O fantasma De Monte Carlo. Barbara Cartland
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Название: O fantasma De Monte Carlo

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781788674010

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СКАЧАТЬ tia Emilie, não estou entendendo.

      —Não tem importância. Eu já lhe disse, Mistral… deve me obedecer e confiar em mim. Sei o que é melhor para você e sei o que é melhor para mim mesma. Está claro?

      —Sim, titia.

      —Então, já que estamos de acordo, vamos viajar juntas. E o motivo da viagem, por enquanto, permanecerá em segredo.

      Mistral ia dizer alguma coisa, mas naquele momento, bateram na porta e Jeanne entrou no quarto.

      —Madame Guibout chegou.

      —Ótimo. Peça a ela que entre. Mistral, vá vestir algumas roupas de baixo. Madame vai querer tirar as medidas das anáguas.

      —Mas primeiro a senhorita tem que tomar o café. Coloquei-o no quarto dela há quinze minutos.

      —Como é estúpida, Jeanne. Eu queria que a senhorita tomasse o café aqui. Agora, não tem importância. Vá ao seu quarto e tome o café enquanto estiver se vestindo, Mistral. Não demore.

      —Está bem, titia— dirigiu-se para a porta, seguida de Jeanne, e antes de sair, deu um sorriso para a tia.

      Durante um momento, Emilie achou que era Alice que estava ali, tamanha a semelhança das duas. Parecia que tinha sido no dia anterior que vira aquele sorriso tão doce. Como era linda e adorável! Quantas vezes a tinha abraçado!

      Lembrou o dia em que John Wytham chegou com Alice, urna menininha de cinco anos apavorada e cujos olhos pareciam grandes demais para o rosto... os olhos azuis tão límpidos e os lábios que sempre ficavam trémulos diante de uma palavra dura.

      Emilie estava dando comida às galinhas, quando o pai chegou. Escutou a carruagem vindo pela alameda da fazenda e viu quando ele freou os cavalos e fez um floreio com o chapéu, numa saudação alegre. Depois, estendeu os braços para uma criança sentada a seu lado.

      Caminhou pelo jardim, até a porta da cozinha, com Alice nos braços. Ela se agarrava a ele, escondendo o rosto em seu pescoço. Só se viam os cabelos loiros, caindo pelo casaco de veludo azul.

      John Wytham cumprimentou a filha mais velha do seu modo brusco e familiar:

      —Então, Emilie, ainda não arranjou um marido?

      Ela podia ter dito que era a filha ilegítima de um pintor inglês com a filha de um fazendeiro francês e, por isso, não era fácil arranjar um casamento. Podia ter dito que os homens que se encontravam naquele remoto pedaço da Bretanha eram só camponeses e fazendeiros e nenhum deles a interessava. Podia ter respondido que ele deixasse de ser egoísta e lembrasse que uma garota francesa precisava de um dote, para encontrar marido. No entanto, como sempre, Emilie ficou de língua presa na presença do pai e só conseguiu responder:

      —Nã... não... pa...pai.

      John Wytham beliscou-lhe a bochecha. Rendendo-se ao charme dele, ela sorriu.

      —E já passou dos trinta! É hora de se apressar e arranjar um amante, antes que seja tarde demais. Onde está sua mãe?

      —Lá dentro.

      —Sem dizer mais nada, ele entrou na casa, e Emilie o seguiu até a cozinha imensa e com grossas traves de carvalho no teto. A mãe estava fazendo o jantar e havia um cheiro gostoso no ar.

      O rosto de Marie Riguad corou. Seus cabelos, que começavam a ficar grisalhos, estavam despenteados, mas era elegante como uma jovem. Quando viu quem se aproximava, sua voz tinha o tom alegre das vozes infantis.

      —John!

      —Está surpresa em me ver, depois de todos estes anos?

      —Fazem só quatro anos, desde que nos visitou pela última vez, e eu sabia que ia voltar.

      —Sabia? Eu trouxe alguém.

      Gentilmente, colocou Alice sobre a mesa. A garotinha deu um gemido e continuou tentando esconder o, rosto.

      —Esta é Alice— ele disse para Marie.

      —Foi o que imaginei. Na última vez que esteve aqui, você falou dela. Disse que os pais de sua esposa estavam cuidando da menina.

      —Mas não disse como meus sogros a estavam tratando! Meu maldito sogro, sempre de cara fechada para mim, e sua maldita esposa, sempre com o nariz para o ar e estendendo só dois dedos para as pessoas, de medo que elas lhe tomem a mão... a criança estava muito infeliz com eles, o que não é de surpreender. Eu não sabia disso. Só percebi há alguns dias, quando estive lá. Ela não me contou nada; apenas ficou chorando. Mas a babá me disse a verdade. Contou que Alice estava sendo castigada e espancada continuamente, que não era amada e que meu sogro era um homem mau. Então, mostrei que também sou mau: disse aos dois que fossem para o diabo e trouxe a criança comigo. Ela está doente e infeliz. Eu a trouxe para você, Marie. Não quero mais responsabilidades; quero ir embora da Inglaterra. Quero pintar sossegado, e não posso levar uma criança. Pode cuidar dela?

      Emilie mal prestou atenção na resposta da mãe, pois já sabia qual era.

      —Sabe que cuidarei, John.

      Como Marie Riguad, Emilie também só tinha olhos para John Wytham. A força dele parecia transbordar. Era um homem alto e bonito, e Emilie, apesar de não ter experiência com homens, instintivamente, sabia que era irresistível.

      Havia algo selvagem nele, que transparecia em sua própria alegria, no riso sensual e no modo como seus olhos atraíam magneticamente a atenção de todos.

      —Então, está tudo combinado. Aqui tem algum dinheiro. Mandarei mais, quando tiver.

      Ele atirou um punhado de notas sobre a mesa, fazendo parecer que eram muitas. Mais tarde, Emilie descobriria que não eram tantas assim.

      —Vai ficar para o jantar?— Marie Riguad perguntou, ao ver que ele caminhava para a porta.

      —Não, minha querida. Tenho outros compromissos. Obrigado por ficar com Alice.

      Beijou a criança na testa e depois virou-se para a mulher que o havia amado quando tinha vinte anos e continuara amando há mais de trinta. Segurou o queixo dela e levantou seu rosto.

      —Então, você ainda me ama— ele disse, depois de um momento—, bem, bem, sempre fui um homem de sorte.

      Beijou-a nos lábios e saiu da cozinha. Marie não fez nenhuma tentativa de detê-lo. Apenas olhou, com as mãos no peito, como se seu coração estivesse batendo forte demais.

      Foi Emilie quem o acompanhou até a carruagem e o viu manobrar os cavalos e sair apressado.

      Depois, outro som atraiu sua atenção. Era o choro de uma criança.

      —Papai! Papai! Não me deixe!

      A garotinha saiu correndo pela porta da cozinha, desesperada.

      Emilie pegou Alice no colo, apertando-a com força e sentindo seu corpo trêmulo e os soluços fortes.

      —Pobrezinha— murmurou—, está tudo bem. Está tudo bem. Eu vou cuidar de você.

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