Escândalo na realeza. Caitlin Crews
Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Escândalo na realeza - Caitlin Crews страница 3

Название: Escândalo na realeza

Автор: Caitlin Crews

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: MINISERIE SABRINA

isbn: 9788413752532

isbn:

СКАЧАТЬ vás contar-me com pormenores as emoções da tua juventude, sobretudo, quando achava que tinhas passado a maior parte dela num convento.

      O sorriso da rainha deu a entender que havia algum segredo e isso alegrou Ares. Gostava de pensar que, na vida da mãe, havia mais do que o pai e esse casamento gélido.

      – Tens de encontrar uma esposa com origens parecidas – comentou a mãe, sem se alterar. – Vais ser o rei, Ares. Seja como for o teu casamento, independentemente do que estipulem, tem de ser uma rainha sem mácula e o teu… «assunto» também tem de ser impecável. Entendes o que quero dizer?

      Entendia, mas isso não queria dizer que tencionasse obedecer.

      – Que tenho de adiar o casamento o máximo que possa – replicou Ares, com um sorriso. – Será um prazer obedecer.

      Ares já tinha trinta e tal anos quando a mãe morrera de repente de um cancro fulminante que achara que era uma gripe. Continuava a chorá-la quando o pai o chamara ao palácio do norte alguns meses depois do enterro.

      – Tens de saber que o que a tua mãe mais desejava era que te casasses – resmungou o pai, agarrando num copo de cristal como se fosse uma arma. – A descendência, a linhagem, é o teu dever mais sagrado, Ares. Já acabaram os jogos.

      No entanto, a linhagem era algo de que gostava ainda menos, mesmo que pudesse parecer impossível.

      A mãe deixara-lhe todos os seus documentos e os diários que escrevera desde criança estavam entre eles. Ares, durante os meses desoladores que tinham decorrido desde a morte dela, perdera-se nesses diários, pois quisera entesourar todas as lembranças que tinha dela, quisera voltar a senti-la perto.

      No entanto, descobrira a verdade sobre os pais, sobre o pai, melhor dizendo, e o casamento real. Depois de ele nascer, tinham tentado ter outro filho, pelo sim pelo não, até os médicos deixarem muito claro que ela não poderia ter mais filhos. O rei não perdera um segundo e gabara-se abertamente da sua amante. Todas essas mulheres que o tinham mimado quando era pequeno, todas essas nobres com quem não pudera falar em privado… Como podia não ter adivinhado o seu verdadeiro papel?

      O pai partira o coração da mãe várias vezes, cada vez que ia para a cama com uma mulher diferente.

      Nunca gostara especialmente do rei, mas aquilo piorava tudo. Odiava o pai profunda e irrevogavelmente.

      – Traiu a minha mãe constantemente e com toda a tranquilidade – acusou ele, com os punhos cerrados. – Mesmo assim, acha que pode falar do que mais desejava depois de falecer? Atreve-se?

      O rei revirou os olhos.

      – Estou cansado de te mimar e de te ver a recusar-te a cumprir as tuas obrigações.

      – Se está tão interessado na sua linhagem, convido-o a tratar disso, visto que já parecia predisposto a fazê-lo. Vou deixá-lo muito claro, não tenciono fazê-lo.

      – Bela surpresa – murmurou o rei. – Eras um pusilânime quando nasceste e sempre serás assim. Até estás disposto a renunciar ao trono.

      No entanto, não lhe parecia que estivesse a renunciar ao trono porque nunca o quisera. Não só estava a garantir a liberdade, como também estava a garantir a de qualquer filho que pudesse ter. Estava a certificar-se de que nenhum filho dele seria criado naquele palácio de mentiras.

      Além disso, recusava-se a tratar uma mulher como o pai tratara a mãe.

      O pai voltou a casar-se com uma mulher mais jovem do que Ares e Ares provocou um escândalo quando não foi ao casamento. O reino estava com problemas e os assessores reais não sabiam o que fazer.

      – O trono está manchado! – exclamou sir Bartholomew, o assessor mais veterano, que fora até Nova Iorque porque Ares se recusara a estar onde o pai também estivesse. – O reino perde a força. O seu pai casou-se com a amante e atreve-se a chamar-lhe rainha. Além disso, afirmou que se… acontecer alguma coisa, vai substituí-lo no trono. Não pode consenti-lo, alteza!

      – O que posso fazer para o impedir? – perguntou Ares.

      Vivia na outra ponta do mundo, passava o tempo a dedicar-se às suas obrigações reais, a gerir a organização de beneficência que criara com o nome da mãe e a desfrutar da vida o melhor que podia. A imprensa sensacionalista adorava-o. Quando mais odiavam o seu pai, mais adoravam a pessoa que fora considerada defeituosa quando era jovem.

      Não tinha a mínima intenção de participar na corte do pai ou de jogar esse jogo da realeza.

      – Tem de voltar para Atilia – declarou sir Bartholomew, na suíte do hotel que Ares considerava a sua casa em Manhattan. – Tem de se casar e constituir uma família imediatamente. O povo considera-se preso às suas decisões terríveis porque o seu pai não para de lhe chamar o príncipe playboy. Se voltasse e demonstrasse…

      – Não sou o rei que procuras – interrompeu Ares, com delicadeza, embora o idoso empalidecesse. – Nunca serei um rei assim. Não tenciono fazer com que esta linhagem corrompida perdure mais além da minha vida. Se o meu pai quiser transmiti-la a outros filhos incautos, só poderei dar-lhes as minhas condolências quando forem maiores de idade.

      Pensou na mãe, como fazia muitas vezes, depois de os assessores se terem ido embora. Daria tudo para poder estar um instante com ela para que o aconselhasse com esse sorriso triste e o seu contacto delicado. Conseguia ouvi-la a dizer-lhe que tinha de se casar como se continuasse sentada à frente dele com essa elegância e distinção.

      No entanto, não tencionava seguir o mesmo caminho que os pais, morreria primeiro.

      O telemóvel tocou no bolso e soube que seria algum convite para uma daquelas festas a que gostava de ir como se fosse um homem normal, não o herdeiro de toda essa dor e sofrimento. Olhou-se ao espelho e, embora odiasse, tinha de reconhecer que essa cara o fazia pensar mais no rei do que na mãe.

      Endireitou-se para adotar a posição de que a mãe gostaria, para o caso de conseguir vê-lo. Depois, saiu para se perder na noite de Manhattan.

      Capítulo 2

      Cinco meses depois

      – Grávida?

      Pia Alexandrina San Giacomo Combe olhou para Matteo, o irmão mais velho, com toda a falta de paixão que pôde. Ensaiara esse olhar durante alguns meses, mas ainda não sabia se o fazia bem.

      – Foi o que disse, Matteo – confirmou ela, tentando parecer imperturbável, como também ensaiara.

      – Não podes estar a falar a sério – queixou-se o irmão, com uma expressão de espanto absoluto no rosto.

      No entanto, Pia estava à frente da mesa ampla da biblioteca da mansão que pertencia à família do pai desde que aquele antepassado Combe valente abrira caminho entre as fábricas têxteis e a construíra. Pelo menos, era o que ela achava, visto que nunca prestara muita atenção às conversas sobre as histórias grandiosas de ambas as partes da sua família. Os pais sempre tinham adorado falar das suas famílias, como se as suas histórias pugnassem pela supremacia.

      Efetivamente, ali estava, à frente do irmão, com um vestido mais apertado do que teria gostado e que a incomodou mais ainda quando o olhar de incredulidade СКАЧАТЬ