A valsa encantada. Barbara Cartland
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Название: A valsa encantada

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781782138129

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СКАЧАТЬ seu primeiro encontro com Metternich, pensou Richard Melton.

      Ele sentou-se na cama, pôs as mãos nos ombros dela e sacudiu-a suavemente.

      —Esqueça o passado— disse, rudemente—, estou aqui e não admito. Entende?

      Ela riu do ciúme de Richard. Baixou os olhos e pareceu por instantes tímida e indefesa. Mas logo reagiu e revelou a profundidade de uma paixão que aumentava rapidamente; e o homem em sua companhia perdia-se num violento redemoinho de emoções.

      Richard puxou-a para seu lado, acariciando-lhe a pele suave, e enterrando os lábios no ombro tentador de Katharina. Ela mordeu-lhe o lóbulo da orelha e um desejo violento consumiu a ambos...

      Mais tarde, muito mais tarde... Katharina levantou-se e foi à penteadeira.

      —Está na hora de me vestir, Richard. Falávamos há pouco sobre o dia em que conheci Clement. Lembro-me ainda de que ele usava um robe enfeitado de pele. Ficou tão surpreso com minha aparição que se esqueceu de pedir licença para vestir roupas mais adequadas.

      —E ele perguntou-lhe por que fora visitá-lo?

      —Acho que não. Já lhe disse: esqueci-me da razão na hora e nem me recordo neste momento.

      —Garanto que o Czar sabia e tenho certeza de que Volkonski encontraria o motivo em seus arquivos; a memória do Serviço Secreto Imperial é inegável.

      A nota de sarcasmo na voz de Richard era aparente. Katharina fitou-o com a escova de cabelos na mão.

      —Por que detesta tanto nosso Serviço Secreto?— perguntou ela, irritada—, nunca perde oportunidade de criticá-lo.

      —Detesto o sistema e detesto a ideia de espionagem. Especialmente quando feita por você!

      —Quem lhe disse que faço espionagem?

      —O próprio Czar. Ele referiu-se a você como sua mais linda e eficiente colaboradora.

      Katharina sacudiu os ombros.

      —Por que se preocupa? Como já lhe falei, esses dias pertencem ao passado.

      —A menos que o Czar precise de você no presente.

      —Não mais agora. Metternich é seu mais ferrenho inimigo, porém não sou útil para ele nesse particular.

      —Mulheres deviam ser mantidas longe da política e da diplomacia. Mesmo nas melhores circunstâncias, é um jogo sujo.

      Katharina riu, um sorriso musical que ecoou pelo quarto.

      —Fala o inglês. Não se pode negar que essa frase tenha saído de lábios ingleses, mesmo traduzida em qualquer idioma.

      Richard levantou-se da cama. Pôs um robe de veludo azul-safira e aproximou-se de Katharina, sentada à penteadeira. Ela deu um gemido de prazer.

      —Você é tão jovem!— sussurrou ela, meiga.

      —Vou fazer vinte e cinco anos na véspera do Natal.

      Sou blasé, sofisticado, e fui expulso de meu país! Isso não basta para me tornar mais velho?

      Katharina riu mais uma vez e encostou a cabeça no peito dele.

      —Você me faz sentir jovem— murmurou—, e é o que conta.

      Richard podia ver-lhe a nudez refletida no espelho. Pegou os seios dela em suas mãos, mas Katharina afastou-o.

      —Não, não, precisa se comportar agora. Temos de nos vestir para o jantar. O Czar espera ver você e sabe como se irrita quando um de nós chega atrasado.

      —Eu lhe direi o que estivemos fazendo, se quiser.

      —Querido, ele já deve saber. Um dos homens do Príncipe Volkonski terá informado que você foi visto entrando em meu quarto e, assim que você sair, ele se apressará em levar ao chefe o relato de tudo.

      —Maldito Volkonski e sua ousadia! Um dia lhe torço o pescoço.

      —E será expulso da Rússia. Há ainda meia dúzia dê outros países onde encontrarei asilo, mas o caso é que não quero deixar você. Portanto, o pescoço de Volkonski está salvo.

      —E ele precisa lhe ser grato por isso.

      Richard beijou o ombro nu de Katharina.

      —Não tenho vontade de sair deste quarto— disse—, está fazendo frio lá fora e com certeza o agente do Serviço Secreto Imperial está enregelado no corredor.

      Ele saiu sem outra palavra e fechou a porta com força.

      A Princesa Katharina esboçou um sorriso. Richard era inglês demais, pensava, para aceitar os costumes da Rússia. Já haviam discutido sobre o assunto, e ela usara de bastante tato para impedir que ele ofendesse algum empregado a cargo de vigiar os movimentos deles, ou um lacaio com ordem de ouvir atrás da porta, sob as instruções de Volkonski.

      Tudo fazia parte de uma vida que ela conhecia muito bem. Na Rússia, havia espiões por todo lugar. Katharina lembrava-se de que o marido, o Príncipe Peter Bagration, morto em batalha, ressentia-se dos espiões que o seguiam onde quer que ele fosse.

      Na Áustria, era a mesma coisa. Sabia-se de cada pormenor do que se passava no Palácio de Hofburg, e tudo era levado ao conhecimento do Imperador Francis pelo Barão Hager.

      Katharina trabalhara um tempo como agente do Serviço Secreto. Fora mandada pelo governo russo para conquistar Clement Metternich. E o fato de ela ter se apaixonado desesperadamente concorreu para fazer a tarefa mais fácil e mais prazerosa. Ela e Clement eram agentes entusiastas de seus respetivos países. Sendo ambos fanáticos por suas causas, isso ajudou em vez de perturbar a alegria e o êxtase do amor que um dedicava ao outro.

      Uma ocasião, usando apenas um négligé transparente, ela sentara-se no braço da poltrona de Metternich. Tinham jantado juntos no boudoir e bebericavam o licor que os lacaios haviam deixado sobre a mesa, retirando-se discretamente em seguida. Clement olhava para o próprio copo e Katharina notou, pela expressão do rosto dele, que se esquecera dela por minutos, e que pensava em política.

      Fitou-o bem nos olhos, inclinou-se e, trêmula, beijou-lhe os lábios. Metternich a pôs sobre seus joelhos, beijando-a com violência e enorme paixão. Esquecidas foram todas as intrigas da Rússia e da Áustria, tudo foi posto de lado, exceto o selvagem desejo de um pelo outro. Bem junto do ouvido do amante, Katharina sussurrou:

      —Oh, meu Clement, que coisa terrível seria haver uma guerra entre a Rússia e a Áustria! Não poderia aguentar estar do lado oposto ao seu! Isso me mataria! Mas, enfim, por que me preocupar? É inconcebível que uma nação possa declarar guerra contra o Governo que você representa.

      Metternich rira e, alguns minutos mais tarde, ainda se abraçando, conversavam e discutiam sobre os problemas de uma guerra. Katharina, mulher diferente de qualquer outra que ele conhecera, tinha imensa habilidade de passar de momentos de infinita ternura e paixão para discussões intelectuais, e com tanta astúcia como a de um estadista ou diplomata.

      Como haviam sido felizes, ela e o Príncipe Metternich!

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