Название: O playboy implacável
Автор: Miranda Lee
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: MINISERIE SABRINA
isbn: 9788413489940
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Alice soube que estava a mentir enquanto o dizia. Sempre achara que os libertinos eram muito atraentes. Saíra com um uma vez e pagara caro. Embora não estivesse totalmente imunizada, esperava ter aprendido a lição. No entanto, era uma pena que o seu leiloeiro substituto fosse sozinho. Se Jeremy Barker-Whittle achava que ia entretê-lo depois do leilão, estava muito enganado.
– No entanto, não entendo – continuou Fiona. – O Jeremy é banqueiro, não editor.
– Agora, é editor – replicou Alice.
– Que estranho… Embora suponha que possa fazer o que quiser. A família Barker-Whittle é rica. Passaram a vida a trabalhar nos bancos comerciais.
– Sabes muito sobre eles…
– Sim, bom, como te disse, a Melody esteve obcecada com ele durante uma temporada e descobriu tudo o que pôde.
– Há mais alguma coisa que deva saber antes de o ver esta noite? – perguntou Alice.
– Na verdade, não. Simplesmente, não acredites em nada do que esse descarado diga e nem penses em sair com ele.
Alice quase se riu. Como se ele quisesse…
– Deve ser o meu táxi – comentou Alice, quando o telemóvel tocou. – Diverte-te esta noite, Fiona, e não te preocupes comigo, não vai acontecer-me nada. O Jeremy Barker-Whittle não tem nenhuma possibilidade.
Jeremy Barker-Whittle já estava sentado num sofá e falava ao telemóvel. Soube que era ele, ainda que houvesse mais homens no vestíbulo. No entanto, nenhum deles usava um smoking preto ou encaixava com a imagem que tinha do playboy com pior reputação de Londres. Enquanto Fiona falava dele, ela imaginara um dos seus atores favoritos que se tornara famoso a fazer papéis de rapazes maus e ricos. Jeremy Barker-Whittle era quase idêntico. Era muito bonito e a elegância do seu rosto e da sua roupa não podia ser uma imitação. Era evidentemente rico e era um desses homens invejado por outros homens e desejado pelas mulheres.
Não o desejava, mas o coração acelerara. Respirou fundo e alegrou-se por ele ainda não a ter visto. Isso dava-lhe tempo para ordenar as ideias e organizar as defesas… e para o observar calmamente. O cabelo, castanho-claro, era ligeiramente ondulado, quase lhe chegava até à gola do casaco e uma madeixa caía de uma forma muito sensual por cima da testa. O nariz era firme e reto e os olhos tinham uma cor azul resplandecente. Efetivamente, resplandeciam mesmo… ou, pelo menos, resplandeceram quando levantou a cabeça e a viu a olhar para ele. Desligou o telemóvel imediatamente, levantou-se e dirigiu-se para ela com um sorriso. Isso fez com que reparasse na sua boca, no seu lábio inferior sensual e nos seus dentes brancos incríveis. O coração parou por um segundo e fê-la pensar que era muito vulnerável aos homens que pareciam perfeitos.
– Por favor, diz-me que és a Alice – disse ele.
Era difícil não reagir ao seu encanto, mas conseguiu dominar-se e usou a fachada hermética que usava com os homens da sua índole.
– Sim, sou eu – reconheceu ela, com frieza. – Suponho que seja o senhor Barker-Whittle…
As mulheres não costumavam ser tão frias com ele e muito menos as mulheres com o aspeto de Alice. Alterou-o por um instante e começou a procurar um motivo para que tivesse uma atitude tão negativa com ele. Só lhe ocorreu que talvez fosse porque lhe dissera que era um solteirão resmungão e não gostasse que a enganassem. Fora muito calorosa ao telefone e, naquele momento, era gélida.
Esboçou um sorriso enquanto se questionava se essa beleza com tão má reputação dos Barker-Whittle conseguiria derreter um pouco a princesa de gelo porque, se não fosse assim, a noite que se aproximava não seria tão divertida como previra… e seria uma pena, pois sentia fraqueza pelas loiras esbeltas de ar frio com uns olhos azuis maravilhosos e uma boca feita para pecar.
– Chama-me Jeremy, por favor – pediu, ele enquanto, dissimuladamente, a observava. – Ninguém me chama senhor Barker-Whittle, nem a Madge me chama assim. A Madge menos do que ninguém. A Madge disse que seria melhor leiloar o nome de duas personagens, não de uma – inventou ele. – Se te parecer bem…
– O que…? Sim, claro. Seria… fantástico. Obrigada.
Perturbara-a um pouco isso e fora exatamente o que quisera fazer. Fora, durante uma milésima de segundo, a Alice amável e agradecida com quem falara ao telefone, até essa máscara gélida ter voltado ao seu lugar.
No entanto, não ia desistir. Tinha toda a noite para descongelar Alice. No mínimo, divertir-se-ia com o desafio. Ao fim e ao cabo, era estranho que alguém do sexo oposto o ignorasse. Reparou que não usava anéis e isso era um sinal inequívoco de que era solteira.
Despertara a sua curiosidade desde que ouvira aquela voz clara e precisa ao telefone. Naquele momento, depois de a conhecer, o desejo juntou-se à curiosidade e decidiu que não descansaria até aceder a sair com ele.
– Ias mostrar-me o programa na sala de baile, mas, primeiro, deixa-me tirar-te o casaco…
O pânico embargou-a com a ideia de lhe tirar o casaco, com a ideia de se mostrar mais a esse homem com um olhar sensual. Enganava-se se achava que não percebera como olhara para ela. Sabia que os homens a achavam atraente. Era uma cruz que quase todas as loiras bonitas e com classe tinham de carregar. Felizmente, naquela época, não atraía muito os homens porque tinha sempre o cabelo apanhado, não se maquilhava e usava calças de ganga. Naquela noite, no entanto, estava a mostrar-se em todo o seu esplendor. Amaldiçoou Fiona por lhe ter emprestado aquele vestido e por lhe ter posto aquele perfume tão caro. Só podia reprovar-se pela maquilhagem, mas, na altura, não soubera que passaria a noite com um homem que poderia fazer com que quisesse ser uma mulher diferente da que era.
Era uma pena que tivesse escolhido aqueles brincos de brilhantes que lhe tocavam no pescoço quando andava. Pensou em dizer-lhe que ia ficar com o casaco, mas ele já estava atrás dela e, além disso, não podia passar toda a noite com um casaco vestido. Tirou o casaco dos ombros sem virar a cabeça para olhar para ele. Susteve a respiração quando sentiu que uns dedos lhe tocavam na nuca e sentiu um arrepio nas costas enquanto o casaco caía nas suas mãos.
O que é que aquele homem tinha para fazer com que se sentisse assim? Sentira a atração sexual antes, não fora sempre tão precavida. O sexo parecera-lhe fascinante quando chegara à puberdade e passara grande parte da adolescência a fantasiar com diferentes atores. Até conhecer aquele enganador na universidade, um rapaz alto, bonito e moreno que a atraíra. Esse rapaz que a convencera de que sentia o mesmo que ela. Como uma parva, aceitara sair com ele.
No entanto, a atração que sentira não se comparava com o que se apoderava dela naquele momento. Era um disparate. Queria esquecer a cautela, queria esquecer tudo o que aprendera sobre os homens, queria esquecer os avisos de Fiona e permitir que Jeremy Barker-Whittle usasse todas as suas manhas com ela que, naturalmente, era o que ele queria fazer. Era um playboy, não era? Era isso que os playboys faziam.
No entanto, não ia fazê-lo com ela, decidiu, enquanto reunia toda a sua força de vontade.
– Vou guardá-lo – informou ele, com delicadeza, quando ela se virou finalmente. – Depois, continuaremos.
Ela observou, com certo desespero, que se mexia como fazia tudo, com estilo e uma elegância natural. Depois, demasiado depressa, estava a voltar para ela e, daquela vez, observava-a abertamente, sem disfarçar que gostava do que via.
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