Legado de paixões - O homem que arriscou tudo. Michelle Reid
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Название: Legado de paixões - O homem que arriscou tudo

Автор: Michelle Reid

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Tiffany

isbn: 9788413752785

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СКАЧАТЬ Está bem, Susie – resmungou. – Sim, obrigada por me avisares.

      – Cada dia é pior – disse Susie, do outro lado da linha. – Não podemos estacionar na nossa própria rua. Batem às nossas portas. Perseguem-nos assim que saímos. Lucy começou a chorar esta tarde porque nos perseguiram ao chegar a casa.

      Toby suspirou sobre o seu ombro e Zoe sentiu que as pernas tremiam. Com as pálpebras e o coração pesados, tentou pensar em alguma coisa para dizer a modo de desculpa, mas não encontrou nada. Finalmente, agradeceu que umas mãos de dedos largos tirassem o auscultador da sua mão e desligassem por ela.

      – Vá sentar-se – disse Anton.

      Em vez de discutir, Zoe voltou para o sofá e ouviu-o a falar atrás dela. Parecia idêntico ao seu pai e Zoe não conseguiu conter o pranto por mais tempo. Nunca se sentira tão desesperada nem tão sozinha. Sentia a falta dos seus pais. Sentia a falta do seu pai a chegar todas as tardes com o fato-macaco de mecânico, sempre sorridente. Sentia a falta da sua mãe, que corria para o receber e para se fundir com ele num abraço. Sentia a falta da alegria e do bem-estar de estarem sentados no sofá, a ver televisão. Mas sobretudo, sentia a falta do amor que tinham partilhado naquela casa modesta e quase sempre desarrumada. Um amor que Toby nunca chegaria a conhecer.

      O sofá afundou-se quando Anton se sentou ao seu lado. Passou-lhe um braço pelos ombros e puxou-a contra ele. Toby dormia profundamente.

      – Ouve, Zoe – disse ele, adoçando o seu tom e tratando-a por tu pela primeira vez. – Sabes que não podes continuar aqui. A situação é insustentável.

      – Manda-os embora – Zoe chorou sobre o seu ombro.

      – Eu adoraria poder fazê-lo, mas não tenho poder.

      – A tua presença piorou-o ainda mais.

      – Então, deixa-me oferecer-te ajuda. Tenho uma casa isolada e protegida à qual podemos chegar numa hora. É uma oferta sem nenhuma condição e sem compromisso de nenhum tipo da tua parte – esclareceu, quando ela se afastou dele. – Considera-a como um refúgio temporário enquanto recuperas antes de continuarmos a negociar.

      Anton soube que o ouvia, apesar de não reagir, portanto continuou:

      – Pensa bem – ofereceu-lhe um lenço. Proporcionou-lhe um primeiro pequeno triunfo ao aceitá-lo. – Isto não tem nada a ver com Theo. Será o teu refúgio. Eu nem sequer estarei lá porque vou de viagem. Estarás sozinha com Toby.

      Anton sabia que não estava a dizer toda a verdade. O seu instinto de predador entrara em ação assim que Zoe Kanellis se mostrara vulnerável.

      Zoe tentava convencer-se de que não devia aceitar a oferta de Anton. Odiava-se por não ter contido o choro. Anton sabia como encurralar a sua vítima. Não era suficientemente parva para confiar na sua promessa de que lhe daria um refúgio «sem compromisso» de nenhum tipo. Tinha a certeza de que a atitude compassiva que tinha adotado era fingida e de que o que procurava era ter o controlo da situação.

      Mas tinha razão ao dizer que era impossível continuarem naquela casa submetidos à perseguição da imprensa. Bastou pensar no mau momento que Lucy tinha passado para voltar a chorar.

      – Tens de me prometer que não me pressionarás – disse, secando o nariz com o lenço.

      – Prometo-te.

      – E que não dirás ao meu avô onde estou.

      Saberia que pronunciara a palavra proibida pela primeira vez: «avô»?

      – Isso vai ser difícil, mas tentarei na medida do possível.

      – E quando quiser voltar para casa, não me impedirás.

      – Palavra de escuteiro – disse Anton.

      Zoe levantou o olhar e olhou para ele através das suas pestanas humedecidas. Ele respondeu com uma piscadela e Zoe riu-se. Anton pensou que gostava de Zoe Kanellis e da sua valentia face à adversidade. E também gostava dela noutros sentidos, embora devesse ignorá-los por serem totalmente inadequados.

      Mesmo assim, não conseguiu resistir à tentação de lhe fazer outro gesto afetuoso, retirando-lhe uma mecha de cabelo para trás da orelha. Zoe não se alterou. E Anton apercebeu-se da ironia de dois inimigos terem acabado sentados no sofá, entreolhando-se como se fosse impossível quebrar o contacto visual.

      Foi ele que desviou o olhar primeiro e levantou-se pausadamente.

      – Diz-me o que tenho de fazer – disse, com ar decidido e recuperando a capacidade de reação.

      Zoe viu-o a ver as horas e a tirar o telemóvel do bolso.

      – Tenho de arrumar algumas coisas de Toby e minhas e preciso de um duche e de mudar de roupa – disse ela, imitando-o para ignorar a confusão súbita que a invadiu.

      – Vai e organiza-te – disse Anton. – Eu cuidarei de Toby.

      Zoe ia pôr em dúvida as suas habilidades como ama, mas Anton já falava ao telefone novamente. Encolhendo os ombros, saiu da cozinha. Uma parte dela questionava a sensatez de se pôr nas mãos do inimigo, mas não estava em condições de o analisar mais profundamente. Portanto, preparou a bagagem e tomou um duche.

      Quando voltou à cozinha, um homem corpulento com fato preto acompanhava Anton. Ambos se calaram assim que ela entrou. Zoe olhou para eles, passando do rosto impassível do recém-chegado, ao de Anton, igualmente ininterpretável. Até os seus olhos pareciam velados.

      Aqueles olhos inspecionaram-na de cima a baixo e Zoe pensou ver um nervo a tremer na comissura dos seus lábios, que esboçaram um breve sorriso.

      – Este é Kostas Demitris, o meu chefe de segurança – disse Anton.

      Voltando o olhar para o outro homem, Zoe inclinou a cabeça a modo de saudação e ele imitou-a.

      – Kostas vai assegurar-se de que a tua casa fica segura depois de nos irmos embora – continuou Anton, reclamando a sua atenção. – Se houver alguma coisa que precises e que não possamos levar connosco, diz-lhe e ele pode enviar-ta. E será melhor levares qualquer documento de caráter pessoal.

      Zoe queria pedir uma explicação, mas ele adiantou-se.

      – Por muitas medidas que tomemos, não podemos ter a certeza de que os jornalistas não tentem entrar à procura de um exclusivo.

      Zoe tentou protestar, espantada com a ideia de alguém procurar entre as suas coisas, mas Anton voltou a adiantar-se:

      – Só por precaução. Kostas é muito meticuloso.

      Ele assentiu com a cabeça e disse:

      – Anton está habituado a este tipo de medidas. É o inconveniente de ser uma figura pública.

      Os dois homens olharam para ela à espera do seu consentimento e Zoe voltou a questionar-se se fazia bem em ceder o controlo, mas recordou Lucy e, à beira das lágrimas, assentiu. Depois, foi buscar Toby e alegrou-se por, ao baixar-se para pegar nele ao colo, o cabelo lhe esconder o rosto.

      Anton inalou o cheiro fresco a maçãs do cabelo brilhante СКАЧАТЬ