Apenas os Dignos . Морган Райс
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Читать онлайн книгу Apenas os Dignos - Морган Райс страница 5

СКАЧАТЬ a passar num dia ensolarado. Um homem, Kavo, franziu a testa e deu um passo adiante, com um ar autoritário. Ela olhou para baixo e viu o chicote na sua mão.

      "Há uma maneira fácil de fazer isto", disse ele, com uma voz dura como o aço. "E uma maneira difícil."

      Rea sentiu o seu coração a bater com mais força e olhou para ele bem nos olhos. Ela lembrou-se do que o pai lhe havia dito uma vez, quando ela era uma menina: nunca recues. Perante ninguém. Luta pelo que queres, mesmo que as hipóteses estejam contra ti. Especialmente se as hipóteses estiverem contra ti. Olha sempre para o valentão maior. Ataca primeiro. Mesmo que isso signifique a tua vida.

      Rea explodiu em ação. Sem pensar, ela estendeu a mão, agarrou num bastão da mão de um dos homens, aproximou-se e, com toda sua força, golpeou Kavo no seu plexo solar.

      Kavo arfou ao cair de joelhos e Rea, não lhe dando outra hipótese, golpeou-o na cara. O seu nariz partiu-se e ele largou o chicote e caiu no chão, segurando o nariz e gemendo na lama.

      Rea, ainda segurando firmemente o bastão, olhou para cima e viu o grupo de rostos horrorizados e em choque a olhar para ela. Todos eles pareciam um pouco menos certos.

      "É o meu filho", ela cuspiu. "Eu vou tê-lo. Se vierem atrás de mim, da próxima vez não vai ser um bastão na vossa barriga, mas uma espada."

      Com aquilo, ela segurou com mais força o bastão, virou-se e, lentamente, afastou-se, acotovelando a multidão para passar. Nenhum deles, ela sabia, se atreveria a segui-la. Não agora, pelo menos.

      Ela afastou-se, com as mãos a tremer, com o coração a bater com força, sabendo que seriam uns longos seis meses até que o seu bebé nascesse.

      E sabendo que da próxima vez que eles viessem atrás dela, viriam para matá-la.

      CAPÍTULO TRÊS

      Seis Luas Mais tarde

      Rea estava encostada ao monte de peles junto da sua crepitante pequena fogueira, total e completamente sozinha, a gemer e a gritar em agonia quando as suas dores de parto chegavam. Lá fora, o vento do inverno uivava e os ferozes vendavais faziam com que as persianas batessem contra as paredes da casa e a neve se desintegrasse em fluxos por cima da cabana. A tempestade combinava com a sua disposição.

      O rosto de Rea brilhava com suor. Ela estava ao lado da pequena fogueira, mas não conseguia aquecer, apesar das chamas furiosas, apesar de o bebé chutar e girar na sua barriga como se estivesse a tentar sair. Ela estava molhada e com frio, tremendo toda, tendo a certeza de que iria morrer naquela noite. Outra dor de parto. Ao sentir-se naquele estado, ela desejava apenas que o saqueador a tivesse matado naquele momento; teria sido mais misericordioso. Aquela longa e lenta tortura, aquela noite de pura agonia, era mil vezes pior do que qualquer coisa que ele jamais lhe pudesse ter feito.

      De repente, ainda mais alto do que os seus gritos, por cima dos vendavais ouviu-se outro som – talvez o único som que ainda era capaz de lhe provocar uma sacudidela de medo pela sua espinha acima.

      Era o som de uma multidão. Uma multidão enfurecida de aldeões que ela sabia que vinham para matar o seu filho.

      Rea convocou todas as sua últimas forças, forças que nem ela sabia que lhe ainda lhe restavam e, agitando-se, conseguiu, de alguma forma, levantar-se do chão. A gemer e a gritar, ela caiu de joelhos, cambaleando. Agarrou-se a uma estaca de madeira na parede e, com toda a sua força, com um grande grito, levantou-se.

      Ela não conseguia dizer se lhe doía mais estar deitada ou em pé. Mas ela não tinha tempo para refletir sobre isso. O barulho da multidão estava cada vez mais alto, mais perto. Ela sabia que eles iriam chegar em breve. A sua morte não iria incomodá-la. Mas a morte do seu bebé – isto era outra questão. Ela tinha que colocar aquela criança em segurança, custasse o que custasse. Era a coisa mais estranha, mas ela sentia-se mais ligada à vida do bebé do que à sua própria vida.

      Rea conseguiu cambalear até a porta e chocou contra ela, usando a maçaneta para se conseguir erguer. Ela ficou ali, a respirar com dificuldade por alguns segundos, descansando na maçaneta, preparando-se. Finalmente, ela virou-a. Agarrou a forquilha que estava encostada à parede e, apoiando-se nela, abriu a porta.

      Rea foi recebida por uma tempestade repentina de vento e neve, suficiente fria para lhe tirar o fôlego. Ela ouvia os gritos mais altos com o vento, ficando apavorada ao ver ao longe as tochas, serpenteando o seu caminho na sua direção como pirilampos enfurecidos na noite. Olhou para o céu e entre as nuvens vislumbrou uma enorme lua vermelho-sangue, enchendo o céu. Engasgou-se. Não era possível. Ela nunca tinha visto a lua a brilhar assim e nunca a tinha visto numa tempestade. Ela sentiu um pontapé certeiro na sua barriga e, de repente, ela percebeu, sem sombra de dúvidas, que a lua era um sinal. Era um sinal do nascimento do seu filho.

      Quem é ele? ela questionava-se.

      Rea segurava a barriga com as duas mãos enquanto outra pessoa se contorcia dentro dela. Ela conseguia sentir o seu poder, com dores para romper em sofrimento e sair, como se ele estivesse ansioso para lutar, ele mesmo, contra aquela multidão.

      Então eles chegaram. As tochas de fogo iluminaram a noite e a multidão apareceu diante dela, saindo dos becos, dirigindo-se a si. Se ela estivesse no seu estado normal, forte, capaz, ela teria marcado uma posição. Mas ela mal conseguia andar – mal se aguentava em pé – e não os conseguia enfrentar naquele momento. Não com o seu filho prestes a nascer.

      Mesmo assim, Rea sentia uma fúria primitiva a percorrê-la, juntamente com uma força primitiva que ela sabia vir do seu bebé. Ela teve, também, uma descarga de adrenalina e as suas dores de parto momentaneamente diminuíram. Por um breve instante, sentiu-se de volta a si mesma.

      O primeiro dos aldeões chegou, um homem baixo, gordo, que corria para ela, segurando uma foice. Ao aproximar-se, Rea deu um passo atrás, agarrou a forquilha com ambas as mãos, deu um passo para o lado e lançou um grito primitivo, enquanto a direcionava diretamente para a sua barriga.

      O homem parou em choque e, em seguida, sucumbiu aos seus pés. A multidão parou também, a olhar para ela em choque, não estando claramente à espera daquilo.

      Rea não esperou. Ela sacou da forquilha num movimento rápido, girou-a por cima da sua cabeça e golpeou o aldeão que se seguiu nas maças do rosto no momento em que ele se lançou para ela com o seu taco. Ele caiu, também, na neve a seus pés.

      Rea sentiu uma dor terrível de lado quando um outro homem correu e a atacou, atirando-a para o chão. Eles deslizaram pela neve. Rea gemeu de dor ao sentir o bebé a dar pontapés dentro dela. Ela lutou com o homem da neve, lutando pela sua vida e, quando ele momentaneamente aligeirou a sua força, Rea, desesperada, enfiou-lhe os dentes no seu rosto. Ele gritava enquanto ela mordia com força, tirando-lhe sangue, provando-o, não estando disposta a parar, pensando no seu bebé.

      Por fim, ele saiu de cima dela, agarrando o seu rosto e Rea viu ali a sua oportunidade. Escorregando na neve, ela conseguiu pôr-se de pé, pronta a correr. Ela estava quase a conseguir quando, de repente, sentiu uma mão agarrar o seu cabelo por trás. Aquele homem quase que lhe arrancou os cabelos da cabeça ao puxá-la para o chão, arrastando-a. Ela olhou e viu Severn a olhar para ela com má cara.

      "Deverias ter ouvido quanto tiveste oportunidade", ele fervia. "Agora vais ser morta, juntamente com o teu bebé."

      Rea ouviu a multidão a aclamar e ela sabia que tinha chegado o seu fim. Fechou os olhos e rezou. Ela nunca tinha sido uma pessoa religiosa, mas, naquele momento, tinha encontrado Deus.

      Eu СКАЧАТЬ