Storey. Keith Dixon
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Название: Storey

Автор: Keith Dixon

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Триллеры

Серия:

isbn: 9788873041719

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СКАЧАТЬ o que ele quer ser.”

      “E o que é isso?”

      Olhou-me com um olhar bobo: “Usa a tua imaginação.”

      “Então, tu és uma brilhante jornalista e ele é o quê? O patife da terra? Para que é que andas com ele?”

      “Ganhar crédito na rua. Bilhetes para concertos. Drogas duras. Muitas coisas criminosas.” A provocá-lo, ele sabia, nem sequer de modo gentil: na realidade, não se importava com o que pensasse.

      “Quando eu andava na escola” – disse –, “ele era alguém de quem devia afastar-me. Havia dois – ele e outro rapaz, um pouco mais velho, Wigton. Sempre em lutas, ambos. Se bem me lembro, Cliff piorou com a idade, enquanto o Wigton se organizou e passou a estudar muito.”

      “Há uma moral nessa história?”

      “Achei interessante e lembro-me de pensar nisso mesmo em criança. Via-se o caminho que seguiriam aí aos treze, catorze anos.”

      “Que aconteceu ao Wigton?”

      “Foi atropelado na rua na véspera do seu último dia de escola. A jogar futebol, foi atrás da bola, um carro fez a curva e atirou-o contra um poste de iluminação. Partiu-lhe o crânio.”

      “Então, não sabes o que lhe aconteceria mais tarde. Podia ter voltado ao que era.”

      Paul encolheu os ombros. “Talvez. Mas estava a transformar-se numa pessoa diferente. E depois, não pôde.”

      Ela dava-lhe as indicações e passou por Gosford Green, onde jogara ténis quando era miúdo, embora os courts tivessem desaparecido há muito – era agora um recreio infantil –, virando à direita na circular e saindo a seguir para se dirigir a Holyhead Road.

      Mandou-o virar à esquerda na garagem da Texaco e de repente as casas passaram a ser mais imponentes, recuadas em relação à estrada, estacionamento à frente e arcos de pedra por cima das portas de entrada.

      “Aquela” – disse, apontando, e ele abrandou até parar. Abriu a porta e olhou para ele. “Vens?”

      “Que devo dizer-lhe? Quem sou eu? O motorista?”

      “Não te preocupes, ele não é do tipo ciumento. Acho que vais gostar dele.”

      Quando David abriu a porta e recuou para os deixar entrar, Paul olhou bem para ele. Era mais ou menos da sua altura, pálido, com o peito afundado, barba e cabelo da cor de palha suja. Paul imaginou que trabalhasse dentro de casa, que talvez fosse jornalista, como a Araminta dizia ser.

      Ela fez uma apresentação rápida, acenando com uma mão para Paul, como se David não tivesse reparado que ele tinha entrado.

      “Não te preocupes com ele” – disse a David –, “é uma pessoa que conheço e me trouxe cá.”

      David chamou a atenção de Paul, mas ali não havia nada, ou talvez apenas uma vaga curiosidade, Paul certamente a pensar que ele estaria aborrecido ou zangado por a namorada aparecer com outro homem.

      Paul viu que a casa era grande mas não parecia habitada – espreitou pela porta aberta duma sala sem tapetes, com papel de parede liso mas nada mais, nem mobília nem quadros nas paredes. Cheirava a uma espécie de produtos de limpeza com aroma de pinho, como se David tivesse andado a esfregar as tábuas do chão antes de aparecerem.

      Agora David levava-os até uma divisão das traseiras, reparando Paul nas grandes janelas panorâmicas que mostravam um jardim de tamanho razoável, bem arranjado, com um barracão ao fundo e luzes solares a bruxulear nos canteiros de flores. Talvez passasse mais tempo lá fora do que dentro de casa, pensou Paul, a podar rosas ou fosse o que fosse que fizessem aos jardins.

      Araminta sentara-se num sofá preto de pele e Paul sentou-se à frente dela, enquanto David lhes perguntava se queriam café ou chá, ou alguma coisa mais forte, tendo ambos dito que não.

      Achava que David tinha o ar dum tipo submisso, pelo que ficou surpreendido quando disse a Araminta, de modo direto: “Que faz ele aqui? Que é isto? Disseste que era importante.”

      Ela escondeu as mãos no colo, ganhando tempo, e depois levantou a cabeça, olhando para ele. “O Paul é um colega, está bem? Pedi-lhe que me trouxesse cá. E é verdade que tinha de te ver esta noite.” Virou-se e olhou para Paul. “Podes dar-nos um minuto? Vai inspecionar a cozinha, ou algo assim.”

      Sem lhe dar opção, a menos que ele quisesse iniciar uma discussão sem sentido.

      Deixou-os, fechando a porta atrás de si, e experimentou outras duas portas até abrir uma que dava para um escritório – estantes, uma mesa com um computador, um candeeiro de secretária articulado e uma cadeira estofada com rodas. Sentou-se na cadeira e olhou pela janela que, por algum truque da planta, dava uma perspetiva da frente da casa. Lá fora estava escuro, pelo que pouco conseguia ver, com exceção de algum carro que passasse na rua principal.

      Teve uma ideia e virou-se para olhar para as fotografias que estavam na parede. Fotos de David em criança, depois uma com a família – ele, uma rapariga que presumiu ser a irmã mais nova, e os pais, mais um cão preto, todos de pé em frente duma casa coberta de hera, com colunas de ambos os lados da porta de entrada. Parecia que podia ser em Oxford ou num dos Condados Domésticos. Classe e dinheiro.

      Mais adiante, um par de diplomas emoldurados, um do Nível 8 em piano, outro por ter vencido um rali automobilístico em África; talvez fosse mais duro do que parecia.

      Dez minutos depois ouviu abrir-se de novo a porta do salão e saiu para o vestíbulo, vendo Araminta e David a sair com um aspeto diferente, como se tivesse havido alguma espécie de experiência de conversão enquanto estivera ausente. Araminta sorria, descontraída, tendo a sua linguagem corporal perdido a tensão habitual. Entretanto, David estava branco, as bochechas chupadas, parecendo que envelhecera dez anos.

      Paul disse para consigo que no futuro teria de ter mais cuidado – aquela mulher podia ter um efeito traumatizante na saúde das pessoas.

      Araminta virou-se para ele, dizendo: “Pronto?”, como se estivessem para ir para uma volta de domingo à tarde, e dirigiu-se à porta. Paul viu a expressão de David tornar-se ainda mais abatida, enquanto a seguia com os olhos.

      Ouviu David perguntar: “Então, continua combinado para amanhã à noite? As fotografias?”

      Araminta fez-lhe um aceno de despedida com a mão. “Não deves esperar ver-me durante alguns dias, mas isso não quer dizer que te esqueças do que te disse. Está bem?”

      “Suponho que sim.”

      “Anima-te. Não será tão mau assim.”

      “Estou a pensar em ti.”

      Fuzilou Paul com um olhar cujo significado ele não percebeu. E disse a David: “Não penses em mim. Pensa no que eu te disse.”

      Abriu a porta e saiu sem olhar para trás, afastando-se da casa pelo caminho que levava ao portão. Paul acenou a David com a cabeça e seguiu-a, fechando a porta atrás de si. Não duvidava de que acabara de ver ser combinada alguma coisa, mas não sabia o quê.

      Araminta já estava СКАЧАТЬ