Casamento por conveniência. Emma Darcy
Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Casamento por conveniência - Emma Darcy страница 4

Название: Casamento por conveniência

Автор: Emma Darcy

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Sabrina

isbn: 9788413485454

isbn:

СКАЧАТЬ o seu pequeno Honda Swift sob uma das pérgulas cobertas por parreiras que flanqueavam os degraus do Castelo King. Aquela era a área de estacionamento para visitantes, e o facto de o seu carro ser o único ali aumentava o nervosismo que a consumia.

      Levava uma cassete com algumas canções gravadas na sua mala, mas talvez nem precisasse dela. Não sabia se cantaria acompanhada por alguma melodia ou se apenas a sua voz seria avaliada durante o teste. Bem, pelo menos tinha a cassete com o acompanhamento, caso precisasse dela. O espelho retrovisor comprovava que a maquilhagem estava intacta, embora fosse suave. Apenas delineador para realçar os olhos, rímel e batom. Lavara e secara o cabelo com o auxílio de uma escova, e as ondas suaves que emolduravam o seu rosto caíam sobre os ombros como um manto sedoso. Esperava ter a aparência de uma cantora profissional.

      Marco tinha adormecido no seu assento de segurança. Gina vestira-o com calções azul-marinho, camisa às riscas vermelhas e brancas e calçara-lhe sandálias. Com os cabelos escuros e encaracolados e os olhos quase negros, a criança ficava encantadora usando cores fortes, e naquele dia estava especialmente lindo. Para ela, Gina tinha escolhido um vestido amarelo limão de corte direito e simples. Sem mangas, o traje possuía apliques em azul-marinho que lhe conferiam elegância e davam-lhe um ar profissional e chique. E precisava de confiança naquele dia.

      Cautelosa, soltou o cinto de segurança do assento de Marco e acordou-o antes de o tirar do carro. Felizmente, ele nunca acordava mal-humorado.

      – Estamos no castelo, mamã?

      – Sim, querido. Vou fechar o carro e caminharemos até lá.

      – Não consigo vê-lo.

      – Espera um minuto. Temos de subir a escada.

      Enquanto subiam os degraus, os olhos do menino permaneciam fixos na torre que dominava a colina. Havia uma lenda contando que Frederico Stefano Valeri construíra aquela torre para que a sua esposa pudesse ver os barcos a voltar do mar e os canaviais que ardiam durante a colheita.

      – Podemos ir lá acima, mamã?

      – Hoje não, querido. Mas vamos conhecer o salão de baile. Soube que há grandes bolas cobertas de espelhos penduradas no tecto, e a madeira que reveste o piso foi cortada de forma a criar desenhos interessantes.

      Por todas as partes era possível ver samambaias, folhagens exuberantes e flores tropicais. Do lado da escada partia um caminho calcetado sobre um relvado impecável. Alguns metros à frente havia um alpendre sustentado por colunas graciosas, e logo depois dele abria-se a entrada para o castelo. Era uma área espaçosa em cujo centro havia uma fonte cercada por grupos de mesas e cadeiras. Num desses grupos estavam três pessoas, e Gina experimentou uma forte tensão ao reconhecê-las.

      Alex King conversava com a avó. Alex King e a sua noiva. Vira a foto publicada no jornal que anunciara o noivado, e por isso podia identificá-los. O homem já tinha alguém especial na sua vida. Além do mais, nunca tivera uma oportunidade de conhecê-lo realmente. No entanto, se existia um homem capaz de fazê-la virar a cabeça e suspirar, esse homem era o «Rei do Açúcar».

      Amara Angelo, o marido, e ele tinha sido a sua vida real. Alex sempre fora uma fantasia impossível. Mas, ao sentir o seu olhar atento enquanto se aproximava do grupo levando o filho pela mão, ela experimentava intensos arrepios e temia que todos pudessem ouvir as batidas do seu coração. Nunca vira homem mais belo! Grande e forte, ele possuía um ar de autoridade insuperável, como se fosse capaz de lidar com tudo o que surgisse no seu caminho. Definitivamente um rei, comparado a outros da sua espécie.

      Ele sorriu para Marco, e o sorriso transformou os ângulos duros do seu rosto. Os olhos brilhavam para o seu filho, olhos surpreendentemente azuis, em contraste com a pele morena e os cabelos negros típicos da sua origem italiana. Os olhos claros deviam ter sido herdados do pai. De qualquer maneira, eles acrescentavam um carisma ainda maior à presença imponente de Alex.

      Gina devia ter-se dirigido à ponta da mesa ocupada por Isabella, mas, sem pensar, atraída de forma magnética pela beleza perfeita de Alex King, caminhou na direcção oposta. Ele levantou-se para cumprimentá-la, e nesse momento Gina teve consciência do quanto era alto e forte. A sua cabeça mal conseguia alcançar a altura dos ombros largos.

      – O meu neto, Alessandro – apresentou-o Isabella de onde estava. O sorriso benevolente aliviou a tensão e o temor de Gina. Pelo menos não fora rotulada de mal-educada ou grosseira. – E a noiva dele, Michelle Banks.

      Gina assentiu e sorriu. A resposta foi um sorriso gelado formado por lábios carnudos e pintados de vermelho brilhante. A beleza da mulher era quase desmoralizante! Loura, usava os cabelos presos num carrapito clássico, realçando assim o rosto harmonioso e os olhos verdes e amendoados. O pescoço gracioso separava a cabeça de um corpo esbelto como o de uma modelo.

      Ela usava uma camisola de tecido elástico e gola alta, e as cores vibrantes da estampa contrastavam com as calças pretas de cintura baixa. Um traje perfeito para mulheres de seios pequenos, ancas estreitas e curvas modestas.

      Gina sentiu-se gorda. O que era uma estupidez, porque nunca fora sequer roliça. Tinha proporções diferentes das de Michelle Banks, certamente, mas era só isso. Então, por que o argumento não amenizava o peso que se instalara no seu coração? Aquele era o tipo de mulher com quem Alex King pensaria em casar. Com quem se casaria.

      – Gina Terlizzi e o seu filho, Marco – Isabella concluiu as apresentações.

      – É um prazer conhecê-los. – O tom profundo e sonoro provocou um arrepio nas costas de Gina. – Os Terlizzi sempre foram uma família de muito respeito. Continuam no ramo dos barcos pesqueiros?

      – Quase todos os homens da família, pelo menos – respondeu ela, surpreendida por descobrir que Alex os conhecia.

      Há muitos anos, o pai dele, Robert King, tinha financiado o início do empreendimento dos Terlizzi. O seu bisavô, Frederico Stefano Valeri, iniciara a tradição de oferecer financiamentos a imigrantes italianos interessados em estabelecer os seus negócios naquela região, onde os bancos se negavam a ajudá-los. Todos sabiam que os King estavam sempre dispostos a ouvir e discutir uma boa proposta, mesmo quando todas as instituições financeiras se negavam a considerá-la. A decisão final era tomada a partir da capacidade de sucesso do empreendedor, não nas garantias que ele podia oferecer, e ninguém jamais deixara de saldar as suas dívidas com os King.

      – Tu és a viúva de Angelo, não? – indagou Alex em tom simpático.

      Ela assentiu, atónita por ele conhecer também o nome do seu marido.

      – Lembro-me de ter lido alguma coisa sobre ele ter ido buscar um navegante solitário cuja embarcação encalhou nos recifes.

      – Uma tempestade surpreendeu-o no caminho. Os dois pereceram – contou Gina com a voz embargada pela emoção.

      – Um homem corajoso. E uma perda dolorosa para ti e para o teu filho. Espero que a tua família esteja a cuidar bem de vocês.

      – Oh, sim, muito bem.

      – Que bom. A minha avó contou-me que vieste para cantar. Não queres uma bebida antes do teste? Por favor… – Apontou para as cadeiras vazias do outro lado da mesa, diante da sua noiva. – O que preferes? Vinho, sumo de fruta, água…?

      – Água, obrigada.

      – E tu, Marco?

      – СКАЧАТЬ