O Preço da Liberdade . Джек Марс
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СКАЧАТЬ Não vamos a lado nenhum!”

      Um som atroador penetrou nos fones de Luke, obrigando-o a diminuir o volume.

      “Eu quero…” Disse Susan, e depois parou novamente. Aguardou. A ovação não dava sinais de terminar. Aguardou mais um pouco. Afastou-se do microfone, sorriu e disse algo ao agente muito alto dos Serviços Secretos que se encontrava a seu lado. Luke conhecia-o. Chamava-se Charles Berg. Também ele tinha salvo a vida de Susan no dia anterior. Ao longo de dezoito horas, a vida daquela mulher tinha estado constantemente em risco.

      Quando os entusiásticos aplausos da multidão começaram a diminuir, Susan regressou ao palanque.

      “Antes de falarmos, queria que me acompanhassem numa coisa,” Pediu. “Acompanham-me? Quero cantar ‘Deus Abençoe a América’. Sempre foi uma das minhas músicas preferidas.” Disse com um fio de voz. “E quero cantá-la esta noite. Cantam-na comigo?”

      E a multidão assentiu num rugido, em uníssono.

      E então, ela cantou. Sozinha, na sua voz trémula e sem treino, cantou. Não havia qualquer celebridade a cantar com ela. Não havia músicos de classe mundial a acompanhá-la. Ela cantou, sozinha, numa sala repleta de pessoas e com milhões a verem-na por todo o mundo.

      “’Deus Abençoe a América,”’ Começou. Parecia uma menina a cantar. “’Terra que eu amo.”’

      Era quase como ver alguém a caminhar num arame colocado entre dois edifícios. Era um ato de fé. Luke sentiu um nó na garganta.

      O público não a deixou ali sozinha. De imediato, começaram a inundar a emotiva cena com vozes fortes a unirem-se à sua. E ela conduziu-os.

      No exterior do quarto sem luz, algures ao fundo do corredor, no silêncio de um hospital adormecido, quem estava de serviço começou também a cantar.

      Na cama ao lado de Luke, Becca mexeu-se. Abriu os olhos e respirou com dificuldade. A cabeça movimentou-se para a esquerda e para a direita. Parecia pronta para saltar da cama. Viu Luke a seu lado, mas parecia não o reconhecer.

      Luke tirou os fones dos ouvidos. “Becca,” Murmurou.

      “Luke?”

      “Sim.”

      “Podes abraçar-me?”

      “Sim.”

      Fechou a tampa do portátil. Deslizou para a cama ao lado. O corpo de Becca estava quente. Luke olhou para o seu rosto tão belo como o de qualquer supermodelo. Ela encostou-se firmemente ao corpo de Luke e ele tomou-a nos seus braços fortes. Abraçou-a com tanta força que quase parecia que se queria fundir nela.

      Isto era bem melhor do que ver a Presidente.

      Ao fundod o corredor e por toda a parte no país, em bares, restaurantes, casas, carros, o povo cantava.

      CAPÍTULO QUATRO

      7 de Junho

      20:51

      Laboratório Nacional de Galveston, campus do Departamento Médico da Universidade do Texas – Galveston, Texas

      “A trabalhar até tarde outra vez, Aabha?” Soou uma voz vinda do Céu.

      A mulher exótica e de cabelo negro tinha uma beleza quase etérea. E na verdade, o seu nome em Hindi significava belo.

      Sobressaltou-se com a voz e o corpo estremeceu involuntariamente. Levantou-se envergando um fato de proteção hermético branco, nas instalações de nível 4 de biossegurança do Laboratório Nacional de Galveston. O fato que a protegia fazia-a parecer um astronauta na lua. Nunca gostara de usar aquele fato. Sentia-se presa dentro dele. Mas o trabalho assim o exigia.

      O fato estava ligado a um tubo amarelo que descia do teto. O tubo bombeava continuamente ar puro do exterior das instalações para o interior do fato de proteção. Mesmo que o fato se danificasse, a pressão positiva do tubo garantia que o ar do laboratório não penetrava no seu interior.

      Os laboratórios BSL-4 eram os laboratórios com mais elevados níveis de segurança do mundo. Neles, os cientistas estudavam organismos mortais e altamente infeciosos que constituíam elevada ameaça para a saúde e segurança públicas. Naquele momento, na sua mão envolta numa luva azul, Aabha segurava um tubo selado com o mais perigoso vírus conhecido pelo homem.

      “Sabes como sou,” Respondeu. O fato tinha um microfone incorporado que a fazia ouvir-se pelo guarda que a observava pelo circuito fechado de televisão. “Uma autêntica notívaga.”

      “Eu sei. Já te vi por cá bem mais tarde.”

      Aabha imaginou o homem a olhar por ela. Chamava-se Tom. Tinha peso a mais, meia-idade, divorciado. Só ela e ele, sozinhos dentro daquele enorme edifício vazio à noite, e ele pouco mais tinha que fazer do que observá-la. Era assustador pensar demasiado nisso.

      Acabara de retirar o tubo da câmara frigorífica. Movimentando-se cuidadosamente, aproximou-se da cabina de biossegurança onde, em circunstâncias normais, ela abriria o tubo e analisaria o conteúdo.

      Mas esta era uma noite tudo menos normal. Esta noite era o ponto culminante de anos de preparação. Esta noite era aquilo a que os Americanos chamavam de Grande Jogo.

      Os colegas de trabalho no laboratório, incluindo Tom, o guarda-noturno, pensavam que aquela bela jovem se chamava Aabha Rushdie.

      Mas não era esse o seu nome.

      Pensavam que nascera no seio de uma família abastada na grande cidade de Deli no norte da Índia e que a sua família se mudara para Londres quando ela era criança. Era risível. Nada daquilo fazia parte da sua biografia real.

      Pensavam que obtivera o doutoramento em microbiologia e ampla formação em BSL-4 no King’s College, em Londres. Tal também não correspondia à verdade, mas até poderia bem ser. Ela era tão versada a manusear bactérias e vírus como qualquer candidato a doutoramento, se não mais.

      O tubo que segurava continha uma amostra liofilizada do vírus Ébola que tinha provocado o caos em África há alguns anos. Se se tratasse de uma amostra do vírus Ébola retirada de um macaco, um morcego ou até de uma vítima humana… Só isso o tornaria muito, muito perigoso de manusear. Mas era muito mais do que isso.

      Aabha olhou para o relógio digital na parede. 20:54. Mais um minuto. Apenas precisava de mais um momento.

      “Tom?” Chamou.

      “Sim?” Perguntou a voz do outro lado.

      “Assistiu ao discurso da Presidente na TV a noite passada?”

      “Assisti.”

      Aabha sorriu. “O que lhe pareceu?”

      “Parecer? Bem, penso que temos problemas.”

      “A sério? Eu gosto muito dela. Penso que é uma grande senhora. No meu país…”

      De repente, as luzes no laboratório desligaram-se. Sem qualquer СКАЧАТЬ