Tess. Andres Mann
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Название: Tess

Автор: Andres Mann

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Приключения: прочее

Серия:

isbn: 9788873049579

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СКАЧАТЬ foi levado à sala do comandante da unidade. Depois das saudações de praxe e elogios ao Líder Supremo, o coronel informou ao comandante que viera buscar duas armas, para levá-las a um local secreto onde passariam por testes especializados.

      O comandante da unidade já havia recebido a autorização para essa transferência algumas horas antes de o coronel chegar, e estava pronto para a entrega. Um caminhão do comboio entrou na unidade, e soldados carregaram as armas na sua plataforma. Ao sair, os soldados do coronel repentinamente sacaram suas armas e mataram, não só o comandante da unidade, mas todos os seus soldados. Os atiradores partiram rapidamente com sua carga, duas bombas nucleares de cinco quilotons cada.

      Na cabine do primeiro caminhão, um jovem oficial não estava muito satisfeito.

      - Teria sido melhor não ter de matar todos aqueles camaradas na unidade. – disse o Major Pang, subalterno do coronel.

      - Você sabe tão bem quanto eu que esta operação precisa parecer um sequestro de armas feito por alguma entidade inimiga. Nossos camaradas pereceram defendendo sua unidade, e é assim que irá parecer. Tenho certeza de que serão tratados como heróis por terem morrido defendendo a sua base. Agora, prepare-se para carregar o navio.

      O comboio dirigiu-se celeremente até o porto de Haeju, no sul, e parou num cais onde uma banheira enferrujada havia atracado. Marinheiros do contingente local ajudaram a passar as armas nucleares do caminhão para a embarcação. Assim que o barco ficou pronto para partir, o coronel deu a ordem para seus soldados executarem os marinheiros.

      A embarcação partiu imediatamente com rumo oeste, sem ser importunada pelas autoridades portuárias. Elas também haviam sido dizimadas.

      O pequeno e velho navio fora registrado em Serra Leoa, usando o que é conhecido como bandeira de conveniência, uma tática comum usada por empresas marítimas para se esquivarem de regulamentos ou taxas. Neste caso, o objetivo era encobrir o fato de que aquele barco enferrujado efetivamente partira da Coreia do Norte.

      O navio seguiu rumo ao seu destino no Oriente Médio. Foi contornando a costa da China, virando para o sul nas ilhas Paracel, seguindo a costa do Vietnã, atravessando a Malásia, passando pela Índia, cruzando o estreito de Ormuz, e chegando a uma praia deserta perto de Basra, no sul do Iraque, onde desembarcou sua carga oficial de diversas mercadorias. Pouco depois, transladaram furtivamente as armas até a costa, onde as trocaram com membros do grupo terrorista chamado Estado Islâmico por uma mala repleta de dólares americanos. Os norte-coreanos deixaram lá dois técnicos com a missão de ensinar aos terroristas como usar essas bombas. O restante da tripulação partiu de regresso para o seu país, para entregar a mala de dinheiro ao governo de Kim. Embora tivessem ganas de desertar, precisavam voltar à Coreia do Norte, pois suas famílias estavam sendo mantidas em cativeiro até que eles retornassem depois de uma missão bem sucedida.

      Tão logo entregaram o dinheiro, as autoridades os elogiaram pelo seu patriotismo, e os executaram a tiros. Suas famílias inteiras já haviam sido assassinadas, antes mesmo de eles porem os pés em terra firme.

      Alguns dias depois, o nome daquele barco apareceu numa lista do Conselho de Segurança da ONU impondo sanções a 31 embarcações norte-coreanas. Infelizmente, já era tarde demais. A carga mortal havia sido entregue.

      Enquanto isso, um alerta norte-coreano revelou que as armas nucleares haviam sido roubadas por extremistas islâmicos que, ao fazê-lo, mataram todos os soldados coreanos que defendiam o local onde estavam guardadas. O comunicado ficou restrito às poucas agências governamentais que era preciso informar, e não foi ostensivamente revelado a embaixadas estrangeiras, com a explicação de permitir que o governo da Coreia do Norte pudesse conduzir suas investigações. A notícia vazou deliberadamente um pouco depois, lançando uma série de alertas a todos os países potencialmente ameaçados pelo ocorrido. Até então, tudo ocorrera conforme planejado. O governo da Coreia do Norte era visto como vítima de um ato odioso, o roubo de armas nucleares cometido por terroristas. Não é possível dizer se alguém no Ocidente acreditou nessa história quando ela finalmente foi publicada.

      D

      epois do projeto na Nigéria, Tess não havia desistido de sua ideia de ajudar a resolver a crise dos refugiados na Europa. Jake continuava se negando a considerar a possibilidade de envolvimento numa empreitada dessas, porém Tess acabou por convencê-lo a, pelo menos, passar pela Alemanha para ver a situação em primeira mão. Foram até algumas cidades menores onde havia muita atividade de imigrantes. Chegaram à catedral de Colônia bem na hora de ver imigrantes muçulmanos fazendo tumulto durante as comemorações de Ano Novo. Muitas mulheres alemãs haviam sido assediadas, intimidadas e até estupradas. Tiveram as mesmas ocorrências em Hamburgo. A polícia local não estava equipada para lidar com um evento inédito como esse, e Colônia logo se tornou o símbolo dos problemas que uma imigração maciça de homens muçulmanos causaria à segurança das mulheres alemãs.

      Depois de Munique, Tess e Jake passaram alguns dias em Erfurt, na Alemanha. Deixada praticamente incólume pela II Guerra Mundial, a pequena cidade parecia um vilarejo de conto de fadas congelado no tempo, com ruas de pedra no centro, casas antigas pintadas em tons pastel, e igrejas com algumas das torres mais bem conservadas na Alemanha.

      Depois de terem se hospedado num pequeno hotel, Tess e Jake percorreram as ruas daquela cidade aprazível, e perceberam uma multidão se formando no ginásio da escola. De curiosidade, resolveram entrar. A prefeitura havia comunicado que, na noite anterior, um grupo de imigrantes sírios havia sido abrigado na vizinhança. Os moradores não pareciam nada contentes. Na verdade, parecia que o povo estava ficando revoltado.

      Uma senhora idosa ergueu a mão:

      - O que vamos fazer com toda essa gente? Precisamos construir uma mesquita? Eles vão nos acordar com suas orações toda manhã?

      Outra mulher perguntou:

      - O que será das nossas crianças? Como vamos protegê-las?

      Um homem jovem gritou:

      - É preciso acabar já com isso! – e recebeu uma calorosa salva de palmas.

      Outro homem se ergueu, visivelmente irritado.

      - Os muçulmanos não comem carne de porco, certo?

      Era uma pergunta válida, considerando-se que as salsichas e linguiças de porco eram uma especialidade local. Ironicamente, eles teriam de lidar com quatro mil imigrantes, a maioria deles vinda de países muçulmanos, que o governo federal pedira à cidade para abrigar e cuidar.

      A SRD, a empresa de Jake e Tess, ainda era credenciada pela ONU, em função do seu trabalho anterior envolvendo o tráfico de pessoas. Essas credenciais serviam para lhes abrir portas e ter acesso a autoridades no mundo inteiro, então foram conversar com o prefeito local.

      Ele parecia cansado e estressado.

      - Erfurt está mudando, – disse ele. - Acabamos de inaugurar um lar para imigrantes ao lado da minha casa. Minha filha caçula tem uma colega afegã na classe dela. A menina anda numa cadeira de rodas, porque foi atingida por estilhaços de granada na terra dela.

      Jake СКАЧАТЬ