O fantasma De Monte Carlo. Barbara Cartland
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Название: O fantasma De Monte Carlo

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781788674010

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СКАЧАТЬ pés à cabeça, era uma aristocrata.

      Qualquer coisa em seus movimentos, nos dedos longos e no nariz, reto, revelava seu sangue azul.

      Emilie deu um suspiro e Mistral se aproximou.

      —Bom-dia, titia. Perdoe ter dormido tanto, mas estava cansada e não lembrei nada quando acordei. Não sabia nem onde estava.

      O francês de Mistral era perfeito.

      —Podia ter dormido mais, querida. Agora, Jeanne vai trazer seu café. Lembra de Jeanne?

      Mistral atravessou o quarto correndo e estendeu as duas mãos para a empregada.

      —Claro que sim. Lembro os bombons que fazia e me dava, enquanto escovava meus cabelos. Logo que fui para o internato, senti falta das duas coisas. Tinha que escovar meus próprios cabelos e odiava, quando embaraçavam. Costumava cortar as partes embaraçadas.

      —Senhorita, isso é um crime! Pensar que se lembra de mim, depois de doze anos! Claro, você foi a garota mais meiga da Bretanha.

      —Senti falta da Bretanha também. Por que nunca deixou que eu a visitasse antes, tia Emilie?

      —É uma longa história, e temos coisas muito mais importantes para conversar. Jeanne vai buscar o café. Conversaremos enquanto come.

      —Oh, será ótimo! Há tantas coisas que quero saber! Não estou reclamando. Gostava do internato, mas algumas vezes me sentia sozinha. Todas as outras garotas tinham família, e eu só tinha você. Sempre foi boa comigo, mas eu a via pouco e como não havia para onde ir, nas férias, sentia-me diferente.

      —Entendo. Mas havia motivo para que não viesse aqui. Agora, não precisamos mais discutir isso, porque as coisas mudaram e vamos ficar juntas.

      —Isso é maravilhoso. Se soubesse como estou feliz. Tinha medo de que nunca pudéssemos ficar juntas e eu tivesse que continuar para sempre no internato. Virar uma freira.

      —Gostaria disso?

      —Não tenho vocação. Adoro as freiras. Ninguém pode deixar de gostar delas: são umas santas, sempre rezando e fazendo o bem. Mas, dentro de mim, algo dizia que não devia ficar lá. Queria conhecer o mundo, viver uma vida diferente. Oh, talvez esteja sendo boba e vá rir de mim, mas às vezes sentia vontade de viver mais intensamente, vontade de me divertir.

      Emilie ficou olhando, prestando atenção no que ela dizia e em muitas outras coisas. A moça tinha um tom de voz muito atraente e seus lábios eram sedutores; os olhos brilhantes pareciam transmitir uma enorme variedade de emoções.

      —Estava certa em pensar assim. Você é jovem, Mistral, e seria uma pena alguém tão bonita ficar escondida atrás dos muros de um convento.

      —Bonita? Acha mesmo que sou bonita? Oh, tia Emilie, quero tanto ser bonita, mas não tenho certeza. Sou diferente das outras garotas.

      —Elas não diziam que é bonita?

      Mistral sorriu, e duas covinhas surgiram no rosto.

      —Algumas vezes, diziam. Outras faziam pouco-caso de mim, porque meus cabelos são muito claros. Eu era a única inglesa no internato. A única que não era morena.

      —A única inglesa! Sim, Mistral, você é inglesa, porque sua mãe era inglesa.

      —E meu pai?

      Mistral fez a pergunta depressa, como se as palavras escapassem dos lábios, e notou o rosto de Emilie ficar sombrio.

      Mistral nunca tinha visto alguém com ódio, mas reconheceu imediatamente aquela expressão: os lábios fechados com firmeza, os olhos semicerrados... Emilie parecia um bicho.

      Deu um suspiro, e, naquele momento, a expressão da tia mudou.

      —Bem, não vamos falar de seu pai, agora. Um dia, eu lhe contarei tudo sobre ele, mas no momento temos coisas mais importantes para conversar. Você vai morar comigo, Mistral, e estou muito contente com isso. Quero deixar bem claro, desde o começo, que espero ser obedecida. Você deve me obedecer, mesmo que não entenda os motivos das minhas ordens. Deve me obedecer sem fazer perguntas. Entendeu?

      A voz de Emilie estava dura mais uma vez, e Mistral sentiu medo, mas procurou afastar aquela sensação.

      —Claro que sim. Eu não seria capaz de desobedecê-la.

      —Ótimo. Então vou lhe dizer o que faremos. Hoje, vamos encomendar suas roupas. Mandei buscar madame Guibout, a melhor costureira de Paris. Cobra caro, mas tem todo o direito, pois estudou com monsieur Worth, o costureiro favorito da Imperatriz Eugênia.

      —Oh, obrigada, obrigada, titia. Se soubesse o quanto eu queria...

      —Deixe-me continuar. Tenho outras coisas a dizer. Nós nos vimos poucas vezes, enquanto você esteve no internato nesses últimos doze anos. Não sei muito sobre você, nem lembro histórias da sua infância. Seu avô era o honorável John Wytham, filho mais velho de Lorde Wytham, um nobre inglês. Sou a filha mais velha dele, mas meu pai nunca se casou com minha mãe, que era francesa. Sua verdadeira avó era uma inglesa de família muito distinta. Ela morreu quando sua mãe tinha cinco anos, deixando-a para ser criada pelos pais, Sir Hereward e Lady Burghfield. Sua mãe foi negligenciada e maltratada duramente pelos parentes, e seu avô, meu pai, quando descobriu isso, trouxe-a para a Bretanha e a deixou com minha mãe... e comigo. Papai não era um homem rico e era muito extravagante. Depois que sua mãe morreu, eu sustentei você... sozinha! Durante os últimos doze anos, paguei todas as mensalidades do seu colégio, suas roupas, aulas especiais de música, inglês, francês e alemão. Paguei as aulas de dicção, de dança e os esportes. Tudo isso não estava incluído na matrícula, e eu paguei.

      —Não sabia. Obrigada, tia Emilie.

      —Não quero que me agradeça. Só estou lhe contando isso para que entenda sua posição. Seus parentes na Inglaterra não procuraram sua mãe, quando ela os deixou e foi trazida por meu pai para a França. Nem sei se souberam onde você estava. Portanto, sou sua única parenta: sua tia e sua família.

      Mistral estava perturbada. Havia algo de rude e agressivo no modo de a tia falar.

      —É suficiente que nos entendamos, no momento— Emilie continuou—, agora, tenho algo a lhe dizer. Fui casada com um Conde. Ele morreu, não precisamos mais tocar no nome dele, mas, na verdade, sou Condessa. Para onde vamos, não usarei meu título… permanecerei incógnita por motivos pessoais.

      —Então, vamos viajar? Para onde?

      —Eu lhe conto depois. Vamos fazer uma longa viagem que planejei há anos.

      —Planejou ir... comigo?

      —Sim, planejei ir com você. Vamos conversar sobre isso quando estivermos prontas. Mas lembre de uma coisa: não deve discutir nossa vida com ninguém. Não importa quantas pessoas façam perguntas sobre nós, você não deve dizer nada.

      —Mas, e se as pessoas perguntarem quem sou? O que vou responder? Devo usar outro nome também?

      —Certamente. Não diga a ninguém que seu nome é Wytham. Está bem claro? Eu serei... madame... Madame СКАЧАТЬ