Название: Fantasmas, Garotas E Outras Aparições
Автор: Stephen Goldin
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Научная фантастика
isbn: 9788885356924
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O prédio era totalmente nu de mobiliário. O único detalhe lá dentro era uma larga escada em espiral que ascendia pelas paredes cilíndricas, subindo, subindo e subindo. Ele virou seu pescoço para seguir o percurso da escada, mas parecia ir ao infinito. A cada vinte e cinco degraus havia um largo patamar com uma pequena janela na parede para olhar a cidade. Um corrimão de plástico transparente corria ao longo da borda interna da escada.
Ryan avançou lentamente, ainda alerta para qualquer coisa que podia acontecer. O eco que as botas dele fazia enquanto raspavam ao longo do duro chão de pedra era quase ensurdecedor em comparação ao silêncio total que cobria o resto da cidade. Ele alcançou o início da escada e colocou a mão sobre os trilhos. O plástico era fresco e estranhamente reconfortante, como se ele tivesse encontrado um velho amigo nessa estranheza. Ele começou a subir as escadas cautelosamente, um pé à frente do outro, a mão firmemente sobre o corrimão. Os olhos dele escaneavam lado a lado, observando qualquer perigo concebível. Mas não houve nenhum. Então a impaciência se apoderou dele, e ele começou a correr pela escada.
Ele parou para respirar, finalmente, no quarto patamar. Ele estava agora talvez a cerca de dezesseis metros acima do nível do chão. A entrada ainda estava lá, esperando pacientemente por seu retorno, mas parecia muito menor desta altura. Ele andou até a janela, olhou para fora, e viu
a Cidade de Nova Iorque ao meio-dia, suas faixas de pedestres cheias de homens de negócios indo almoçarem, compradores transitando entre lojas com os pacotes sob seus braços
Ele piscou e olhou de novo. Havia apenas a cidade alienígena, erma e silenciosa, sempre à espera. Silêncio. Nenhum movimento, nenhum som, nenhuma sombra.
Com as mãos tremendo, Ryan praticamente rasgou o comunicador de seu bolso. Ele deixou seus dedos trêmulos acariciarem a forma retangular por um momento e, em seguida, fez outra chamada para a nave. — Aqui é Ryan chamando Java-10. Acabei de experienciar uma alucinação. — Ele descreveu brevemente o que tinha aparecido para ele por um curto momento lá fora da janela.
— Interessante — ponderou o computador. — Isso correlaciona com relatórios de outras alucinações observadas pelos seus antecessores. O que aconteceu com eles está começando a acontecer com você agora. Você deve ser duplamente cauteloso de agora em diante.
Ryan se sentou em um degrau para recuperar a sua compostura. Ele gostaria que seu parceiro, Bill Tremain, tivesse sido autorizado a acompanhá-lo nessa missão. Ele e Bill eram uma equipe desde a escola de formação. Juntos, eles tinham sondado mais de trinta mundos, enfrentando o desconhecido lado a lado. Ele não estaria se sentindo tão sozinho agora, ele sabia, caso Bill estivesse aqui com ele. Mas o computador não quis arriscar mais gente além do que era absolutamente necessário. Além disso, todas as explorações anteriores foram feitas por equipes de dois ou mais, e todos falharam; talvez um único homem tivesse uma chance melhor.
Um movimento foi capturado pelo canto do olho de Ryan. Ele girou a cabeça rapidamente para ver o que parecia ser uma figura humana sob as escadas abaixo dele e então, desapareceu. Uma figura ruiva. A figura de Bill Tremain. E isso era patentemente ridículo porque Bill Tremain estava a bordo da nave.
No entanto, Ryan caminhou lentamente descendo as escadas para investigar. Não havia ninguém lá, é claro; a parede abaixo da escada era lisa e dura, com nenhum lugar para alguém correr. Não, o edifício estava deserto, exceto por ele. O silêncio atestava isso.
— Procurando algo, Jeff?— Veio uma voz acima.
***
O homem que estava parado no terceiro patamar não era o parceiro de Ryan. Ao invés disso, era Richard Bael um velho conhecido dos dias da Academia. — Ah, não se preocupe — Bael sorriu. — Eu sou bem real.
Isso fazia sentido. Bael tinha sido um dos primeiros dezesseis a entrar na cidade. — Como você chegou aí?— Ryan gaguejou.
— Ah, — Bael deu de ombros —há maneiras. — Ele começou a andar tranquilamente degraus abaixo. — Você vai aprender, depois de uma semana ou duas.
— Eu não planejo ficar tanto tempo assim — Ryan respondeu defensivamente. Ele tentou alcançar lentamente o comunicador em seu bolso, mas Bael percebeu o movimento.
— Ah, vai ligar para sua nave? Posso dizer algumas palavras a eles?
— Eles gostariam de ouvir você — Ryan disse. — O que aconteceu com sua unidade de comunicação?
— Devo ter colocado ela em algum lugar e me esqueci — Bael disse com um aceno de mão. — Não acho que era tão importante assim. — Ele ficou ao lado de Ryan e estendeu a mão. Ryan deu a ele o comunicador.
— Olá aí em cima, aqui é Richard Bael chamando. Podem me ouvir?
— Sim— respondeu a voz sem emoção de Java-10.
— Eu tenho um relatório atrasado para fazer em relação a minha exploração desta cidade. Suponho que você tem todas as suas fitas rodando, pronto para gravar cada palavra.
— Correto.
— Tudo bem, então aqui vai: Vai se fuder. — Ele desligou o aparelho e o devolveu a Ryan. — Eu sempre quis fazer isso, mas nunca tive coragem antes — ele sorriu gozando.
Ryan arrebatou o comunicador da mão dele, ligeiramente horrorizado com a ação. — Aqui é Ryan chamando Java-10. Está me ouvindo?
— Afirmativo. É realmente Bael quem está com você? A pergunta era plana ao invés de incrédula.
— Ele parece estar.
— Eu sou Peter Pan — Bael disse caprichosamente.
— Cala a boca!— Gritou Ryan.
— Não precisa ser tão sensível, Jeff. Eu só estava tentando ser útil.
— Pergunte a ele por que não deixa a cidade — Java-10 insistiu.
— Ah, não responda, Jeff. Estou cansado desse computador brincar de Deus. — Ele começou a se mover em direção à porta. — Guarde esse aparelho estúpido. O dia está muito agradável para desperdiçá-lo falando com uma caixa.
Ryan hesitou.
— Olha, você veio aqui para explorar a cidade, não foi?— Bael continuou. — Bem, estou disposto a te guiar durante a visita. O que está esperando - um convite impresso? Certo, tome um.
Ele puxou um pequeno cartão do bolso e jogou nos pés de Ryan. Ryan se abaixou e o pegou. Gravado nele, em letras de ouro, estavam as palavras: SR. RICHARD BAEL GRACIOSAMENTE SOLICITA A PRESENÇA DO SR. JEFFREY RYAN PARA UM TOUR PESSOALMENTE PELA CIDADE.
— Isso é o suficiente pra você?— Bael perguntou coloquialmente.
Ryan cuidadosamente armazenou o cartão na bolsa de amostras para uma posterior análise mais tarde. — Tudo bem, Bael, vamos do seu jeito. — O comunicador voltou ao bolso dele. — Mostre o caminho.
Com um floreio, Bael saiu pela porta, com Ryan a dois passos atrás. Depois que Ryan atravessou, a abertura desapareceu e a parede se tornou sólida mais uma vez. Ele se СКАЧАТЬ