magoara. É verdade que ficariam com marcas psicológicas, mas fisicamente estavam bem. Os maus da fita não tinham conseguido levar a sua avante. Talvez ali estivesse estado a mão de Don Morris a protegê-los.

      Pensou um pouco em Don. Agora que tudo tinha acabado, fazia sentido pensar nele. Don tinha sido o maior mentor de Luke. Desde que Luke se juntara à Força Delta aos vinte e sete anos até àquela manhã, vinte anos mais tarde, Don tinha sido uma presença constante na vida de Luke. Quando o Don criou a Special Response Team do FBI, reservara logo um lugar para Luke. Mais do que isso – recrutara Luke, convençara-o, conquistara-o e roubara-o aos Delta.

      Mas Don mudara a dada altura e Luke não se apercebera. Don estava entre os conspiradores que tentaram derrubar o governo. Talvez um dia Luke compreendesse as motivações de Don, mas não hoje.

      No monitor à sua frente, passavam imagens em direto da sala de imprensa repleta de gente a partir do que agora denominavam de “a Nova Casa Branca”. A sala tinha quase cem lugares sentados. Tinha uma inclinação gradual, como uma espécie de cinema. Todos os lugares estavam ocupados. Todo o espaço ao longo da parede do fundo estava ocupado. Uma multidão de pessoas estava nas laterais do palco.

      Imagens da própria casa iam surgindo a espaços no ecrã. Era a bela mansão dos anos 50 do século XIX em estilo Queen Anne, torreada e com espigões, situada nos terrenos do Observatório Naval em Washington, D.C.. E de facto, era maioritariamente branca.

      Luke sabia algumas coisas a seu respeito. Durante décadas havia sido a residência oficial do Vice-Presidente dos Estados Unidos. Agora, e no futuro próximo, seria a casa e gabinete da Presidente.

      No ecrã via-se novamente a sala de imprensa quando a Presidente subiu ao palanque: Susan Hopkins, a antiga Vice-Presidente que tomara posse nessa mesma manhã. Era a primeira vez que se dirigia ao povo Americano como Presidente. Vestia um fato azul-escuro e o cabelo louro num penteado bob. O fato parecia algo volumoso o que significava que usava material à prova de bala debaixo dele.

      Os olhos de Susan Hopkins apresentavam um misto de austeridade e suavidade. O mais provável era os assessores de imprensa a terem instruído no sentido de aparentar raiva, coragem e esperança, tudo em simultâneo. Um caracterizador de topo tinha conseguido esconder as queimaduras do seu rosto. A não ser que se soubesse onde estavam, não se conseguiria vê-las. Tal como tinha acontecido durante toda a sua vida, Susan era a mulher mais bela da sala.

      O seu currículo era impressionante. Já tinha sido uma supermodelo adolescente, jovem esposa de um bilionário do setor tecnológico, mãe, Senadora pela Califórnia, Vice-Presidente e agora, de forma inesperada, Presidente. O anterior Presidente, Thomas Hayes, morrera num terrível incêndio subterrâneo e a própria Susan tivera muita sorte em sobreviver.

      Luke salvara a sua vida duas vezes no dia anterior.

      Retirou o computador do modo silêncio.

      Susan estava rodeada de painéis de vidro à prova de bala. Dez agentes dos Serviços Secretos encontravam-se no palco com ela. A multidão de jornalistas na sala, ovacionava-a de pé. Os locutores da TV falavam em tom baixo. A câmara moveu-se, descobrindo o marido de Susan, Pierre e as suas duas filhas.

      De volta à Presidente: erguera as mãos pedindo silêncio. Apesar disso, lançou um sorriso rasgado à plateia. E a multidão irrompeu novamente em aplausos. Aquela era a Susan Hopkins que conheciam: a rainha do entusiasmo nos talk shows diurnos, das cerimónias de inauguração e dos comícios políticos. Agora, as suas pequenas mãos convertiam-se em punhos que ela levantava acima da cabeça, quase como um árbitro a indicar um touchdown. A multidão manifestava-se, interminavelmente ruidosa.

      A câmara deslocou-se. Rígidos jornalistas de Washington, D.C. e de outros pontos do país, jornalistas que integravam uma das mais desiludidas classes profissionais, perfilavam-se com lágrimas nos olhos. Alguns choravam abertamente. Luke vislumbrou Ed Newsam envergando um fato de listas escuro, apoiado às muletas. Luke também tinha sido convidado, mas preferira permanecer no hospital. Aliás, nem colocara a hipótese de estar noutro local.

      Susan aproximou-se do microfone. A plateia silenciou-se gradualmente, o suficiente para que todos a ouvissem. Colocou as mãos com firmeza no palanque.

      “Ainda СКАЧАТЬ