Legado de paixões - O homem que arriscou tudo. Michelle Reid
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Название: Legado de paixões - O homem que arriscou tudo

Автор: Michelle Reid

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Tiffany

isbn: 9788413752785

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СКАЧАТЬ Zoe sentiu que se enjoava.

      Anton viu-a fechar os olhos e ao ver que balançava, temeu que desmaiasse. Apresentava um aspeto ainda mais frágil do que o da fotografia, como se um sopro de vento pudesse atirá-la ao chão.

      Resmungando alguma coisa, reagiu instintivamente e estendeu a mão para a segurar, mas naquele momento, ela abriu os olhos e deu um passo atrás como se repelisse uma serpente.

      A ofensa paralisou Anton, que teve de fazer um esforço sobre-humano para que o seu rosto não o delatasse. Consciente de que tinham a imprensa atrás, pensou com rapidez. Tinham de entrar na casa e fechar a porta.

      – Importa-se se…? – disse, em tom amável, dando um passo para dentro.

      Mais uma vez, quando pôs a mão no trinco para fechar a porta, Zoe retirou a sua precipitadamente para evitar que lhe tocasse. Anton voltou a sentir-se ofendido, mas obrigou-se a escondê-lo.

      Assim que ficaram a sós, fez-se um profundo silêncio. Zoe afastou-se dele e Anton não conseguiu evitar pensar que parecia um pássaro preso.

      Tinha uns olhos azuis incríveis e uns lábios vermelhos como morangos. A parte inferior do seu corpo despertou ao olhar para ela e Anton repreendeu-se por se sentir excitado num momento tão inoportuno.

      – Peço-lhe desculpas por ter entrado em sua casa sem ser convidado – disse, num tom grave, – mas não penso que queira testemunhas da nossa conversa.

      Ela ficou em silêncio e limitou-se a olhar para ele com os seus olhos de pestanas espessas, embora Anton tivesse a estranha sensação de que nem sequer o via.

      – Permita-me que me apresente. O meu nome é…

      – Sei quem é – disse Zoe, num tom trémulo.

      Era o homem cujo nome aparecera na imprensa quase tantas vezes como o dela, o homem com que Theo Kanellis tinha substituído o seu pai.

      – É Anton Pallis.

      O filho adotivo e herdeiro de Theo Kanellis.

      Capítulo 2

      Houve um silêncio carregado de censura por parte de Zoe, que mal conseguia esconder o desprezo que sentia por Anton.

      Ele esboçou um sorriso.

      – Portanto, ouviu falar de mim.

      Zoe esboçou um sorriso carregado de desdém.

      – Teria de ser surda e cega para o ter evitado, senhor Pallis – disse, ao mesmo tempo que dava meia volta e ia para a parte traseira da casa.

      Anton aproveitou para olhar à sua volta. A casa era pequena, uma construção vitoriana típica em cujo vestíbulo havia uma escada estreita e levantada e duas portas de pinho que davam acesso a outras divisões. Estava agradavelmente decorada e o chão estava coberto por uma carpete bege, mas Anton nunca teria imaginado que o filho de um multimilionário teria acabado a viver assim.

      Sem falar, Zoe saiu pela porta do fundo e, respirando profundamente, Anton decidiu segui-la. Encontrou-a numa cozinha surpreendentemente ampla que servia de salão, com um canto de estar onde havia um sofá e uma poltrona azuis. Uma televisão ocupava um canto e, sobre a mesa de café, estavam desdobrados vários jornais. A outra metade da divisão era ocupada por uma grande mesa de madeira rodeada de móveis de cozinha de pinho. Nas prateleiras viam-se as coisas próprias de um bebé, e junto do sofá, um berço vazio.

      – Está a dormir lá em cima – disse Zoe, ao seguir a direção do seu olhar. – O barulho que os jornalistas fazem incomoda-o – explicou, – portanto instalei-o no quarto que dá para o jardim, que é o mais silencioso.

      – Não chamou a polícia para os impedir de a incomodar?

      Zoe olhou para ele, perplexa.

      – Não somos a família real, senhor Pallis. E os jornalistas não atendem à razão. Agora, se me desculpar…

      Sentindo-se como se tivesse sido repreendido pela sua professora, Anton viu-a sair pela porta traseira. Por uma fração de segundo, pensou que ia fugir, mas pela janela viu que percorria o jardim até uma porta de madeira e a fechava. Nesse momento, apercebeu-se de que Zoe devia viver como uma prisioneira na sua própria casa e, ao mesmo tempo, não pôde evitar perguntar-se se a última pessoa que saíra por ali, mesmo antes de ele chegar, teria sido um amante.

      Por alguma estranha razão, imaginar Zoe nos braços de um homem perturbou-o. Os planos que tinha para Zoe Kanellis não incluíam o incómodo de ter de se livrar de um amante.

      Depois de fechar a porta que Susie deixara aberta, Zoe demorou alguns segundos a recuperar a calma. O aparecimento de Pallis e o facto de a sua voz o fazer pensar tanto na do seu pai deixara-a abatida e chorosa. Para ganhar mais tempo, apanhou a roupa que estendera naquela manhã. Não podia permitir-se ser vulnerável. Estava certa de que Anton Pallis estava ali para lhe fazer uma oferta que estava decidida a rejeitar e, para isso, tinha de se sentir forte.

      Com olhos chorosos, pensou no seu pai, desejando tê-lo ao seu lado, com a sua amabilidade característica, a sua delicadeza e a sua elegância discreta. Ele teria sabido como lidar com alguém como Anton Pallis, sobretudo com o apoio da sua bonita mulher.

      Mas Zoe recordou-se que não se encontraria naquela situação se não tivessem falecido e que só restava ela para proteger Toby das garras de Theo Kanellis, cujo emissário a esperava no interior.

      Quando entrou na cozinha, Anton Pallis estava a guardar o telemóvel no bolso. A sua presença poderosa fazia com que o espaço à sua volta diminuísse. Tudo nele era perfeito: o fato que o envolvia sem formar uma só ruga, as suas feições equilibradas, o seu cabelo preto e brilhante, o seu queixo terminante, imaculadamente barbeado.

      Nesse momento, olhou para ela e, ao sentir-se apanhada, Zoe sentiu um calafrio.

      – Organizei um serviço de segurança para que mantenha os jornalistas afastados.

      – Que bom! – exclamou Zoe, deixando a roupa sobre a mesa. – Agora Toby e eu vamos andar rodeados de valentões em vez de jornalistas. Muito obrigada!

      Ao perceber a irritação que o seu sarcasmo causava nele, começou a dobrar roupa.

      – Quer que faça mais alguma coisa? – perguntou ele.

      Zoe apercebeu-se de que não era uma pergunta retórica, mas uma oferta genuína.

      – Não recordo ter-lhe pedido nada – disse, encolhendo os ombros. – Quer um café antes de me dizer o que veio dizer?

      Anton semicerrou os olhos, consciente de que se enganara ao considerá-la frágil. Embora a desgraça a tivesse enfraquecido fisicamente, Zoe Kanellis era uma mulher forte e com uma língua muito afiada, o que não devia surpreendê-lo, visto que, ao fim e ao cabo, era a neta de Theo.

      Além disso, era óbvio que o odiava e que provavelmente odiaria Theo. Se, por outro lado, era tão inteligente como o seu curriculum mostrava, devia saber porque estava ali e estaria preparada para lutar.

      – O seu avô…

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