A Noite dos Corajosos . Морган Райс
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Читать онлайн книгу A Noite dos Corajosos - Морган Райс страница 5

СКАЧАТЬ do dragão, que flutua à superfície. As águas negras da Baía da Morte estavam agora vermelho-sangue. Alec observava a carcaça a flutuar, tomando consciência de que tinha mesmo feito aquilo. De alguma forma, ele havia matado um dragão. Ele, sozinho, em todo o Escalon.

      Gritos altos enchiam o céu. Alec olhou para cima e viu mais dezenas de dragões a circular ao longe, expirando grandes colunas de chamas, ávidos por vingança. Embora todos eles olhassem para ele, alguns pareciam ter medo de se aproximarem. Vários afastaram-se do grupo a voar quando viram o seu companheiro dragão a flutuar morto na água.

      Outros, no entanto, guincharam em fúria e desceram a pique na direção dele.

      Ao vê-los descer a pique, Alec não ficou à espera. Correu para a popa, saltou para cima da amurada, e enfrentou-os. Ele sentia o poder da espada a correr-lhe o corpo, incitando-o. Ali ele sentia uma nova determinação de aço. Ele sentia como se a espada o estivesse a dirigir. Ele e a arma eram agora um.

      O grupo de dragões desceu diretamente na sua direção. Um dragão enorme com olhos verdes brilhantes liderava-os, guinchando enquanto expelia chamas para baixo. Alec ergueu bem alto a espada, sentindo a vibração na sua mão, dando-lhe coragem. Ele sabia que o próprio destino de Escalon estava em jogo.

      Alec sentiu uma onda de coragem que nunca tinha conhecido e soltou, ele próprio, um grito de guerra; ao fazê-lo, a espada tornou-se incandescente. Uma intensa explosão de luz disparou para a frente, erguendo-se, parando a parede de chamas a meio caminho no céu. A luz continuou até fazer a chama reverter o trajeto e, quando Alec golpeou novamente com a espada, o dragão guinchou ao ficar retido na própria coluna de chamas. Numa grande bola de fogo, o dragão guinchou e agitou-se ao cair e mergulhar nas águas.

      Outro dragão desceu a pique e, novamente, Alec levantou a espada, parando a parede de chamas, matando-o. Outro dragão desceu e, ao fazê-lo, baixou as suas garras, como se para colher Alec para cima. Alec virou-se, golpeou e ficou chocado ao ver que a espada tinha cortado as pernas do dragão. O dragão guinchou e, no mesmo movimento, Alec deu balanço novamente, golpeando-o de lado, abrindo um corte enorme. O dragão caiu no oceano e, agitando-se ali, incapaz de voar, ele foi atacado por um grupo enorme de tubarões.

      Outro dragão, pequeno e vermelho, desceu do outro lado, com as mandíbulas bem abertas – e desta vez Alec deixou que os seus instintos o guiassem e saltou para o ar. A espada deu-lhe poder. Ele saltou mais alto do que poderia imaginar, sobre a cabeça do dragão, pousando nas suas costas.

      O dragão guinchava e resistia, mas Alec mantinha-se firme. O dragão não conseguiria acabar com ele.

      Alec sentia-se mais forte do que o dragão, capaz de comandá-lo.

      "Dragão!", gritou ele. "Eu ordeno-te! Atacar!"

      O dragão não teve outra escolha senão virar-se e voar para cima, diretamente na direção do grupo de dragões que desciam, uma dúzia deles ainda a descer. Alec enfrentou-os sem medo, voando para cima na direção deles, segurando a espada diante dele. Ao encontrarem-se no céu, Alec golpeou com a espada uma e outra vez, com uma força e velocidade que ele não sabia que possuía. Ele cortou uma asa de um dragão e, depois, cortou a garganta de outro, esfaqueando depois outro de lado no pescoço. Em seguida, girou e cortou a cauda de outro. Um de cada vez, os dragões caíam a pique pelo céu, colidindo com as águas, causando um remoinho na baía lá em baixo.

      Alec não abrandou. Ele atacava o grupo sem parar, cruzando os céus, sem nunca recuar. Apanhado no turbilhão, ele mal se apercebeu quando, por fim, os poucos dragões que restavam viraram-se, guincharam e afastaram-se, a voar, com medo.

      Alec mal podia acreditar. Dragões. Com medo.

      Ele olhou para baixo. Viu o quão alto estava, viu a Baía da Morte lá em baixo, viu centenas de navios, a maioria em chamas e milhares de trolls a flutuar, mortos. A Ilha de Knossos, estava, também, em chamas, com a sua grande fortaleza em ruínas. O caos e a destruição estavam espalhados por todos os lados.

      Alec viu a sua frota e conduziu o dragão mais para baixo. Ao aproximarem-se, Alec levantou a espada e mergulhou-a nas costas do dragão. Ele gritou e começou a cair e, ao aproximarem-se da água, Alec saltou e caiu nas águas ao lado do navio.

      Imediatamente, atiraram-lhe cordas e Alec foi içado para dentro.

      Ao aterrar no convés, desta vez, ele não tremeu. Ele já não sentia frio, nem estava cansado, nem fraco, nem com medo. Em vez disso, ele sentia um poder que nunca tinha sentido. Ele sentia-se cheio de coragem, com força. Ele sentia-se a renascer.

      Ele tinha matado um bando de dragões.

      E, agora, nada em Escalon o podia impedir.

      CAPÍTULO TRÊS

      Vesúvio, despertado pela sensação de garras afiadas a rastejarem na parte de trás da sua mão, abriu um olho, com o outro ainda fechado. Olhou para cima, desorientado e deu por si deitado de cara na areia, com as ondas do mar a rebentarem atrás dele e a água gelada a tocar-lhe na parte de trás das pernas. Ele recordou-se. Após aquela batalha épica ele tinha sido levado até as margens da Baía da Morte; ele indagava-se quanto tempo teria estado deitado ali, inconsciente. A maré estava agora lentamente a rastejar preparando-se para levá-lo, se ele não tivesse despertado. No entanto, não foi o frio das águas que o acordou – mas sim a criatura na sua mão.

      Vesúvio olhou para a sua mão, estendida sobre a areia, vendo um grande caranguejo roxo a espetar uma pinça na sua mão, arrancando um pequeno pedaço da sua carne. Demorou o seu tempo, como se Vesúvio fosse um cadáver. Cada vez que o fazia, Vesúvio sentia uma onda de dor.

      Vesúvio não podia culpar a criatura; olhou à volta e viu milhares de cadáveres espalhados por toda aquela praia, os restos do seu exército de trolls. Estavam todos ali estendidos, cobertos pelos caranguejos roxos, com o barulho das suas pinças a preencher o ar. O fedor de trolls em decomposição oprimia-o, fazendo-o quase vomitar. Aquele caranguejo na sua mão era claramente o primeiro que tinha ousado aventurar-se até Vesúvio. Os outros provavelmente sentiam que ele ainda estava vivo e aguardavam o seu momento. No entanto, aquele valente caranguejo tinha arriscado. Dezenas de outros estavam agora a ir na sua direção, tentando seguir o seu líder. Vesúvio sabia que em pouco tempo, ele estaria coberto, a ser comido vivo por este pequeno exército – se ele não fosse primeiro sugado para o mar pelas gélidas marés da Baía da Morte.

      Sentindo repentinamente uma onda de raiva, Vesúvio estendeu a sua mão livre, agarrou o caranguejo roxo e, lentamente, apertou-o. O caranguejo tentou fugir – mas Vesúvio não iria permitir que ele o fizesse. O caranguejo agitava-se descontroladamente, tentando alcançar Vesúvio com as suas tenazes, mas ele agarrava-o com firmeza, impedindo-o de girar às voltas. Ele apertou com mais força, lentamente, demorando o seu tempo, tendo grande prazer em infligir-lhe dor. A criatura guinchava, sibilando um horrível barulho estridente, enquanto Vesúvio lentamente apertava a mão.

      Até que, por fim, o caranguejo rebentou. Vesúvio ouviu, com satisfação, a concha a estalar. Sangue roxo pingava-lhe da mão. Ele deixou-o cair, esmagando-se em polpa.

      Vesúvio ergueu-se sobre um joelho, ainda trêmulo e, ao fazê-lo, dezenas de caranguejos fugiram depressa, claramente em choque por ver o morto a erguer-se. Uma reação em cadeia começou e, enquanto ele se levantava, milhares de caranguejos dispersaram, deixando a praia vazia enquanto Vesúvio dava os primeiros passos em terra. Ele caminhava pelo cemitério e, lentamente, veio tudo à sua memória.

      A batalha de Knossos. Ele havia estado a vencer, a ponto de destruir Lorna e Merk, quando aqueles dragões chegaram. Ele lembrava-se de ter caído da ilha; de perder o seu exército; recordava-se СКАЧАТЬ