Casamento por conveniência. Emma Darcy
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Название: Casamento por conveniência

Автор: Emma Darcy

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Sabrina

isbn: 9788413485454

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      – Entendo.

      – É cantora profissional? – perguntou Michelle Banks.

      – Canto em alguns eventos, coisas como casamentos, baptizados e outras festas, mas não posso dizer que vivo da minha música.

      – Presumo que se tenha preparado de alguma forma – a mulher insistiu.

      – Sim, fiz aulas de canto e participei de alguns concursos ao longo dos anos. Sempre consegui colocar-me entre os três primeiros qualificados.

      – Então, por que não tenta a carreira artística?

      – Nem todas as mulheres põem a carreira em primeiro plano – interferiu Isabella com tom seco.

      Michelle encolheu os ombros.

      – Se a sua voz é realmente boa, considero um desperdício não tirar proveito dela.

      Porque é que a noiva de Alex sentia necessidade de colocá-la em evidência com as suas perguntas persistentes? Michelle tinha tudo o que outras mulheres podiam invejar, inclusive o homem que colocara um anel de noivado no seu dedo.

      – Não era o tipo de vida que eu queria – respondeu Gina com sinceridade. – Quanto a ter uma boa voz – olhou para Isabella, – estou aqui para que a senhora King possa julgar se correspondo aos seus requisitos.

      – E eu estou ansiosa para ouvi-la – afirmou a mulher com um sorriso animador. – Se canta mesmo como ouvi na cassete… – Isabella olhou para o neto. – Talvez queiras contratá-la para cantar no teu casamento, Alessandro.

      Silêncio. Desconforto. Gina percebeu que a tensão que pairava sobre a mesa era anterior à sua presença. Quieta, sorveu alguns goles do copo de água e esperou pelo desfecho da situação.

      Michelle Banks olhou para o noivo como se exigisse o seu apoio. Ele moveu-se na cadeira com evidente desconforto, mas havia paciência nos seus olhos.

      – Nonna, já discutimos esse assunto. Michelle quer um harpista, não uma cantora.

      – Já sei o que ela quer. E tu? Não tens vontade própria?

      – O dia é da noiva.

      – É essa a tua opinião, Michelle? Também achas que a cerimónia de casamento pertence apenas à noiva e que o noivo deve concordar com todos os seus desejos?

      Michelle sorriu com frieza.

      – Alex também gostou da ideia do harpista.

      – Não acredito que uma harpa ou qualquer outro instrumento musical possa gerar o calor e a emoção proporcionados por uma voz humana.

      – É uma questão de gosto. A harpa é muito elegante.

      – Realmente. No entanto, creio que mesmo numa ocasião elegante e requintada deve haver espaço para demonstrações de afecto. Especialmente se a ocasião for um casamento. Afinal, trata-se de uma celebração de amor, não? – Virou-se para Gina sem esperar pela resposta. – Pronta para cantar?

      – Quando quiser, senhora King. – Pegou na mala. – Trouxe uma fita com o acompanhamento necessário. Existe algum equipamento no salão de baile, ou…?

      – Oh, sim, temos todo o equipamento necessário. Alessandro ligará o sistema de som e providenciará o controlo remoto para que possa parar a cassete entre uma canção e outra.

      Gina sentiu o coração oprimido. Ele também estaria presente? Notou uma linha de aborrecimento na testa de Michelle, mas limitou-se a agradecer.

      – Será um prazer – respondeu Alex King.

      Teria uma audiência complexa. A noiva de Alex, por exemplo, já se mostrava propensa a um julgamento mais crítico.

      Isabella levantou-se, um sinal de que todos deveriam fazer o mesmo. Gina removeu o copo das mãos de Marco e colocou-o em pé.

      – Agora vamos ver o salão das bolas com espelhos, mamã?

      – Sim, querido.

      – Anda, Marco – Isabella chamou o garoto, estendendo a mão para que ele a segurasse. – Quero mostrar-te tudo enquanto a tua mãe se prepara para cantar para nós.

      O menino aceitou o convite sem nenhuma hesitação, os olhos iluminados pelo entusiasmo. O que o tornava tão acessível àquela mulher, se normalmente era desconfiado e arisco com estranhos em geral? Era como se Marco se sentisse atraído pelo poder que emanava daquele corpo envelhecido, um poder conferido pelos anos vividos como matriarca de uma grande família.

      Nem mesmo Michelle Banks ousaria desafiá-la, embora Gina pudesse sentir a hostilidade da jovem enquanto o grupo se dirigia ao salão de baile. De repente, teve a sensação de estar a ser usada como arma por Isabella. Seria apenas um instrumento numa batalha subtil travada contra a noiva do seu neto?

      Esperava que não.

      Precisava daquela oportunidade. Queria um contrato duradouro, uma fonte de rendimento estável através da qual pudesse construir um futuro melhor e mais sólido para ela e para Marco. Para isso, teria de ser aprovada. E as condições não eram as melhores, dadas as correntes eléctricas que a atingiam vindas de todos os lados. De alguma forma, tinha de ignorá-las e concentrar-se em cantar.

      Além de tudo o que estava em jogo, odiaria fracassar diante de Alex King. Detestaria ser alvo da sua piedade e dar à sua noiva bons motivos para criticar a sua apresentação.

      Tinha de cantar bem.

      Ou morreria de vergonha e humilhação.

      Capítulo 3

      – Temos mesmo de ficar aqui? – murmurou Michelle, irritada.

      Alex encarou-a com ar severo.

      – Sim.

      Sentia-se impaciente com a atitude indelicada da noiva. Simpatizara com a jovem viúva e o seu filho, e reprovava o comportamento cruel de Michelle. Porque é que ela não podia simplesmente desejar o bem de Gina Terlizzi, em vez de tentar comparar o seu talento musical à ambição que sempre guiara os seus passos? Quem poderia deixar de compreender a relutância de uma mãe que, sozinha por conta de circunstâncias trágicas, evitava levar o filho pequeno aos locais onde se podia construir uma carreira de cantora? A noite era sempre o ponto de partida, e o pequeno Marco não podia frequentar bares, discotecas e clubes.

      A obstinação de Michelle tinha de ser temperada. Era hora de começar a mostrar-lhe que nem todas as pessoas provinham da mesma origem e caminhavam na mesma direcção. Que ser humano podia viver em paz sem respeitar valores diferentes dos seus e circunstâncias distintas daquelas que conhecia? Um bom começo seria convencê-la a aceitar algumas sugestões e ceder um pouco nos planos para o casamento. Manter a sua avó afastada de todas as decisões era algo que não lhe agradava. Para a nonna, um casamento era um evento familiar. Era assim que as coisas aconteciam na Itália.

      O salão de baile fora preparado de acordo com o usual. Mesas redondas СКАЧАТЬ