Название: A Carícia da Morte
Автор: Блейк Пирс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Современные детективы
Серия: Um Mistério de Riley Paige
isbn: 9781640294370
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Gabriela voltou para a cave, deixando Riley e Ryan sozinhos. Ryan ficou a olhar para as escadas, parecendo algo atordoado.
Espero que não esteja arrependido, Pensou Riley. Vou precisar do apoio dele.
Muito tinha acontecido entre ela e Ryan. Nos últimos anos do seu casamento, fora um marido infiel e um pai ausente. Tinham-se separado e divorciado. Mas ultimamente Ryan parecia outro homem e passavam cada vez mais tempo juntos.
Tinham conversado sobre o desafio de introduzir a Jilly nas suas vidas. Ryan parecera entusiasmado com a ideia.
“Ainda concordas com isto?” Perguntou-lhe Riley.
Ryan olhou para ela e disse, “Sim. Mas vai ser duro, muito duro.”
Riley anuiu e seguiu-se um silêncio incómodo.
“Penso que talvez seja melhor eu ir embora,” Disse Ryan.
Riley sentiu-se aliviada. Deu-lhe um beijo leve, ele vestiu o casaco e foi-se embora. Riley preparou uma bebida e sentou-se sozinha na sala de estar.
No que é que nos meti? Interrogou-se.
Ela esperava que as suas boas intenções não dividissem novamente a sua família.
CAPÍTULO DOIS
Riley acordou apreensiva na manhã seguinte. Aquele ia ser o primeiro dia da vida de Jilly na sua nova casa. Tinham muito que fazer e Riley esperava que tudo corresse pelo melhor.
Na noite anterior apercebera-se que a transição de Jilly para a sua nova vida envolveria trabalho árduo de todos. Mas April tinha intervido e ajudara Jilly a instalar-se. Tinham escolhido roupas para Jilly usar no dia de hoje – não das que trouxera consigo num saco de compras, mas das coisas novas que Riley e April lhe tinham comprado.
Jilly e April tinham ido para a cama, por fim.
Riley também tinha ido, mas o seu sono fora perturbado e agitado.
Agora levantara-se e vestira-se, e dirigia-se para a cozinha onde April ajudava Gabriela a preparar o pequeno-almoço.
“Onde está a Jilly?” Perguntou April.
“Ainda não se levantou,” Disse April.
Riley ficou preocupada.
Dirigiu-se ao fundo das escadas e gritou, “Jilly, é altura de te levantares.”
Nenhuma resposta lhe chegou. De repente, foi dominada pelo pânico. Teria Jilly fugido durante a noite?
“Jilly, ouviste-me?” Chamou. “Temos que te matricular na escola agora de manhã.”
“Estou a ir,” Respondeu Jilly.
Riley respirou de alívio. O tom de Jilly era soturno, mas pelo menos estava ali e a colaborar.
Em anos recentes, Riley ouvira com frequência aquele mesmo tom de April. Agora April parecia ter passado essa fase, embora ainda tivesse recaídas de tempos a tempos. Riley interrogou-se se estaria mesmo à altura da tarefa de criar outra adolescente.
E naquele preciso momento, alguém bateu à porta. Quando Riley abriu a porta, deparou-se com o seu vizinho Blaine Hildreth.
Riley estava surpreendida por vê-lo, mas não desagradada. Blaine era alguns anos mais novo do que ela, um homem atraente e encantador, proprietário de um restaurante sofisticado na cidade. Na verdade, ela sentira uma inconfundível mútua atração entre eles que impossibilitava qualquer hipótese de restabelecer a ligação com Ryan. Mas mais importante do que tudo, Blaine era um vizinho maravilhoso e as filhas de ambos, melhores amigas.
“Olá Riley,” Cumprimentou Blaine. “Espero que não seja demasiado cedo.”
“De maneira nenhuma,” Disse Riley. “O que se passa?”
Blaine encolheu os ombros com um sorriso triste.
“Vim cá para me despedir,” Disse ele.
Riley ficou perplexa.
“O que é que queres dizer com isso?” Perguntou.
Ele hesitou e antes de responder, Riley viu um enorme camião estacionado em frente à sua casa. Homens transportavam mobília da casa de Blaine para o camião.
Riley ainda não conseguia acreditar no que via.
“Vais-te mudar?” Perguntou.
“Pareceu-me o melhor a fazer,” Disse Blaine.
Riley quase não conseguiu evitar perguntar, “Porquê?”
Mas era fácil adivinhar. Viver como vizinho de Riley provara ser perigoso e aterrador, tanto para Blaine como para a filha, Crystal. O penso que ainda ostentava no rosto provava-o. Blaine fora gravemente ferido quando tentara proteger April do ataque de um assassino.
“Não é o que estás a pensar,” Disse Blaine.
Mas Riley conseguia perceber pela sua expressão que se tratava exatamente daquilo em que ela estava a pensar.
Ele prosseguiu, “Chegámos à conclusão que este lugar não era o mais conveniente. Fica muito longe do restaurante. Encontrei uma casa bem agradável mais perto. Tenho a certeza que compreendes.”
Riley sentia-se demasiado confusa e aborrecida para responder. Memórias do terrível incidente regressaram numa torrente arrasadora.
Ela estava em Nova Iorque a trabalhar num caso quando soubera que um assassino brutal estava à solta. Chamava-se Orin Rhodes. Dezasseis anos antes, Riley fora obrigada a abater a namorada num tiroteio e ele fora preso. Quando Rhodes foi finalmente libertado de Sing Sing, jurara vingar-se de Riley e de todos os que ela mais amava.
Antes de Riley conseguir chegar a casa, Rhodes invadiu a sua casa e atacou April e Gabriela. Na casa ao lado, Blaine apercebera-se da luta e interviera para ajudar. O mais certo era ter salvo a vida de April. Mas fora gravemente ferido ao tentar.
Riley visitara-o duas vezes no hospital. Da primeira vez fora devastador. Ele ainda estava inconsciente com tubos intravenosos nos dois braços e uma máscara de oxigénio. Riley culpara-se amargamente do que lhe acontecera.
Mas quando o visitou pela segunda vez, ficou mais animada. Ele estava alerta e alegre, e até brincara com um pouco de orgulho da sua imprudência.
Acima de tudo, ela lembrava-se do que ele lhe dissera na altura…
“Eu faria qualquer coisa por ti e pela April.”
Era óbvio que já não tinha tanta certeza. O perigo de ser vizinho de Riley provara ser um fardo demasiado pasado para ele e agora ia-se embora. Ela não sabia se se devia sentir magoada ou culpada. De uma coisa tinha a certeza: sentia-se desiludida.
Os pensamentos de Riley foram interrompidos pela voz de April atrás dela.
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