Название: Sedução Diabólica
Автор: Barbara Cartland
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland
isbn: 9781782136118
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– Oh, sim! Agora me lembro. Ele teve um acidente. Eu o aposentei.
– Sem nenhuma pensão!
–Isto, não é verdade.
A voz do Conde estava agressiva.
–Nunca, em toda a minha vida, Srta. Langstone, e isto é absoluta verdade, aposentei um homem ou uma mulher que me tivessem servido bem, sem lhes garantir o futuro.
–Mas não Jem Bullet.
Agora, a voz dela tinha um tom que o Conde percebeu ser de crítica. Abriu a boca para responder, mas naquele momento ouviu um som do lado de fora da porta. A jovem á sua frente começou a dizer, em uma voz que ele mal conseguia ouvir tudo.
–Por favor, por favor, não conte à minha madrasta que… falou comigo.
Estava quase chorando, sem dúvida, de medo. Então, com a leveza e a rapidez de uma brisa, ela passou por ele, antes que a porta fosse aberta.
Mas a pessoa que temia não estava lá. Era apenas o mordomo.
Ofélia passou por ele, sem uma palavra, e desapareceu no interior da casa.
–A senhora pede que me acompanhe– disse o mordomo–, ela pede que o senhor venha até o seu boudoir, a pequena sala íntima, perto do quarto.
Era o que o Conde esperava. Seguiu o mordomo.
No caminho, descobriu-se tentando ver algum sinal de Ofélia, mas só percebeu o silêncio da casa imensa e o roçar dos próprios passos nos tapetes.
–Jem Bullet!
Pronunciou o nome baixinho, lembrando agora perfeitamente do homem inteligente, que montava seus cavalos e sempre ganhava todos os prêmios.
Lembrou-se do acidente. Tinha-se sentido triste e desapontado, ao saber que Jem Bullet não poderia mais montar, mas naturalmente, havia providenciado uma garantia para seu futuro, como sempre fazia.
Ficou imaginando como Ofélia havia recebido aquela informação falsa, e porque estaria preocupada com os empregados de outras pessoas. Pensando nela, percebeu que sabia bem pouco sobre os Langstone. A não ser que, Lady Langstone o perseguia há algum tempo.
Para o Conde, não era nenhuma novidade, ser perseguido, por aquele tipo de mulher. Era um alívio saber, que as mães de mocinhas casadouras o evitavam a qualquer custo. Tinha até ficado um pouco desconcertado, quando foi aceito na melhor sociedade da Corte.
Só seus melhores amigos, e eram bem poucos, conheciam a personalidade complexa de Gerald Wilmot e os motivos que o levaram a escolher o Condado de Rochester, quando o Rei lhe ofereceu um título.
Todos os antigos senhores de Rochester, tinham fama de galanteria e rebeldia. A começar pelo primeiro Conde, descrito por seus biógrafos como “bravo, humano e um boêmio de bom coração”.
Gerald não só admirava esse homem que havia vivido cem anos antes, como também se identificava com seus problemas familiares. Ambos tiveram mães puritanas e dominadoras que censuravam seus excessos de bebedeiras, e de certa forma eram as responsáveis por eles.
As coincidências não paravam aí, como o primeiro Conde, Gerald também ocupava um cargo na Câmara dos Lordes, que assumiu aos vinte e um anos, depois da morte de seu pai, Lord Wilmot, e se interessava bastante pela Marinha.
Denunciava apaixonadamente a política com que a Marinha estava sendo conduzida, com os marinheiros demitidos ou aposentados, logo após a assinatura do Tratado de Amiens, em março de 1802.
Entretanto, muito antes disso, já havia-se distinguido por sua bravura e imaginação.
Tinha trazido, com toda segurança, um grande número de fugitivos da Revolução Francesa, cujas cabeças estavam ameaçadas pela guilhotina.
Foi como recompensa por esse feito que o Rei George III lhe ofereceu um título. Sem hesitar, sabendo que deixaria a mãe furiosa, Gerald Wilmot respondeu:
–Se Sua Majestade não se importa, quero ser o novo Conde de Rochester.
Na ocasião, o título estava sem herdeiro e o condado quase extinto, e o ex-estudante boêmio, que os colegas de Oxford chamavam de Gerald “Rake” Wilmot, preparou-se para seguir os passos de seu antecessor. Principalmente, ao que tudo indicava, em relação às damas.
Levava uma vida alegre, despreocupada, com amigos em toda parte e principalmente na corte do Príncipe de Gales e da Rainha, que, aliás, o considerava libertino demais para ser uma boa companhia para o jovem Príncipe.
Se o primeiro Conde, John, tinha sido um demônio com as mulheres, “Rake” levava sobre ele a vantagem de ser um homem extremamente bonito, que combinava a audácia com o cinismo, um sorriso simpático e uma língua ferina.
Só numa coisa eram completamente diferentes. John tinha-se apaixonado por Elizabeth Barry, a quem dedicou poesias, e não havia na vida do atual Conde ninguém que inspirasse versos como os que o outro escreveu: “Eu só lhe estou fazendo justiça, amando-a, como nunca mulher alguma foi amada”.
Às vezes, Earl encontrava alguém atraente, mas nenhuma dama ouvira dele o que Elizabeth Barry ouvira de John:
“Quando com a arte do amor sem resistência, com seus olhos ela me escravizou”.
Rake nunca se tinha sentido assim. Nunca havia sido escravizado por uma mulher, nem tinha o menor desejo de o ser. As mulheres eram um divertimento, serviam para o riso, para o seu desejo, e nada mais. Viu claramente o inferno que a mãe tinha feito da vida do pai e jurou que aquilo não aconteceria com ele.
Passava de um caso de amor para outro, com uma rapidez e uma naturalidade que assustavam as mães protetoras. Não havia donzela na Corte que já não tivesse sido advertida pelos pais:
–Quero deixar uma coisa bem clara; se, por má sorte, você estiver na mesma festa que Rake Rochester, evite-o. Se me desobedecer, será mandada embora de Londres no dia seguinte.
Entretanto, as mulheres sofisticadas, com maridos distraídos, sempre o olhavam com um ar curioso.
O Conde sabia que podia escolher quem lhe agradasse, mas todas lhe pareciam muito cansativas e, com o tempo, foi ficando cada vez mais aborrecido com elas.
Durante a juventude, se dedicava seriamente a suas conquistas. Depois, a facilidade delas o deixou enfastiado. Agora, só queria uma coisa; que as mulheres não o aborrecessem.
Por causa disso, tinha resistido tanto tempo aos avanços de Lady Langstone. Mas Circe, como ela própria se havia apelidado, era muito persistente.
Escolhera este apelido para esquecer o nome banal de Adelaide Charlotte, que parecia não combinar com sua ambição de poder sobre os homens. Um poder considerável.
Circe, exercia sobre eles o mesmo fascínio que Rake sobre as mulheres. Trocava de amantes com frequência, descartando-se deles assim que a aborreciam ou cansavam, e estava sempre à procura de uma nova conquista. Era uma das mulheres mais diabolicamente atraentes e o Conde reconhecia isso. Tinha olhos imensos, misteriosos, cabelo vermelho escuro СКАЧАТЬ