Название: Fantasmas, Garotas E Outras Aparições
Автор: Stephen Goldin
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Научная фантастика
isbn: 9788885356924
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— Por que ele não pode se livrar de você?
— Porque o Diretor da Agência Espacial Nacional é nomeado para um mandato de seis anos, do qual eu ainda tenho quatro. E além do mais, só o Congresso tem a autoridade para me demitir.
— Mas e as garotas? Ele não pode demiti-las?
— Graças a Deus, não! Como empregados civis da Agência, elas estão sob nosso status de “serviço excepto” - elas só podem ser demitidas por incompetência no desempenho de suas funções especificadas. E ninguém, — Hawkins sorriu — poderia jamais acusá-las disso.
Lugar Agradável para se Visitar
Essa história apareceu pela primeira vez em Vértice, outubro de 1973.
Olhando para trás, eu pareço ter uma fascinação por cidades antigas e desertas que os sonhos podem nos dar - mas por um preço bem alto. Existe tal cidade no meu romance CAÇA AO TESOURO, e uma culminação em UM MUNDO CHAMADO SOLIDÃO. Mas esta foi a primeira que apareceu. Gostaria de saber o que os estudiosos vão pensar que estou querendo dizer.
O limite da cidade estava precisamente a meio metro dos dedões da bota de Ryan. Ryan ficou parado lá, sem nenhuma pressa em atravessar aquela linha. Cinquenta centímetros eram tudo que estava entre ele e a possível loucura. Ele olhou para a cidade, tentando ler algo de sua silhueta inescrutável -- tentando e falhando.
Finalmente, puxou o comunicador de seu bolso. A caixa fria, metálica e retangular parecia confortavelmente estranha na mão dele. Este era um símbolo da Terra, aqui em meio extraterrestrialidade desse planeta. De alguma forma, a nave - e a própria Terra - não estava tão distante enquanto ele a segurava. Ryan não era um homem excepcionalmente corajoso; apesar de toda a propaganda, os escoteiros planetários tendiam a ter suas próprias falhas e medos humanos. O medo de Ryan era a solidão.
Mas ele falou em um calmo e uniforme tom. A voz dele ia, não para nenhum dos humanos na nave, mas para o computador modelo JVA que havia nela. A sociedade humana tornou-se muito grande, muito diversificada e muito complexa para as próprias mentes humanas compreenderem, e, portanto era necessária a ajuda mecânica. Computadores tornaram-se professor-pai-mãe da raça humana. O Java-10 era a contraparte portátil do enorme cérebro que controlava a terra.
— Estou prestes a entrar na cidade — disse Ryan.
— Não preciso sublinhar a importância de cuidado — o respondeu Java-10. — Cinco expedições anteriores foram perdidas lá dentro. Tente manter uma frequente, se não constante, comunicação. E lembre-se, se você falhar, não haverá mais tentativas. A cidade terá de ser destruída, apesar de seu valor em potencial.
— Eu entendo — Ryan disse tacitamente. — Câmbio e desligo. Ele desligou seu comunicador e o enfiou no bolso.
Ele ficou em pé perto do limite e hesitou. Mais à direita, sua nave de reconhecimento se agachou ao lado de outras cinco, preparada e pronta para uma imediata decolagem caso a necessidade surgisse. Atrás dele, ele sentia o deserto, seco e mortal, suas dunas de poeira deslocando suavemente sempre que uma brisa ao acaso soprava através delas. Em sua frente esperava a cidade, afiada em seu contorno, em sua beleza e estranheza. Paredes cintilantes se projetavam em ângulos inesperados, aparentemente pareciam ser produtos do delírio de um arquiteto bêbado. Estruturas frágeis e quase fálicas brotavam lateralmente de dentro de umas das outras, algumas vezes a centenas de metros do chão. Outros edifícios, ainda mais surpreendentes, pareciam ficar apenas suspensos no ar, sem apoio visível. Ocasionalmente, um vento tocava a cidade e fazia todas as obras vibrarem como um cristal cantante, e a cidade parecia suspirar um canto de sereia.
Homens tinham entrado nesta cidade, a única em um planeta desolado, cinco vezes antes. Nenhum desses homens jamais retornou. Os detectores não mostravam quaisquer formas de vida antes do homem chegar. Dezesseis formas de vida eram registradas agora - dezesseis homens que haviam desaparecido lá dentro. E agora era a chance de Ryan em se tornar a décima sétima.
Ninguém fazia ideia de quem tinha construído esta cidade, quando, ou por que. Tudo o que se sabia era que ela tinha engolido dezesseis homens, vivos, mas aparentemente impotentes de escapar apesar dos melhores armamentos que a Terra podia fornecer. A cidade gerava um campo de energia desconhecida que irradiava para fora, esfericamente, do centro da cidade a uma certa distância e não mais. Alguns dos homens que tinham entrado no campo continuaram em contato de rádio com suas naves por algum tempo depois; mas as informações recebidas tinham sido quase inúteis, já que os homens tinham entrando mais e mais profundamente em estados que só podiam ser denominados de delírio, e eventualmente perderam contato com a realidade completamente e cessaram a comunicação.
A curiosidade e a necessidade da tecnologia, para a Terra, que essa cidade representava era poderosa. Por causa disso, dezesseis homens entraram na cidade e ficaram loucos.
Talvez, haveria um décimo sétimo.
Expirando sonoramente, Ryan cruzou a fronteira.
***
Nada aconteceu. Ryan ficou ali, expectante, os músculos tensos e a mandíbula cerrada, mas não houve diferença entre suas sensações agora e as sensações de um momento antes. Ele pegou seu comunicador do bolso mais uma vez, saboreando o conforto que isso o dava. — Acabei de atravessar a barreira para dentro da cidade. Até agora, não sinto nenhum efeito.
— Bom — respondeu a nave. — Prossiga até o centro da cidade. Mova devagar e com cuidado.
— Entendido — Ryan disse, e desligou o aparelho de novo.
Os edifícios mais próximos ainda estavam a algumas centenas de metros. Ryan se aproximou deles com grande ponderação. Cada sentido estava se aguçando, procurando algum tipo de sinal, qualquer que seja, de perigo. Nada se moveu, e os únicos sons eram os sussurros do vento. A cidade não tinha nenhum odor, o que era ainda mais perceptível que um mau cheiro. Ryan teve a ligeira impressão de pisar em um castelo de cristal, mas esse pensamento desapareceu rapidamente.
Ele chegou ao primeiro prédio e estendeu uma hesitante mão para tocá-lo. Era suave e duro como vidro, mas ainda sim opaco; não parecia nem frio e nem quente para os dedos curiosos dele, mas fazia com que as pontas de seus dedos formigassem. Ele retrocedeu a mão. Nos lugares onde seus dedos tinham tocado ficaram pequenas e escuras marcas contra a superfície que era leitosa. As manchas desbotavam enquanto ele observava, até que a parede inteira ficou uniforme novamente.
Não havia nenhuma abertura ou brecha em qualquer lugar da parede. Ryan caminhou paralelamente a ela, sem tocá-la de novo. Ele procurou algum tipo de porta ou abertura para poder entrar no edifício. A parede parecia lisa, dura e contínua, sem nenhuma abertura aparente. Mesmo assim, uma seção da parede se abriu do nada, deixando uma espaçosa entrada para Ryan usar. Ele deu um pulo para trás, assustado, então puxou seu comunicador e descreveu o acontecimento mais recente para a nave em órbita acima dele.
— Alguma coisa com um perigo em potencial aconteceu além disso?— Foi a resposta.
— Ainda não. Ainda não parece haver qualquer sinal de vida, além da aparição dessa porta.
— Então você deve correr o risco de entrar e explorar — Java-10 disse friamente.
Claro, Ryan pensou, o que te СКАЧАТЬ