Fantasmas, Garotas E Outras Aparições. Stephen Goldin
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Название: Fantasmas, Garotas E Outras Aparições

Автор: Stephen Goldin

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Научная фантастика

Серия:

isbn: 9788885356924

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      Esta história apareceu pela primeira vez em Galáxia, em dezembro de 1968.

       Teve uma gênese bem interessante. Eu tinha vendido minha primeira história, “As Garotas do USSF 193,” (a próxima história neste volume), em 1965 e estava me sentindo muito orgulhoso de mim mesmo. Eu era um profissional. Eu tinha vendido uma história. Há três anos eu almejava isso. Um amigo meu também queria escrever, e eu dei a ele uma ideia, a que ele então vendeu. Bem, isso foi bom; meu protegido estava indo bem, mesmo que fosse com uma de minhas ideias antigas. Então, numa tarde de primavera, ele me ligou para dizer que ele tinha acabado de vender sua segunda história. Eu o felicitei com os dentes cerrados, e assim que, educadamente, desliguei o telefone, eu empurrei tudo que estava sobre minha mesa para o lado e comecei a escrever. No prazo de vinte e quatro horas, “Bons Sonhos, Melissa” foi escrita e enviada. Foi vendida no primeiro lugar que enviei.

       Meu amigo agora é um médico muito bem sucedido da optometria.

       “Bons Sonhos, Melissa” é provavelmente meu conto mais bem sucedido, reimpresso e fez parte de antologias inúmeras vezes.

      Fora de sua escuridão especial, Melissa ouviu a voz de Dr. Paul falando em sussurro na extremidade do quarto. — Dr. Paul — ela gritou. — Ah, Dr. Paul, por favor, venha aqui! A voz dela assumiu um gemido de desespero.

      A voz de Dr. Paul parou, e então murmurou algo. Melissa ouviu os passos dele se aproximarem dela. — Sim, Melissa, qual o problema?— Ele disse em um tom profundo, paciente.

      — Estou com medo, Dr. Paul.

      — Mais pesadelos?

      — Sim.

      — Você não precisa se preocupar com eles, Melissa. Não vão te machucar.

      — Mas eles são assustadores — Melissa insistiu. — Faça-os parar. Faça-os desaparecer como você sempre faz.

      Outra voz sussurrava na escuridão. Parecia com a do Dr. Ed. Dr. Paul ouviu os sussurros e, em seguida, disse sob sua respiração: — Não, Ed, não podemos deixar isso continuar assim. Estamos bem atrasados com o cronograma. — Então em voz alta: — Você terá que se acostumar com pesadelos em algum momento, Melissa. Todo mundo os tem. Eu não estarei aqui para sempre para fazê-los desaparecer.

      — Ah, por favor, não vá.

      — Ainda não estou indo, Melissa. Ainda não. Mas se você não parar de se preocupar com estes pesadelos, talvez eu tenha que ir. Me diga do que se tratam.

      — Bem, no começo eu pensei que eles fossem números, o que não é um problema porque os números não estão relacionados com pessoas, eles são agradáveis e gentis e não machucam ninguém como nos pesadelos. Então, os números começaram a mudar e se tornaram linhas - duas linhas de pessoas, e elas estavam correndo em direção uma da outra e se atirando. Havia fuzis e tanques e obuses. E as pessoas estavam morrendo também, Dr. Paul, muitas pessoas. Cinco mil, duzentos e oitenta e três homens morreram. E isso não foi tudo porque lá embaixo do outro lado do vale, houve mais tiros. E ouvi alguém dizer que estava tudo bem porque enquanto as baixas ficassem abaixo dos quinze ponto sete por cento durante as primeiras batalhas, a posição estratégica, que era o topo da montanha, poderia ser adquirida. Mas quinze ponto sete por cento da força total seria nove mil seiscentos e dois ponto sete sete oito nove um homens mortos ou feridos. Era como se eu pudesse ver todos aqueles homens lá deitados no chão, morrendo.

      — Eu te avisei que uma mentalidade de cinco anos ainda não era madura o suficiente para Logística Militar — Dr. Ed sussurrou.

      Dr. Paul o ignorou. — Mas isso foi em uma guerra, Melissa. Deve-se esperar que pessoas morram em uma guerra.

      — Por quê? Dr. Paul?

      — Porque... porque assim que uma guerra é, Melissa. E além do mais, isso não aconteceu de fato. Foi só um problema, como com os números, só que havia pessoas ao invés de números. Foi tudo de mentira.

      — Não, não foi, Dr. Paul — chorou Melissa. — Foi tudo real. Todas aquelas pessoas eram reais. Eu até sei seus nomes. Tinha Abers, Joseph T. Pfc., Adelli, Alonzo Cpl, Aikens...

      — Pare com isso, Melissa — disse Dr. Paul, sua voz subindo bem mais alto do que o normal.

      — Me desculpe, Dr. Paul — Melissa se desculpou.

      Mas o Dr. Paul não a tinha ouvido; ele estava ocupado sussurrando para Dr. Ed. —... nenhum outro recurso senão uma análise completa...

      — Mas isso poderia destruir toda a personalidade que trabalhamos tão duramente para construir. — Dr. Ed sequer se preocupou em sussurrar.

      — O que mais poderíamos fazer?— Dr. Paul perguntou cinicamente. — Esses “pesadelos” dela estão nos deixando ainda mais atrás com o cronograma.

      — Poderíamos tentar deixar Melissa analisar a si mesma.

      — Como?

      — Observe. — A voz dele começou a assumir os tons doces que Melissa entendeu que as pessoas usavam com ela, mas não umas com as outras. — Como você está?

      — Estou bem, Dr. Ed.

      — O que você acharia se eu te contasse uma história?

      — É uma história feliz, Dr. Ed?

      — Ainda não sei, Melissa. Você sabe o que é um computador?

      — Sim. É uma máquina de contagem.

      — Bem, os computadores mais simples começaram assim, Melissa, mas rapidamente ficaram mais complicados até que logo existiam computadores que podiam ler, escrever, falar e pensar por si mesmos, sem a ajuda de homens.

      — Agora, era uma vez, um grupo de homens que disseram que se um computador podia pensar por si só, ele era capaz de desenvolver uma personalidade, assim eles se propuseram a construir um que pudesse agir como uma pessoa de verdade. Eles o chamaram de Analisador de Sistemas Multi-Lógico, ou MLSA...

      — Parece um pouco com “Melissa” — Melissa deu uma risadinha.

      — Parece, não parece? Bom, estes homens perceberam que uma personalidade não é algo que simplesmente aparece no ar de uma vez; tem que ser desenvolvida lentamente. Mas, ao mesmo tempo, eles precisavam da capacidade de computação da máquina porque era o computador mais caro e complexo já feito. Então, o que eles fizeram foi dividir o cérebro do computador em duas partes - uma iria lidar com cálculos normais, enquanto a outra iria se desenvolver na personalidade desejada. Em seguida, quando a personalidade fosse desenvolvida o suficiente, as duas partes poderiam ser unidas novamente.

      — Pelo menos, essa é a maneira que eles pensavam que iria funcionar. Mas descobriu-se que o projeto básico do computador impedia uma completa dicotomia - significando dividir ao meio - das funções. Sempre que eles davam um problema para a parte de computação, uma parte dele necessariamente se infiltrava na parte da personalidade. Melissa, isso era ruim porque a parte da personalidade não sabia que era um computador; ela pensava que era apenas uma garota, como você. Os dados que se infiltraram a confundiram e assustaram-na. E quanto mais assustada e confusa ela ficava, mais sua eficiência diminuía e ela não funcionava mais СКАЧАТЬ