Mais do que uma dúvida. Sara Craven
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Название: Mais do que uma dúvida

Автор: Sara Craven

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Sabrina

isbn: 9788413487991

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СКАЧАТЬ das pessoas presentes conheciam Chessie e cumprimentaram-na cordialmente, no entanto, alguns lançaram-lhe olhares interrogatórios ao vê-la na companhia de Miles.

      Chessie escolheu sopa de agriões e um guisado de faisão; Miles optou pelo patê e pelo bife com molho de cerveja e ostras.

      – O que se costuma perguntar nestes casos é… «Costumas vir aqui com frequência?» – comentou Miles, trocista, quando a empregada se foi embora. – Mas como sei que isso não é verdade, que tema sugeres para a conversa?

      – Não sei. Há muito tempo que não vou jantar fora.

      – Nesse caso, suponho que vai ser um serão um tanto silencioso – declarou ele, a sorrir.

      – Estou habituada ao silêncio – replicou ela, devolvendo-lhe o sorriso. – Jenny passa a maior parte do tempo no quarto a estudar, por isso… estou habituada a estar sozinha.

      – Muita gente considera a solidão um luxo – comentou Miles. – No entanto, não acho que seja um bom estilo de vida. Diz-me, o que é que a tua irmã quer fazer quando acabar o liceu?

      – Gostaria de estudar Ciências Naturais, mas não me parece que saiba bem o que é que quer fazer. Bom, ainda é cedo e não precisa de tomar nenhuma decisão definitiva.

      Chessie reclinou-se contra o confortável respaldo da cadeira estofada e acrescentou:

      – A mim custou-me muito fazer o bacharelato, mas Jenny aprende sem fazer esforço.

      – Fico contente por ouvir isso – declarou Miles, educadamente. – Vi um Saint Emilion muito bom na lista dos vinhos ou preferes vinho de Borgonha?

      – Não, eu gosto de Bordéus – Chessie lembrou-se de umas férias que fizera com o seu pai no Sudoeste de França. Aquele tinha sido um tempo mágico para ela, apesar da preocupação constante do seu pai por Jenny, que tinha ficado em Inglaterra com uma tia.

      – Voltámos ao mesmo – comentou Miles, em voz baixa.

      Chessie fitou-o surpreendida.

      – O que é?

      – Fizeste a mesma expressão que uma criança faria se lhe dissessem que não vai ter férias de Natal.

      – Desculpa, de agora em diante, vou esforçar-me por parecer animada – replicou ela, ironicamente.

      – São assim tão terríveis as tuas lembranças?

      – Como é que sabes que estava… a lembrar-me de qualquer coisa?

      – Imaginei que assim fosse, dado que a mim acontece-me algo parecido – Miles acabou de beber o seu gin tónico. – Queres falar sobre isso?

      Chessie abanou a cabeça.

      – O que é que poderia dizer? Estás no topo do mundo e, de repente, num abrir e fechar de olhos, encontras-te num poço escuro do qual não sabes se conseguirás sair algum dia.

      – Bom, não vais dizê-lo? – inquiriu Miles, com suavidade.

      – Dizer o quê?

      – Que o teu pai era completamente inocente e que, se não tivesse sido pela sua repentina morte, teria demonstrado a sua inocência.

      Chessie abanou lentamente a cabeça.

      – Se não tivesse morrido, acho que agora estaria na prisão. De certa maneira, a morte foi o melhor que lhe poderia ter acontecido. Ele não teria suportado…

      Chessie mordeu os lábios e fez uma pausa. Depois acrescentou:

      – Lamento muito, supõe-se que isto é uma celebração e não um funeral.

      – Não to teria perguntado se não tivesse querido saber, Francesca – replicou, em voz baixa.

      Porque é que quereria saber?

      Chessie bebeu um gole de xerez. Fosse como fosse, teria gostado de falar sobre algo menos pessoal, como de cinema ou de literatura.

      De que é que um homem e uma mulher falavam quando iam jantar fora e bebiam vinho? Ela não tinha a menor ideia e sentia-se nervosa.

      Não saíra com nenhum homem desde que estivera com Alastair. Até àquela noite. Embora isso não contasse.

      Sentiu-se aliviada quando a empregada se aproximou para lhe dizer que a sua mesa estava pronta. A sopa e o patê estavam tão bons que se limitaram a comer e a comentar a excelência da cozinha.

      Enquanto esperavam pelo segundo prato, Chessie perguntou-lhe sobre o guião do filme. Não o fez por ser um tema impessoal, realmente estava interessada, no fim de contas, ela ia trabalhar no projecto.

      Mas quando aquele tema se esgotou… sobre que outra coisa poderiam conversar? Sobre o tempo?

      «És uma conversadora extraordinária, querida Chessie», disse para si mesma.

      – É assim tão difícil conversares comigo? – inquiriu Miles, fitando-a com os seus olhos azuis.

      Chessie bebeu um gole de vinho, enquanto sentia que se ruborizava.

      – Não, claro que não.

      – Talvez devesse ter-te pedido que trouxesses o caderno de notas para te ditar algumas cartas enquanto jantamos – comentou ele, ironicamente. – Assim, ter-te-ias sentido melhor.

      – Duvido – Chessie pousou o copo na mesa. – O que acontece é que não percebo o que é que estou a fazer aqui.

      – Estás a jantar uma comida deliciosa sem teres de lavar os pratos – replicou Miles.

      – E é só isso? – Chessie sentiu que lhe faltava a respiração.

      – Não, mas o resto pode esperar – o rosto dele era frio e enigmático. – Queres mais vinho?

      – Não, é melhor não beber mais – Chessie tapou o copo com a mão. – Qualquer coisa me diz que será melhor manter a mente lúcida.

      Ele sorriu trocista.

      – Se estás a pensar que te quero seduzir, enganas-te.

      – Isso nem sequer me passou pela cabeça.

      – Como és inocente – murmurou Miles. – Tendo em conta o tempo que passamos juntos, nunca te perguntaste, porque é que não me insinuei? Ou achas que as minhas cicatrizes tornam-me imune aos desejos?

      Ela mordeu os lábios.

      – Não, não acho, mas mantemos uma relação profissional e…

      – E?

      Chessie engoliu em seco.

      – Isso não seria apropriado. As aventuras entre patrão e secretária são um cliché e tu não gostas de clichés.

      – Obrigado… suponho. No entanto, СКАЧАТЬ