Levada pelos seus parceiros. Grace Goodwin
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Название: Levada pelos seus parceiros

Автор: Grace Goodwin

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Programa Interestelar de Noivas

isbn: 9783985221424

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СКАЧАТЬ Quer dizer que...

      — Está livre, Srtª Smith.

      Ela levantou a ponta do cobertor e limpou várias gotas do líquido azul do canto do meu olho, onde começaram a acumular-se e a deslizar, escorrendo pelas minhas bochechas em forma de lágrimas.

      Eu estava livre. Não havia sentença. Nem prisão. Nem um bonitão de fora do planeta.

      — Vá para casa.

      Eu não queria ir para casa. Eu não tinha casa. Nem trabalho, nem amigos e nem futuro. Visto que eu deveria ir para uma galáxia muito distante, as minhas contas bancárias tinham sido limpas, a minha casa vendida. Quando uma mulher é enviada para fora do planeta através do programa de noivas, os pertences dela são divididos como se ela tivesse morrido. Morrido e partido, para nunca mais voltar. Eu não tinha ninguém para declarar a minha torradeira ou o meu sofá velho, portanto, eu tinha que presumir que tudo seria doado para a caridade.

      Eu era a primeira noiva a ser mandada para casa como se fosse um cão, com o rabo entre as pernas, indigna para um parceiro alienígena.

      Se eu saísse pelas portas do centro de processamento e passeasse o meu rosto pela cidade? Bom, os idiotas que armaram essa cilada para mim enviariam os seus capangas para terminar o que começaram. Se eles soubessem que eu ainda estava na Terra, eu teria um preço pela minha cabeça dentro de algumas horas.

      Mas, mais uma vez, eu não era uma princesa mimada. Eu tinha uma mochila de viagem, alguma roupa guardada e dinheiro que um amigo meu do serviço de inteligência internacional tinha me convencido de que era necessário para a minha sobrevivência. Graças a Deus que eu lhe dei ouvidos. Tudo o que eu tinha que fazer era recuperar a minha caixa de armazenamento da qual ninguém sabia e podia recomeçar. Eu estava livre. Sozinha. Miserável. E magoada. Mas livre para fazer o que eu queria fazer… como, por exemplo, expor um grupo de políticos e policiais corruptos.

      Os malditos fraudulentos pensavam que eu tinha partido para fora do planeta. Que já não era problema deles. Talvez aquela fosse a única coisa boa que ia me acontecer hoje.

      Eu balancei as minhas pernas para fora da maca e sorri, subitamente preenchida por uma alegria inesperada. Eu podia não ser boa o suficiente para um maldito alienígena, mas era bastante boa com uma lente teleobjetiva. Eu pensava nela como se fosse o meu estilo pessoal de espingarda. Uma imagem perfeita era todo o necessário para dar cabo de alguém, expor suas mentiras, arruinar suas vidas. Se a minha câmera era uma arma, então, eu tinha uma lista de quase um quilômetro de pessoas para abater. Se eu seria um fantasma enquanto o fazia, uma pessoa que nem era para estar na Terra, então, isso era ainda muito melhor.

      Eu saltei para fora da maca, apertando o cobertor para que ficasse fechado ao meu redor, mas tive que repensar no movimento súbito que fiz quando senti a sala girar. Os braços da Guardiã Egara se lançaram para me segurar e eu acenei agradecendo.

      Era hora de partir, mas havia uma coisa que o meu lado masoquista insistia em saber. Se eu ia deixar aqui nesta sala a minha oportunidade de sair do planeta, então, eu queria saber. — Qual era o nome dele?

      A Guardiã Egara franziu a testa. — De quem?

      — Do meu parceiro?

      Ela hesitou, como se fosse divulgar segredos de estado, depois, encolheu os ombros. — Príncipe Nial. O filho mais velho do Prime.

      Eu ri, porque se eu tivesse saído da Terra teria me tornado verdadeiramente numa princesa. Emparelhada com um príncipe alienígena, em vestidos de baile e sapatos ridículos, com os meus longos cabelos loiros domados não por um rabo de cavalo normal, mas por presilhas decoradas com joias e tranças elaboradas mais adequadas ao meu status real. Céus, eu teria que usar rímel e batom, visto que a minha tez pálida não era tão bonita com a cara limpa.

      Uma princesa? De modo algum. Talvez esse tenha sido o motivo de eu ter sido rejeitada. Eu não era de modo e forma alguma uma Cinderela.

      — Creio que tenha sido melhor assim, Guardiã. Eu não sou o tipo de garota que sirva para princesa. — Eu era mais hábil com uma adaga do que com um palavreado polido de político, era mais apta com uma espingarda do que na pista de dança. E isso, tristemente, era a simples constatação dos fatos. Quem quer que fosse esse tal Príncipe Nial, ele tinha se safado e bem.

      De mim.

      Talvez esse príncipe ficasse muito melhor sem mim. Aquilo não significava que lá no fundo, onde as emoções daquela outra mulher na cerimônia de reivindicação se mantinham, no sonho onde, há alguns momentos, eu sabia o que era ser desejada, amada, fodida e tomada pelos parceiros dela, não significava que isso tudo não doía.

       Príncipe Nial de Prillon Prime, a bordo da Nave de Combate de Deston

      Enquanto eu ia até a tela de visualização para falar com o meu pai, sentia-me dormente. Eu me sentia como se o meu corpo não pesasse quase nada, não mais do que uma criança. Era mais fácil lidar com o meu pai se eu não apresentasse nenhuma emoção.

      Os implantes que os ciborgues injetaram no meu corpo durante o meu tempo numa Câmara de Integração da Colmeia eram microscópicos e impossíveis de remover sem me matar. Portanto, eu era considerado contaminado, um perigo para os homens sob o meu comando e para as pessoas do meu planeta. Eu devia ser tratado como um charlatão altamente perigoso. Pelo menos isso era o que todo mundo pensava. Os guerreiros que eram contaminados pela tecnologia da Colmeia normalmente eram banidos para as colônias para viver o resto das suas vidas fazendo trabalhos árduos. Eles não tomavam noivas. E não se tornavam Primes dos mundos gêmeos de Prillon.

      O meu direito de nascimento, como herdeiro do Prime e príncipe do meu povo, tinha me impedido de ser banido imediatamente para as colônias, mas havia uma coisa com a qual eu me preocupava mais do que isso e não era a pessoa que preenchia a tela perante mim.

      Eu observei cuidadosamente a expressão vazia do homem que tinha o dobro da minha idade. Ele era bastante parecido comigo, só que mais velho e sem implantes de ciborgues. Ele era enorme, com um rosto feroz e uma armadura feita sob medida e concebida para fazê-lo parecer ainda maior do que o seu porte corpulento de dois metros. Ele era o Prime de dois planetas de guerreiros enormes. Ele tinha de ser forte. Uma pitada de fraqueza e os seus inimigos o derrubavam.

      Neste momento, eu era a sua fraqueza. Eu era o filho charlatão que tinha se transformado numa ameaça ciborgue perigosa.

      — Pai. — Inclinei a minha cabeça ligeiramente, cumprimentando-o, apesar da raiva que percorria o meu corpo. Ele podia ser o meu progenitor biologicamente, mas não era um pai para mim.

      — Nial, eu falei com o Comandante Deston. Preenchi uma ordem formal para que seja transferido para as colônias.

      Rangi os meus dentes para conter a minha resposta imediata. Tudo isso graças ao fato de estar dormente. Portanto, o meu status como herdeiro legítimo ao trono não me impediria totalmente de ser banido. Ele não se importava minimamente com o fato de eu ser seu filho. Eu estava danificado, destruído pela Colmeia e não era digno de ser um líder. De ser o filho dele.

      Alguém lhe passou um tablet e ele leu atentamente o seu conteúdo enquanto falava comigo, não se importando em olhar para cima. — Vou partir para a frente dentro de alguns dias para visitar os nossos guerreiros e avaliar СКАЧАТЬ