Vida De Hospedeira. Marina Iuvara
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Название: Vida De Hospedeira

Автор: Marina Iuvara

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Современная зарубежная литература

Серия:

isbn: 9788835415206

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СКАЧАТЬ no interior de um avião: eram uma infinidade, completamente repletas de material necessário para o bom desempenho do voo.

      Resolvi abri-las todas para observar o que tivessem dentro e memorizá-las para um mais rápido uso.

      Fechei-as, e esqueci a posição e o conteúdo de cada uma, eram muitas, todas iguais por fora.

      O fiz uma dezena de vezes. Muitas vezes a sorte me acompanhou a adivinhar o compartimento daquilo que procurava, com frequência rendi à não descoberta de chávenas plásticas depois dum parcial êxito sobre as saquetas de café e do leite em pó. As pequenas máscaras para os olhos, que creio que mudassem de lugar em cada voo, quase como um jogo de prestígio: depois de tê-las visto numa gaveta, parecia, que as encontrava numa outra.

      Reparava à minha saia que cobria apenas o joelho, as meias lisas e veladas de cor carne até então nunca usadas e os sapatos modelo decotado clássico de pele, da mesma tonalidade que a bolsa, com salto de feitio clássico, uma camisa bem engomada, lenço do pescoço, casaca acompanhado por insígnia e crachá de identificação pessoal obrigatória.

      Estavam no meu corpo, agora.

      Vesti pela primeira vez aquele uniforme, da forma mais cuidada que pudesse, sobre aquele crachá estava gravado o meu nome, isto era uma grande honra, e a levava comigo com grande orgulho, entusiasmo, quase com solenidade: era o inicio de um magnifico sonho.

      Quisera tirar uma outra fotografia e mandá-la para a minha Stefania; o sorriso aparecido na foto e colocado na minha cara desta vez teria sido sincero relativamente àquela das nossas tiragens fotográficas feitas para participar à selecção, lhe teria escrito que sentia a falta dela e que quisera que estivesse comigo.

      Naquele momento o embaraço e a emoção do primeiro voo ofereciam-me uma extrema rigidez.

      A cor da casaca do uniforme era muito semelhante àquela do encosto das poltronas, e eu identificava-me mais àquela que a uma hospedeira de bordo verdadeira.

      Felizmente virei-me bem, creio eu, que ninguém apercebeu-se da minha apreensão durante todo o voo.

      Talvez se verificou durante a minha primeira demonstração do briefing, para visualizar os equipamentos de segurança e as várias saídas do avião.

      Todos os olhos estavam dirigidos para comigo e estava desprevenido para enfrentar de forma desenvolta aqueles inúmeros olhares que me fixavam na minha totalidade.

      Senti um rubor nas minhas bochechas e as mãos começaram a tremer, um pouco a suar, quando mostrei como engatar a cintura.

      Nunca tinha tido problemas ao enfiar a fivela metálica dentro da fissura, mas naquelas circunstâncias tornava-se difícil fazê-lo, tentei de bloquear aquele tremor contínuo dos dedos que me impedia de localizar o justo acesso.

      Gotejante de invisíveis gotas de suor, consegui terminar aquela estranha demonstração, como uma dança executada pelo movimento das minhas mãos.

      Sentia-me como actriz de um filme mudo, com muito público, que seguia o texto lindo e difundido pelos altifalantes do avião, e eu que enfatizava com os gestos as indicações dadas.

      Durante os anúncios de bem-vindos, foi estranho e pouco habitual ouvir a minha voz árdua em todo avião e só depois de vários voos consegui modulá-lo sempre melhor, tentando evitar cuidadosamente cada minha metafonia dialectal, sobretudo aquela péssima vogal o por pronunciar, que de aberto devia assumir uma fonética estreita e fechada, e que frequentemente devia repetir:

      «Boom dia e Bem-vindos a boordo.»

      «Bem-vindos em Rooma.»

      Dei-me conta que apertando as bochechas, entreabrindo a boca e a mandíbula, contraindo os lábios e debruçando-as para fora, e evitando a passagem do ar a partir das fossas nasais, conseguia muito bem reduzir tal som.

      Boom dia, boordo e Rooma ficaram finalmente: Bom dia, bordo, Roma.

      Depois dum percurso nacional Roma - Bolonha e uma sucessiva internacional Bolonha - Paris, eu cheguei ao destino final, ainda que aquela maldita o era Omnipresente.

      Despedi todos os passageiros, um autocarro estacionado ao lado levou-me e a minha tripulação para o hotel em Paris e, como habitualmente acontecia, depois de ter retirado a chave do quarto, marcamos um encontro para irmos todos jantar juntos.

      «Nos vemos as 20:00, sem compromisso.

      Assim disseram-me os colegas antes de ir ao quarto para trocar de roupa.

      Aprendi à minha custa, que é importante ser pontual.

      Estava contente de estar em boa companhia e poder ser guiada por eles que conheciam bem a zona.

      Teríamos jantado no famoso restaurante La Couple, no Buolevard Montparnasse, conceituado pelo entrecosto e o bom vinho tinto.

      Teria saboreado as ostras com o aperitivo, e teria feito muitas fotos, muitíssimas fotos para recordar a ocasião, as teria mostrado a Stefania, à mamã, ao papá, às primas, teria sido para eles a princesa jantando num famoso restaurante francês, na companhia de pessoas que viajam, que conhecem o mundo e residem em hotéis luxuosos, e eu estava ali, fazendo parte deste sonho que tornava-se realidade.

      Pensei, pois, para não chegar perfeitamente a tempo ao encontro na recepção do hotel, pois que uma senhora deve sempre fazer-se esperar, pelo menos onde eu nasci.

      Aprendi que não pode fazê-lo uma colega, porque aquele sem compromisso quer dizer: cinco minutos no máximo de atraso concedido.

      Jantei sozinha na cervejaria do hotel, que servia apenas as sanduíches gratinadas: pedido o croque monsieur com presunto e uma soupe d’oignons, vulgarmente dito sopa de cebolas: tudo me parecia diferente e atraente, até as sandes e a sopa.

      Pois não estava habituada a comer sozinha no restaurante e quase envergonhava-me, ocultei o meu embaraço com um livro de Hemingway, aberto ao lado do prato, e o celular na mão, as mesinhas eram típicos, pequenas e próximas uma da outra, estava ao meu lado uma senhora elegante com os cabelos recolhidos e vinha trajada de um fato de chanel.

      No dia seguinte de manhã, depois de ter visitado a torre Eiffel, dado um passeio rapidíssimo no arco de triunfo e admiradas as resplandecentes vitrinas dos Champs Elyseès, jantei apressado no conceituado Relais de Venice em Porte Mallot in Rue Pereire, e não me privei de passar pelo estimado cabeleireiro Carita perito em retocar o look, que cortava os cabelos depois de ter estudado as feições e adequar o corte ao rosto.

      Tinha sido aconselhado por uma admirável colega que de beauty care entendia para um corte dos cabelos estrepitoso, encontrada em trânsito no aeroporto.

      Embora as vezes extremamente preciosos, nunca seguir cegamente os conselhos das colegas, aprendi também isto. Com uma franja horrenda, alguns centímetros em cima das minhas sobrancelhas, e a conta bancária a esgotar-se – sorte porque tinha o cartão de credito e que o champanhe e aquelas apetitosas torradas de salmão tinha sido oferecido pelo cabeleireiro – regressado no hotel certamente a tempo para enfiar-me no uniforme, tentar mascarar a franja com o gel e ganchos e tentar fechar de novo a mala que, sei lá por qual obscuro motivo, parece não ter por acaso, ao regresso, a mesma capacidade da ida, nenhum voo faz excepção.

      Desta vez a falta de espaço era causada por aquele chapéu estilo antigo, com a banda larga СКАЧАТЬ