Mundos aparte - De ama a esposa. Maggie Cox
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Название: Mundos aparte - De ama a esposa

Автор: Maggie Cox

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Ómnibus Geral

isbn: 9788413752754

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СКАЧАТЬ Isto devia ser a última coisa de que precisavas. Ver-me outra vez, quero dizer – murmurou. A sua autoconfiança desapareceu por completo enquanto ele observava o seu corpo de cima abaixo, como se quisesse queixar-se do fato simples, mas profissional, de cor preta.

      Ficou sem saber o que fazer. Se rejeitasse a sua assistência e a impedisse de fazer o seu trabalho, seria a última gota que destruiria as suas finanças e a sua reputação profissional. Briana rezou para que não chegasse tão longe. Enquanto se preocupava com a perda do trabalho e tentava não pensar na dor do passado, os seus olhos famintos desejavam chorar de júbilo ao verem o homem que amara e que sonhara voltar a ver algum dia.

      Estava impressionante. «Um presente para os olhos», teria dito a sua mãe. Mal mudara, embora a sua estatura lhe parecesse mais imponente do que nunca. Continuava a ser esbelto, musculado e não duvidava que a roupa sublime, feita à medida, escondia um físico invejável, em plena forma. Se a isso se juntasse a beleza do seu rosto, teria de admitir que Pascual Domínguez, não era o tipo de homem que uma rapariga via diariamente. Pelo menos, não ao pé de Briana.

      Deslumbrara-a desde o princípio e não demorara a apaixonar-se loucamente por ele. Quando descobrira que ele sentia o mesmo por ela, custara-lhe a acreditar na sua boa sorte. Mas isso fora há cinco anos. Cinco anos em que tivera de assumir a sua condição de mãe solteira, porque Pascual não fazia ideia que tinham concebido um filho antes de ela se ir embora. Não passava um dia sem sentir o peso do remorso, ao lidar com essa realidade…

      Ele continuava sem falar, olhando-a como se não soubesse se devia sacudi-la até lhe tirar os sentidos ou gritar até lhe apitarem os ouvidos. Briana retorceu as mãos geladas e olhou para a bandeja que deixara sobre a mesa.

      – Queres que te sirva um café?

      – Esquece o maldito café! O que achas que estás a fazer? – gritou ele, num tom de voz amargo.

      – Não estou a fazer nada – murmurou. – Esta situação é tão inesperada e surpreendente para mim como para ti.

      – Mas brincaste comigo, como se fosse um parvo, não foi, Briana? – semicerrou os olhos escuros. – Ainda me custa a acreditar que tenhas feito o que fizeste… Por muito tempo que tenha passado!

      – Nunca tive a intenção de fazer com que te sentisses um parvo.

      Ao perceber que começavam a tremer-lhe os lábios, Briana tentou controlar os nervos, para não perder a força à frente dele e confessar tudo. De que serviria explicar porque o deixara realmente? Tinham passado cinco anos. Não quisera ouvi-la então, não tinha razão para o fazer naquele momento. Além disso, não queria remexer as coisas e acabar por discutir com ele como, sem dúvida, aconteceria. Também não podia falar da existência de Adán. Precisava de mais tempo…

      – Lamento muito que as coisas tenham acabado daquela maneira, mas não foi para o bem?

      Era um comentário estúpido e banal de que Briana se arrependeu imediatamente.

      – Para o bem? – gritou ele.

      As palavras ecoaram pelo quarto e, para Briana, foi um grande golpe captar as emoções que expressavam: Confusão, raiva, frustração… Estava tudo ali.

      Ele passou os dedos pelo cabelo escuro e espesso, e mexeu a cabeça, olhando para ela fixamente.

      – Posso superar o facto de ter parecido um parvo com a minha família e amigos, mas o que não posso aceitar, nem perdoar é que não me tenhas dado nenhuma pista de que os teus sentimentos por mim eram tão frágeis. Nem que não me darias a oportunidade de ouvir a razão dos teus próprios lábios. Tive de a ler numa carta fria e carente de emoção! Deves ser uma actriz consumada, Briana… Parecias feliz e apaixonada e eu acreditava. Que idiota!

      O coração batia com a força e rapidez de um expresso. Era difícil aceitar que a mulher que amara, que o abandonara alguns dias antes do casamento, estava ali de pé, diante dele.

      Pascual descobriu que a lembrança que tinha dela não lhe fazia justiça. Em carne e osso, Briana Douglas era muito mais bela do que a imagem que conservava na sua mente. Nesse momento, fazia-o pensar num vinho do Porto intenso e exótico, e por mais que deplorasse a forma como o tratara, continuava a desejar beber cada centímetro da sua pele até se embriagar. Sempre tivera um corpo que lhe acelerava o coração. O fato de saia estreita fazia honra à sua figura perfeita. A sua simples presença exsudava uma sexualidade que fazia o seu sangue ferver. Faria bulir o sangue de qualquer homem! Mas era o rosto que mais chamava a sua atenção.

      Com aqueles olhos cinzentos, quase felinos, faces rosadas como uma maçã e lábios carnudos e sedutores, era uma mulher que exacerbava as suas fantasias sensuais mais secretas. Com aquela cara e aquele corpo pararia o trânsito em qualquer cidade do mundo, sem se esforçar. De repente, Pascual sentiu uns ciúmes terríveis ao imaginá-la com alguém, ao pensar que poderia tê-lo deixado porque preferia outro homem. Demorou um momento a controlar essa sensação, assim como uma onda de luxúria súbita e inconveniente.

      – Teve de haver outra razão para me deixares, para além do que escreveste. Foi por causa de outro homem? Foi isso? – não conseguiu evitar fazer a pergunta que andava há anos a consumi-lo. Ao ver que Briana tremia, estudou-a com o olhar, tenso como uma corda de violino, com medo da sua resposta.

      – É claro que não! Lamento se pensaste isso, mas não havia mais ninguém… Continua sem haver.

      Ele deixou escapar um longo suspiro de alívio. Mesmo assim, enfurecia-o que parecesse tão serena quando ele trovejava por dentro como um vulcão em ebulição.

      – E tu? – aventurou ela. – Voltaste para a tua ex?

      – A minha ex?

      Nesse momento, Pascual recordou um incidente que tivera lugar na noite antes de Briana se ir embora. A modelo brasileira com quem saíra antes de conhecer Briana aparecera inesperadamente na festa familiar, de braço dado com o seu primo Rafa. A sua mãe, a perfeita anfitriã, deixara-os entrar. Claudia bebera em excesso durante a noite e, quando Briana estava no terraço, a falar com Marisa e Diego, apanhara-o desprevenido. Rodeara o seu pescoço com os braços, apertara-se contra ele e beijara-o na boca…

      Pascual ficou tenso, com raiva e desdém renovados, ao recordar o incidente. Não tivera o mínimo interesse em voltar para Claudia, nem então, nem depois. Amava Briana. Mas era óbvio que ela não correspondia ou não teria sido tão fácil deixá-lo sem mais nem menos. Isso destruía-lhe a alma. Nenhum homem gostava de descobrir que a relação que achava real se baseava numa mentira. Uma mentira que implicava que a sua amada não sentia tanto amor por ele como lhe dissera. Uma nova onda de dor e cólera sulcou as suas veias ao pensar no abominável comportamento da mulher que tinha à sua frente.

      Ela levantou os seus olhos feiticeiros e tentou esboçar um sorriso. Não teve demasiado sucesso e ele percebeu a preocupação e a dor que reflectia o seu olhar. Alegrou-se por a ter incomodado. Deus sabia o quanto ela o incomodara.

      – Quando apareceu na festa… Pensei que tu e ela…

      – Enganaste-te. Saía com o meu primo e ele levou-a como acompanhante. Fim da história!

      – Bom, então… Será melhor ir-me embora e deixar-te beber o café – disse. – Os teus anfitriões estão à espera na sala do andar de baixo. Queres que lhes diga que estarás СКАЧАТЬ