Название: Tess
Автор: Andres Mann
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Приключения: прочее
isbn: 9788873049579
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- Na Rússia, precisamos que Vladimir Putin coopere, mas a estratégia dele é solapar uma Europa unida. Um fluxo de refugiados âarmadosâ conseguiria fazer exatamente isso.
- E quanto aos Estados Unidos? - perguntou Elfriede. - Certamente devem fazer parte da solução.
- Os Estados Unidos estão ocupados em tentar manter no poder um governo disfuncional no Iraque, e em combater o EI pelo ar. Não querem se meter diretamente na crise sÃria, e com bons motivos. Já desistiram de derrubar Assad. Se ele cair, é quase certo que as seitas muçulmanas virulentas irão tomar o seu lugar. A SÃria irá implodir.
A próxima escala era Berlim. A dimensão do desafio que a Alemanha enfrentava era evidente no aeroporto desativado de Tempelhof, em Berlim. Os amplos hangares de 15 metros de altura estavam sendo convertidos em abrigos para milhares de refugiados, que dormiam onde anteriormente se guardavam aviões. Havia cerca de 2.600 refugiados ali, e eles esperavam receber mais sete mil. A expectativa era acomodar mais umas 60 mil pessoas na capital.
Tess conversou com um casal de jovens refugiados vindos de Alepo. Ouviu reclamações sobre a comida, ter de aprender alemão, e como as semanas se esticavam para meses, enquanto eles ficavam naquela central de emergência. No inÃcio, não queriam sair de Alepo, mas isso dependeria de a guerra terminar. Passaram um, dois, três anos nessa esperança, até que perceberam que tinham quatro guerras a enfrentar: a SÃria de Assad contra os rebeldes; o EI contra o governo e os rebeldes sÃrios; os sauditas contra o Irã; e os curdos contra o EI. Então perderam as esperanças. Os refugiados do Oriente Médio não saÃram de lá como opção. Eles saÃram por falta de qualquer outra opção.
A UE propusera que as nações europeias aceitassem e distribuÃssem entre elas mais 160.000 imigrantes, lembrando aos europeus que seus ancestrais também haviam fugido da adversidade, da miséria e da fome. Havia certa pressão para os paÃses aceitarem quotas obrigatórias, mas era pouco provável que todos se sujeitassem. Se a resistência de alguns paÃses como a Hungria e a Polônia continuasse, poderia ser o fim do projeto europeu inteiro.
Apareceu um boletim especial no meio do noticiário da TV. A Inglaterra havia aprovado o Brexit. Essencialmente, o paÃs estava se desligando da União Europeia. Alguns dos votos tiveram a ver com patriotismo, porém o maior receio era que a UE tentaria forçar a Inglaterra a acolher um grande número de refugiados muçulmanos.
O plano da chanceler alemã de manter as portas do paÃs abertas à s pessoas que fugissem do Iraque ou da SÃria logo se mostrou bem impopular. Os alemães comuns passaram a recear as consequências de manter as portas abertas a refugiados. Isso levou a insinuações de que Merkel se importava mais com os estrangeiros do que com a segurança de seus próprios cidadãos.
Um partido polÃtico de extrema direita, Alternativa para a Alemanha ou AfD, disparou nas pesquisas nacionais e venceu várias eleições regionais importantes. Uma pesquisa nacional revelou que a soma do apoio popular aos dois maiores partidos polÃticos do paÃs havia caÃdo abaixo de 50%. Um receio intenso em relação aos imigrantes enfraqueceu a polÃtica de centro, levando as pessoas para a direita, uma evolução problemática que remontava ao surgimento do nazismo.
Para piorar as coisas, a Alemanha sofreu uma série de atentados terroristas sanguinários e caóticos. Enquanto viajava num trem regional perto da cidade de Würzburg, um adolescente afegão que pleiteava asilo atacou os passageiros com uma foice, ferindo cinco deles. Outro adolescente, de ascendência iraniana, matou a tiros nove pessoas e feriu mais 35 num shopping center em Munique. Um refugiado sÃrio, usando um facão, atacou pedestres na cidade de Reutlingen, matando uma polonesa grávida e ferindo mais duas pessoas. Um sÃrio que não conseguiu asilo se explodiu num bar em Ansbach, ferindo 15 pessoas. Todos esses incidentes reforçavam os argumentos dos partidos de extrema direita.
8. UMA CHAMADA AO DEVER
D
epois do tour pela Alemanha, Tess e Jake voltaram para Nova York. Desta vez Tess relutou, porém teve de concordar que a situação dos refugiados na Europa era algo tão avassalador, que os recursos limitados que ela teria à sua disposição não conseguiriam fazer a menor diferença. A crise teria de ser resolvida pelos governos europeus. Todavia Jake não tinha dúvidas de que Tess acabaria dando um jeito de voltar a esse tema.
Era um dia bonito, então decidiram jantar num restaurante ao ar livre no centro da cidade. Colocaram as coleiras nos cachorros e saÃram para caminhar. Os pedestres sorriam ao ver aquele par estranho formado por Maggie e Sebastian, mas não resistiam ao desejo de pedir licença para acariciar Maggie. Ãs vezes as carÃcias ficavam sujeitas ao humor do buldogue. Tubby havia se autonomeado protetor de Maggie, e levava essa função muito a sério. Era normal ele rosnar quando um transeunte que ele julgasse digno de suspeita acariciasse Maggie no topo da cabeça. Um leve puxão na coleira era o bastante para fazer Tubby se comportar, mas ele já teria manifestado o seu parecer.
Pouco depois de terem se assentado no restaurante à beira da calçada, o celular de Tess tocou, e ela atendeu.
- Oi, papai. O que houve?
Depois de uma breve conversa, ela passou o telefone a Jake.
- Meu pai quer falar com você.
Jake estava mastigando uma massa muito apetitosa ao pesto com edamame e amêndoas, mas pegou o telefone.
- Boa noite, general. A que devo o prazer?
- Olá, Jake. Sei que estou perturbando o seu jantar por minha conta e risco, mas preciso lhe fazer uma pergunta urgente. O nome Paul Saunders lhe diz alguma coisa?
- Claro! Paul era o meu chefe na CIA.
- Bem, ele gostaria que você e Tess tivessem uma reunião conosco amanhã. Disse que tem um assunto importante para conversar.
Jake ficou imediatamente desconfiado.
- Morgan, na última vez em que vi o Paul, eu tinha levado um tiro no pulmão de terroristas iraquianos. Não há o que me faça voltar para o Iraque.
- O Saunders não está propondo nada disso. Agora ele é Diretor Assistente da CIA, e precisa conversar com você sobre alguma coisa importante.
- E por que ele mesmo não me procurou?
- Teve receio de que você não o atendesse por causa de uns desentendimentos que vocês tiveram no passado. Agora está insistindo em falar com você. Como um favor para mim, gostaria que viesse falar conosco amanhã de manhã. Não deve levar mais do que uma hora. à coisa simples.
- Nada pode ser simples com o Paul envolvido, mas tudo bem, estaremos aà amanhã de manhã, desde que ninguém espere que nos envolvamos com o que o Paul estiver tentando fazer.
- à tudo o que eu lhe peço, Jake. Fico muito grato por você se dispor a ouvir o que Saunders tem a dizer. Posso contar com vocês no meu escritório amanhã de manhã, às dez horas?
- Estaremos lá. Tenha uma boa noite.
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