Storey. Keith Dixon
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Читать онлайн книгу Storey - Keith Dixon страница 8

Название: Storey

Автор: Keith Dixon

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Триллеры

Серия:

isbn: 9788873041719

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СКАЧАТЬ vai acontecer? Nem sequer gosto muito dela. Não gosto de louras.”

      Gary riu-se e olhou de novo para Tarzan.

      “Não te preocupes, ela não é uma verdadeira loura, pois não?”

      “Não. Bem lá no fundo, não” – disse Tarzan, fazendo Gary rir-se outra vez, partilhando os dois uma qualquer anedota privada.

      “Mais alguma coisa?” – perguntou Paul.

      “Sim” – respondeu Gary –, “ainda não acabámos. Para quem trabalhas?”

      “Que queres dizer com isso?”

      “Trabalhas nos seguros. Para quem trabalhas?”

      Paul encontrou os olhos de Gary e fixou-os com os seus. “Não tens nada com isso.”

      “Pois, pensei que ias dizer isso. A questão é que o Cliff quer saber se és o que dizes ser.”

      “Ou…?”

      “Não sei, essa parte ele não me disse.”

      “Que diferença faz isso para ele? A companhia para a qual trabalho é em Londres.”

      “Então não há problema em dizeres-nos, pois não?” Virou-se de lado e olhou para Paul com um ar interrogativo nos olhos. “A questão é que acho que ele te tem escalado para alguma coisa.”

      “A resposta é não.”

      “Pois, também pensei que dissesses isso. Por essa razão é que te arranjámos um pouco de incentivo.”

      Quando o trouxeram de volta para o bar, Cliff estava ao telefone e mandou-os parar, com uma mão erguida, antes de se sentarem. Gary agarrou o braço de Paul, que se libertou, repelindo-o, mas mantendo-se de pé até Cliff acabar, apontando o dedo indicador ao botão de Terminar Chamada e carregando nele.

      Agora Paul estava a ouvir Gary contar a Cliff o que acontecera na casa de banho, que Paul não dizia para quem trabalhava nem estava interessado fosse no que fosse que Cliff tivesse preparado para ele. Cliff acenava com a cabeça enquanto ouvia, apertando os lábios e absorvendo tudo como se estivesse a pensar a sério naquilo. Depois, apontou para a cadeira onde Paul se sentara anteriormente e Tarzan agarrou-o pelos ombros e empurrou-o para lá.

      Paul perguntava a si mesmo o que as outras pessoas que estavam no bar pensariam daquele comportamento – talvez não tivessem reparado, mas também podiam estar habituadas a Cliff e aos seus homens e não ligarem. Talvez fosse o tipo de bar onde aquilo era um lugar comum, onde se partiam garrafas e se faziam ameaças todos os dias.

      Paul não se preocupava com isso. Passaram algum tempo a sul do rio, em Londres, e conhecera pessoas por quem nem atravessaria a rua para lhes cuspir em cima. Uma vez, viu-se metido numa luta, embora estivesse fardado e a trabalhar com dois homens da esquadra: o homem que perseguiam, Terry “Pit Bull” James, sabia que ia ser preso mas queria, de qualquer modo, derrubar alguns polícias. Paul aprendera então a desferir os seus murros cedo e com força, sem esperar para ver por que caminhos ia a conversa e se o vilão se acalmava. Se se ficar à espera, é-se sempre ferido. Como então não sabia disso, esteve três semanas de baixa com um tímpano lesionado que ainda não estava bom.

      Cliff dizia: “Tu não és dos seguros, eu sei, mas não sei o que és. Olha para ti, aí sentado, a olhar para mim com esse ar de reprovação e a perguntar a ti mesmo o que vem a ser isto.”

      “Eu sei o que é isto.”

      “Sabes? Então, diz-me. Eu digo-te que nota te dou na escala de 1 a 10.”

      “Tu e estes tipos estão aborrecidos. Não estão a ganhar dinheiro – ou estão a ganhar pouco – e pensam que arranjaram alguém para azucrinar, alguém para os entreter. Pensam que estou a tentar saltar para a cueca da Araminta, pelo que acham que me têm, dalgum modo, agarrado. Como se eu fizesse o que vocês querem de modo a poder andar como aqui o Engraçado Número Três.”

      “Facto interessante: o meu pai conheceu o pai do Terry Hall nos anos sessenta, sabes? Eu nunca o conheci. De qualquer modo, levas 8, o que não é mau para um principiante.”

      “Falhei nas orgias de bêbados e nas tentativas de suicídio, não foi?”

      “É engraçado dizeres isso. Uma vez, quase morri. Acidente de viação. Um idiota pisou a linha branca e estampou-se em mim, na Sewell Highway, logo a seguir ao bar de Devon, sabes? Parti uma quantidade de ossos e danifiquei o fígado, mas à parte isso não foi nada de muito grave. Por vezes, tenho dores de cabeça. De qualquer modo, quando estava lá no carro, todo feito num oito, pensei que ia morrer. Perguntava a mim mesmo se a ambulância chegaria a tempo ou se ia apagar-me lentamente. Não tinha dores, nem nada, provavelmente estava em choque. Mas desde então interesso-me pela morte, como será quando realmente formos desta para melhor. Dói, agarramo-nos com ambas as mãos ou é como ir dormir e não se sente nada? O resultado final é que já não tenho medo dela. Não quero morrer, mas arrisco. Eu era palrador com alguns dos outros presos, quando estava lá dentro, a trabalhar aquilo, a ver até onde podia levá-los antes que se atirassem a mim. Nunca se atiraram. Devem ter visto que não tinha medo deles, pelo que me deixaram em paz.”

      “És um conversador interessante.”

      “Tenho os meus momentos, não é? De qualquer modo, a pergunta que tenho para te fazer, homem, é se estás interessado em sacar algum. Algum papel extra.”

      Agora estávamos a chegar à questão, pensou Paul. Até aí, Cliff tinha andado a disfarçar, de modo a apalpar o terreno antes de se comprometer.

      “Não dizes nada” – afirmou Cliff. “Não ouço barulho nenhum vindo da tua boca. E eu não sou telepata. Então, que dizes?”

      “Que queres que diga?” A ser conciso, a obrigar Cliff a fazer o trabalho.

      “Não terias de fazer nada. Só dar a tua opinião de profissional. Dar uma vista de olhos a uma coisa e dar uma opinião. A opinião dum homem dos seguros.”

      “Se eu for um homem dos seguros.”

      “Também há isso. Seria uma espécie de teste, não é?”

      “E pagam-me?”

      “Foi o que eu disse, não foi? Uma quantia a decidir.”

      Paul olhou para Tarzan e Gary que o fixavam agora com o seu olhar de psicopatas. Percebeu que o Holandês desaparecera desde que saíra da casa de banho – não tivera saudades dele.

      Cliff pegou no telefone.

      “Vou assumir o teu silêncio como um sim. Portanto, agora podes pôr-te a andar. Tenho coisas a fazer.”

      De repente, o foco na sala mudou, como se Paul já não estivesse lá. Tarzan e Gary começaram a conversar um com o outro e Cliff estava a ver as mensagens no seu telefone, os olhos a percorrerem-nas com a velocidade dum corretor clandestino de apostas a avaliar probabilidades.

      Paul levantou-se e saiu, perguntando a si mesmo se eles chegariam a reparar que, à semelhança do Holandês, também ele se fora embora.

      CAPÍTULO CINCO

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