Название: Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém
Автор: Maisey Yates
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Ómnibus Temático
isbn: 9788413752808
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– Vou-me embora.
– No meu cavalo, não – negou ela, agarrando as rédeas. Não podia deixá-la ali, sem maneira de voltar a casa. – Bolas, porque tiveste de aparecer na minha vida?
– Eu faço-me a mesma pergunta. Agora, monta ou vou deixar-te aqui para que os escorpiões te comam.
Farah quis mandá-lo para o inferno, mas sabia que não podia. Ainda não.
– Desta vez, eu irei atrás – comunicou ela. Não tencionava deixar que cavalgasse com os seus braços a rodeá-la outra vez.
– Não me importo se queres montar de cabeça. Despacha-te.
Era um erro e ela sabia, mas não tinha muitas opções. O príncipe voltara a embrulhar o rosto com o pedaço de tecido que lhe arrancara da túnica e, apesar de estar sujo, tinha um aspeto imponente. No entanto, quando os seus olhares se encontraram, lançou-lhe todo o desprezo que pôde com os olhos.
Com um ar pétreo, ele estendeu-lhe uma mão e montou-a na sela como se pesasse menos do que uma pena.
Infelizmente, montar atrás dele não a fez sentir-se melhor do que ir à frente, porque tinha de se abraçar com força às ancas dele para não cair.
Horas depois, conseguiram chegar a uma aldeia, exatamente quando Farah pensava que ia desmaiar de fome e cansaço. Aquela tribo vivia muito longe da dela, por isso deviam ter percorrido uma longa distância durante a noite.
Quando Zachim se apresentou como um homem perdido na tempestade com a sua empregada, ninguém pôs a sua versão em dúvida.
Uma empregada!
Farah teve de morder a língua para não dizer nada.
O chefe da tribo prometeu-lhes que guardaria o Raio de Lua até voltarem e, depois de engolir uma montanha de comida, o príncipe pediu-lhes um todo-o-terreno e pôs-se a caminho. Conduziu durante toda a tarde e a noite, parando apenas para fazer uma sesta. No entanto, ela dormiu durante o caminho todo.
Quando acordou mesmo antes do amanhecer, à frente dos seus olhos erguia-se a cidade de Bakaan. Visitara-a uma ou duas vezes quando era criança, mas esquecera como era grande e povoada. Mesmo sendo tão cedo, as suas ruas estavam cheias de carros, bicicletas, bois e uma enchente de pessoas. No topo de uma colina, o palácio Shomas erguia-se com a sua beleza fascinante. Os guardas abriram as suas portas quando o príncipe se identificou.
– O que tencionas fazer comigo? – perguntou ela, fazendo um esforço para esconder o temor que sentia.
Ignorando-a, Zachim conduziu até às escadas de mármore da entrada. O pátio estava cheio de atividade de empregados que iam de um lado para o outro. Farah ergueu o queixo e observou-o sem se incomodar quando o príncipe pousou os seus olhos de leão nela.
Ela esperava que a deixasse ir-se embora. Rezou para que ele quisesse esquecer o que acontecera.
– E então? Vais dizer-me alguma coisa ou não?
– Sim, vou dizer-te alguma coisa – acedeu, com um sorriso pintado de amargura. – Vou usar-te como isco.
Furiosa, Farah tentou resistir quando o príncipe a arrastou pelos corredores compridos e opulentos, mas foi em vão. Os empregados que encontravam pelo caminho inclinavam-se à frente deles e não mostravam sinais de estranheza ao ver o seu senhor a puxar uma mulher pelo braço.
O interior de palácio era ainda mais grandioso do que o exterior. Farah não pôde evitar admirar os tetos abobadados em tons azuis, verdes e dourados. O sol que entrava pelas janelas altas refletia-se no chão de mármore.
Saindo da sua abstração momentânea, parou.
– Não podes fazer isto.
É óbvio, o príncipe não respondeu ao seu protesto. Embora parasse à frente de uma porta gigantesca de madeira esculpida. Ignorando a sua prisioneira, virou-se para dos dois guardas que os tinham seguido.
– Não quero que entre nem saia ninguém, entendido?
– Sim, Alteza – responderam os guardas em uníssono.
– Não deixarei que me uses dessa maneira – avisou ela, enquanto a empurrava para o quarto.
Como única resposta, Zachim deu uma gargalhada arrogante.
– Não tens motivos para me deter.
Então, ele virou-se e olhou para ela com um ar ameaçador.
– Não preciso de um motivo.
– Sim. A tua palavra é a lei, não é?
– É verdade – confirmou ele, parando à frente para olhar para ela nos olhos. – Olho por olho e dente por dente. Não é isso que o teu pai diz?
Infelizmente, o pai agarrava-se àquela visão cínica do mundo, sim. Mas Farah, não.
Então, o príncipe falou com uma empregada que entrara no quarto atrás deles. Quando Farah aproveitou para olhar à volta, deu um grito abafado.
– Oh… Isto é o harém?
– Como adivinhaste? – replicou Zachim, num tom trocista. – Pelos querubins pintados nas paredes ou pela grande banheira de mármore no centro da sala?
– Não vou ficar aqui.
– Não? Tenho de admitir que a decoração é um pouco antiga, mas tenciono reformá-la em breve. Talvez gostes mais então – comentou ele, num tom insolente, arqueando uma sobrancelha.
– Não ficarei o tempo suficiente para o ver.
– Não tenhas assim tanta certeza – indicou ele e tapou o nariz. – Certifica-te de que toma banho! – ordenou à empregada.
Farah estava furiosa. Se achava que ia poder tratá-la como uma marioneta, enganava-se. Não ia ficar naquele quarto horrível à espera que o pai fosse buscá-la. Se conseguisse escapar, fá-lo-ia.
O seu silêncio devia ter delatado os seus pensamentos, porque o príncipe esboçou um sorriso malicioso.
– Quase consigo ouvir-te a pensar. Se pensaste em tentar escapar, não te aconselho.
Ela ergueu o queixo. Ele aproximara-se e os seus rostos estavam separados apenas por escassos centímetros. Era impossível não se aperceber de que o príncipe tinha os olhos fixos nos seus lábios. Durante um instante, pensou que ia beijá-la e ficou com falta de ar. Mas Zachim deu um passo atrás. Lentamente.
Raivosa por ter ficado à espera, em vez de o ter afastado, Farah lançou-lhe um olhar de ódio.
– É uma sorte que não tenha de seguir os teus conselhos.
Em troca, recebeu um olhar frio, como se ele adivinhasse o que a fazia sentir.
– Tenta e verás o que acontece.
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