Sedução Diabólica. Barbara Cartland
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Название: Sedução Diabólica

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781782136118

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СКАЧАТЬ percebido o convite nos olhos dela, desde a primeira vez que a olhara. Sabia também que o modo como aquela mulher procurava ignorá-lo, era um desafio que muitos homens achavam irresistível.

      Agora, finalmente, ele estava sucumbindo, mas, não iria muito longe, disse a si mesmo. Só queria fazer um reconhecimento do terreno e ver se suas suspeitas eram verdadeiras ou falsas. Se ela tinha mesmo tanto poder de sedução ou tudo não passava de boato.

      Para Ofélia, ele era apenas mais um, na longa sequência de amantes da madrasta. Sentia-se mal em ver o quanto Circe traía o marido.

      Tudo que acreditava ser do mais sagrado, era desprezado por aquela mulher que tinha tomado o lugar de sua mãe, aquela mulher que dormia na cama de sua mãe e usava suas joias.

      Circe odiava a enteada. Ofélia desprezava a madrasta que era capaz de descer tão baixo, mas sentia também um medo físico, algo que nunca havia sentido antes.

      Agora, estava apreensiva, angustiada, sentindo uma dor no peito, imaginando o que aconteceria, se o Conde dissesse a Circe que ela lhe havia falado sobre Jem Bullet. Ao mesmo tempo, achava que tinha sido muito corajosa, pois talvez ele pudesse ainda salvar aquele pobre homem, que estava quase morrendo de fome.

      Foi a própria filha de Jem, que muitas vezes ajudava Ofélia a se vestir e pentear, quem lhe contara sobre as condições de penúria a que fora reduzido.

      –Acho que um cavalheiro como o Conde de Rochester– Emily tinha dito–, devia ter mais consideração e não deixar o meu pobre pai morrer de fome, depois de servi-lo durante tantos anos.

      –Claro que o Conde deu a ele uma pensão, quando o aposentou, não v ?

      –Nem um centavo, milady– Emily falou, sacudindo a cabeça.

      –Por que o seu pai não procura o Conde ?

      –Logo depois do acidente, ele não podia andar milady, e quando conseguiu caminhar com uma bengala, foi até o Castelo de Rochester procurar o administrador.

      –E o que ele disse?

      –Disse que ia fazer o que pudesse, mas o Conde era muito avarento com os que não podiam mais servi-lo.

      –Que desgraça! Não posso nem imaginar se papai se comportasse assim…

      Enquanto falava, sabia que, se o pai não era capaz daquilo, a madrasta era. Talvez outras pessoas da alta sociedade fossem mais parecidas com aquela víbora.

      Emily fez com que Ofélia sentisse tanta pena de Jem Bullet, que insistiu em visitá-lo. Foram de carroça, porque Lady Langstone nunca deixava a enteada usar a carruagem da família. Tiveram que passar pelos pobres casebres de Lambeth, e Ofélia sentiu-se deprimida com tanta miséria.

      Quando finalmente chegaram na casa em que Jem Bullet vivia, não pôde acreditar que um ser humano fosse Conde nado a uma existência naquele lugar. Nem o fazendeiro mais mesquinho se atreveria a criar porcos ali.

      O chão estava limpo. Jem o lavava sempre, mas as paredes caíam aos pedaços, emboloradas. As dobradiças e fechaduras estavam enferrujadas e não havia vidro nas janelas.

      Ofélia quase não tinha dinheiro, pois só recebia uma pequena mesada para pagar seus vestidos e as poucas coisas de que precisava.

      Quando reclamou com o pai, a madrasta interferiu, convencendo-o de que era uma perdulária e não precisava de mais nada. Reclamou até da comida que Ofélia comia, dizendo que não podiam pagar desperdícios.

      Tudo mentira. Lord Langstone era um homem rico. Acreditou na esposa, mas ao mesmo tempo ofereceu uma mesada um pouco maior à filha. Quando o dinheiro chegou, Ofélia entregou-o a Emily.

      Pensou em pedir que o pai ajudasse Jem Bullet, mas depois da cena que a madrasta fez, desistiu da ideia .

      Desde que visitou Jem, em Lambeth, passou a odiar o Conde, como odiava poucas pessoas.

      Claro que já tinha ouvido falar dele. Na escola, as garotas repetiam as histórias que ouviam de suas mães e avisavam, umas às outras, que evitassem ser vistas perto, daquele homem.

      –Mamãe falou que ele é o diabo em pessoa– uma menina disse.

      –Mas, francamente, é tão bonito, que gostaria de encontrá-lo.

      –Se ficar perto dele, não será mais convidada para nenhum baile– uma outra avisou.

      –Mamãe me disse que a filha de uma dama que saiu com o Conde foi completamente marginalizada da sociedade.

      Aquilo irritou Ofélia:

      –Isto não está certo! Ela não pode ser culpada pelo que a mãe faz!

      –Mamãe disse que quem brinca com fogo acaba se queimando!– foi a resposta.

      Ofélia achou que era verdade. Ao mesmo tempo, sabendo o quanto o Conde gastava com cavalos, parecia incrível que fosse tão mesquinho para com um homem incapaz de continuar trabalhando por causa de um acidente do qual era culpado.

      Jem lhe contou o que havia acontecido.

      Ele estava treinando um cavalo muito arisco, para que saltasse os obstáculos que o Conde tinha erguido na fazenda.

      Eu ia pular com ele, como sempre, senhorita, mas um passarinho voou exatamente naquele momento, atrapalhou o salto e fomos os dois para o chão. Ele caiu por cima de mim.

      –Oh, que horror!

      –Era um ótimo cavalo e eu gostava muito de montá-lo. Foi só má sorte.

      Ficou comovida com o homem que não culpava o cavalo. Ao voltar para casa, com Emily, estava convencida de que o Conde, era a pessoa mais cruel do mundo.

      Na verdade, nunca esperou encontrá-lo frente a frente.

      A madrasta estava recebendo vários outros homens, nenhum dos quais merecia tantas flores. Quando, inesperadamente, naquela manhã, Ofélia foi chamada, subiu apreensiva, imaginando o que teria feito de errado.

      Para sua surpresa, encontrou Circe sentada na cama e de incrível bom humor. Era uma agonia vê-la ali, onde tantas vezes tinha visto sua mãe, pela manhã. Entretanto, tinha que admitir; a madrasta era muito bonita.

      O longo cabelo vermelho, que chegava quase até a cintura, estava solto, sobre os ombros. Ainda não tinha passado os numerosos cosméticos que ficavam nos vidros sobre a penteadeira. A pele era branca e macia e os olhos, mesmo sem pintura, pareciam misteriosos e brilhantes.

      –Mandei comprar algumas flores, Ofélia, e quero que as arrume melhor do que na semana passada.

      Não respondeu. Sabia que tinha feito lindos arranjos, porque a mãe lhe ensinara. Mas a madrasta nunca ficava contente com nada que fizesse.

      –Quero lírios, palmas e rosas no boudoir. Coloque um vaso na lareira, pois agora está quente demais e não precisamos de fogo, e arrume bem os vasos das mesas, principalmente ao lado do sofá.

      –Farei isso, senhora.

      –Espero que faça!– СКАЧАТЬ