Название: Perdidas
Автор: Блейк Пирс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Жанр: Современные детективы
Серия: Um Mistério de Riley Paige
isbn: 9781640298347
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“Ainda bem.”
Mas agora o mundo parecia girar à sua volta. Debruçada sobre o corrimão, sentou-se nas escadas.
Ele falou outra vez num tom de voz menos paciente.
“Despacha-te, miúda. Não vou ficar aqui o dia todo.”
Katy levantou-se, lutando para limpar a cabeça. Não gostara do seu tom de voz agora. Mas será que o podia culpar por começar a ficar impaciente? O que se passava com ela? Porque é que não conseguia descer aquelas estúpidas escadas?
Estava a tornar-se cada vez mais difícil concentrar-se no local onde estava e no que estava a fazer.
Desequilibrou-se e caiu num degrau.
Interrogou-se outra vez – quantas bebidas teria tomado?
Depois lembrou-se.
Duas.
Apenas duas!
É claro que não bebia desde aquela noite horrível…
Até agora. Mas apenas bebera duas bebidas.
Por um momento, não conseguiu respirar.
Está a acontecer novamente?
Disse firmemente a si própria que estava a ser pateta.
Ela estava segura ali com aquele homem em quem confiara toda a vida.
E estava a fazer uma triste figura, e a última coisa que queria era fazer uma triste figura, sobretudo ao pé dele e depois dele a a tratar tão bem e de lhe servir aquelas bebidas e…
E agora tudo estava enevoado, desfocado e escuro.
E ela sentiu uma estranha náusea a insinuar-se.
“Não me estou a sentir lá muito bem,” Disse ela.
Ele não respondeu e ela não o conseguia ver.
Ela não conseguia ver nada.
“Acho que o melhor é eu ir para casa agora,” Disse ela.
Ele continuou calado.
Ela tateou cegamente no ar à sua frente.
“Ajuda-me… a levantar-me… das escadas. Ajuda-me a subir as escadas.”
Ela ouviu os seus passos a aproximarem-se, caminhando na sua direção.
Ele vai ajudar-me, Pensou.
Então porque é que uma sensação negativa se apoderava dela?
“Leva-me a casa,” Disse ela. “Podes fazer isso por mim? Por favor?”
Os passos cessaram.
Ela sentia a sua presença mesmo à sua frente, ainda que não o visse.
Mas porque é que ele não dizia nada?
Porque não fazia nada para a ajudar?
Então percebeu que sensação era aquela que a invadira.
Medo.
Invocou as suas últimas forças, agarrou o corrimão e ergueu-se.
Tenho que me ir embora, Pensou. Mas foi incapaz de falar de forma audível.
Depois Katy sentiu uma pancada na cabeça.
E depois não sentiu mais nada.
CAPÍTULO UM
Riley Paige esforçou-se para não chorar. Estava sentada no seu gabinete em Quantico a olhar para a foto de uma mulher jovem com gesso no tornozelo.
Porque é que me estou a punir desta forma? Interrogou-se.
No final de contas, ela precisava de pensar noutras coisas naquele momento – sobretudo numa reuniao da UAC agendada para dali a a poucos minutos. Riley temia aquela reunião porque podia ameaçar o seu futuro profissional.
Apesar disso, Riley não conseguia afastar o olhar da foto no telemóvel.
Tinha tirado aquela foto a Lucy Vargas no outono passado, ali mesmo na Unidade de Análise Comportamental. O tornozelo de Lucy estava engessado, mas o seu sorriso era simplesmente radiante, contrastando com a sua pele bronzeada e suave. Lucy tinha acabado de ser ferida no primeiro caso em que trabalhara com Riley e com o seu parceiro Bill Jeffreys. Mas Lucy fizera um trabalho fantástico e ela sabia-o, assim como Riley e Bill. Por isso Lucy sorria.
A mão de Riley tremeu um pouco ao segurar no telemóvel.
Agora Lucy estava morta – abatida por um atirador perturbado.
Lucy morrera nos braços de Riley, mas Riley sabia que a morte de Lucy não tinha sido por sua culpa.
Desejava que Bill pensasse da mesma forma. O seu parceiro estava de licença e a passar menos bem.
Riley estremeceu ao lembrar-se do desfecho de tudo.
A situação era caótica e em vez de atingir o atirador, Bill atingira um homem inocente que tentava ajudar Lucy. Felizmente, o homem não tinha ficado gravemente ferido e ningué culpava Bill pelas suas ações, muito menos Riley. Riley nunca o vira tão debilitado pela culpa e pelo trauma. Interrogava-se quando é que ele regressaria ao trabalho – se alguma vez regressasse.
Riley ficou com um nó na garganta ao lembrar-se de segurar Lucy nos braços.
“Tens uma grande carreira à tua frente,” Dissera Riley. “Agora fica connosco Lucy. Fica connosco.”
Mas não havia nada a fazer. Lucy perdera demasiado sangue. Riley sentira a vida a escapar-se do corpo de Lucy até desaparecer em definitivo.
E agora as lágrimas escorriam pelo rosto de Riley.
As suas recordações foram interropidas por uma voz familiar.
“Agente Paige…”
Riley olhou e viu Sa Flores, o técnico de laboratório com óculos de aros pretos. Ele estava à porta do seu gabinete.
Riley abafou a dor que sentia naquele momento.Limpou apressadamente as lágrimas e tentou esconder o telemóvel.
Mas percebeu pela expressão afetada de Sam que ele vira o que ela contemplava. E isso era a última coisa que ela queria.
Estava a nascer uma relação entre Sam e Lucy, e custara-lhe muito suportar a sua morte. Ainda parecia atordoado.
Agora Flores olhava tristemente para Riley, mas para alívio dela ele não perguntou o que acabara de interromper.
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