Название: Mundos aparte - De ama a esposa
Автор: Maggie Cox
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Ómnibus Geral
isbn: 9788413752754
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A criança sorriu de orelha a orelha ao ver Briana.
– Mãe, estou a repetir! – anunciou com alegria. Uma gota de leite brilhava na covinha do seu queixo.
– A sério, meu anjo? Não é de estranhar que estejas a crescer tanto! – depositou um beijo carinhoso na sua cabeça morena e dirigiu-se para o fervedor da água que estava sobre a bancada. – Queres uma chávena de chá, mãe?
– Porque não te sentas com Adán e me deixas tratar disso? Não deixarei que saias de casa sem comer pelo menos umas torradas! Com tantas preocupações, estás muito pálida e magra. Ficar doente não servirá de nada.
– Não é porque não como – Briana pôs o cabelo atrás das orelhas, suspirou e pôs duas saquetas de chá nas chávenas. – Tenho andado um pouco absorta, mais nada. Este fim-de-semana tem de correr bem, mãe. Tenho três empresários que vão receber um milionário estrangeiro e tenho de os atender numa mansão Tudor, com a qual nem sequer estou familiarizada. Tenho de chegar cedo e pôr-me em dia para os receber como merecem ou será um desastre! Ainda bem que Tina foi ontem, para começar a organizar tudo. Se ficarem com uma boa impressão, é provável que me dêem mais trabalho, portanto, faz figas por mim, está bem?
– Não devias precisar que fizesse figas! – anunciou Frances Douglas, franzindo a testa. – És a melhor no que fazes, Briana Douglas, não o esqueças! A dívida que ameaça a empresa deve-se à tua natureza ingénua, não à tua falta de capacidade.
– Obrigada, mãe. Precisava de um pouco de ânimo esta manhã. És um anjo!
– Não te preocupes com Adán. Organizei um fim-de-semana fantástico para os dois. Quero que vás trabalhar e te concentres no que tens de fazer sem te preocupares connosco.
– Prometo não vos falhar.
Os olhos cinzentos da mãe humedeceram-se.
– Nunca me falhaste em vinte e sete anos de vida, nem penses que há essa possibilidade!
Briana, com os olhos também húmidos, assoou o nariz e deu-lhe um abraço forte. Era muito sortuda. Tinha a melhor mãe que uma rapariga podia desejar e um filho encantador que era a luz da sua vida. Deixando de lado os problemas financeiros, não estava nada mal. No entanto, assim que decidiu olhar para as coisas pelo lado positivo, a imagem do pai do seu filho cintilou na sua mente e a pontada que sentiu no coração quase a deixou com falta de ar.
A casa era impressionante. Situada no meio do verde aveludado das colinas suaves de Warwickshire, denominada a terra de Shakespeare, era uma bela relíquia da época tumultuosa dos Tudor. Qualquer pessoa que se interessasse por História teria olhado para ela com admiração.
Pascual fê-lo durante vários minutos, depois de o motorista abrir a porta do Rolls-Royce, que o trouxera do aeroporto. Admirou a fachada branca com vigas de madeira, as pequenas janelas em forma de arco e os painéis de vidro chumbado do edifício de três andares. O ambiente também era espectacular. A caminho dali, depois de transpor um portão metálico, tinham atravessado um lindo parque com árvores centenárias. Começou a cair chuva miudinha, como se tudo quisesse recordar-lhe que estava no campo, em Inglaterra, longe da vida colorida e do calor de Buenos Aires. Quando a chuva piorou, correu para procurar abrigo.
Esteve prestes a chocar com uma jovenzinha loira e magra que disse chamar-se Tina e que trabalhava para os homens de negócios que tinham organizado aquela estadia de fim-de-semana de Pascual. Depois de lhe mostrar a sua suíte, disse-lhe que voltaria com café e que, mais tarde, a sua colega o levaria a conhecer os seus anfitriões.
Agradecendo a oportunidade de tomar um duche e familiarizar-se com o ambiente antes de almoçar e entregar-se aos negócios, Pascual levou o seu tempo a preparar-se para a reunião. A chuva não parava de cair, batendo nos vidros da janela do quarto. Olhou lá para fora e, ao ver que as árvores se dobravam quase até ao chão, compreendeu que o vento adquirira a intensidade de uma tempestade. Contudo, dentro de casa, o ambiente era quente e agradável. Sentiu uma espécie de paz, que quase nunca experimentava em sua casa, a descer sobre ele como uma suave manta de penas que o isolava do resto do mundo.
Deixou escapar um suspiro de satisfação. Ao fim e ao cabo, não tinha de se preocupar. Por mais que fizesse esperar os seus anfitriões, nunca pensariam em emitir uma só queixa. Tinham a oportunidade de comprar os cavalos de pura raça mais procurados do mundo, a elite da elite, portanto, controlariam a sua impaciência, independentemente do tempo que Pascual demorasse.
Estava absorto a pôr os botões de punho de diamante nos punhos da camisa azul de Savile Row, quando ouviu uma pancadinha na porta. Supôs que seria a pequena loira e pensou que lhe saberia bem uma chávena de café bem forte.
Do outro lado da porta de carvalho, no corredor comprido e de tecto baixo, Briana tentava controlar o ritmo da sua respiração. Chegara atrasada, apesar dos seus esforços, mas a tempo de pegar na bandeja de café que Tina levava para a suíte do convidado importante. Passou uma mão pelo cabelo e desejou que a pressa e o facto de não ter tido tempo de retocar a maquilhagem não diminuíssem o profissionalismo, que era a sua marca de qualidade. Nem sequer perguntara a Tina como se chamava o convidado. Com um pouco de sorte, estaria tão agradecido pelo café que não repararia que não o chamava pelo seu nome.
A cafeteira de prata, o prato, a chávena e a jarrinha de porcelana branca tremeram sobre a bandeja que Briana segurava. Concentrou-se e respirou fundo outra vez.
– Mesmo a tempo! Ia… Meu Deus!
Uns olhos de cor tão intensa como a do melhor cacau, num rosto atraente de traços duros, com maçãs do rosto altas e uma boca incrivelmente sensual e viril, fixaram-se nela como se o seu proprietário não conseguisse acreditar no que via.
– O que fazes aqui?
Briana agarrou a bandeja, que estivera prestes a deixar cair. Achou que estava a sonhar. O seu coração batia no peito a ritmo infernal. Pascual era o convidado importante! Era imperdoável não o ter sabido. O seu equilíbrio e profissionalismo desapareceram de repente. Sentia-se tão vulnerável, exposta e inadequada, que as lágrimas começaram a queimar-lhe a garganta.
– Ouviste o que disse?
Durante um momento, o seu sotaque pareceu-lhe mais marcado do que o recordava. Briana descobriu, para sua tristeza, que o tom sensual da sua voz continuava a ter o poder de fazer com que as suas pernas tremessem como gelatina.
– Estou a trabalhar… E trouxe-te o café – conseguiu dizer, oferecendo-lhe um sorriso trémulo. – Importas-te que pouse a bandeja? Tenho medo de a deixar cair.
Pascual abriu a porta para que entrasse. Os seus olhos seguiram-na, acusadores, enquanto atravessava o quarto para deixar a bandeja numa mesa de carvalho esculpido.
– O que significa isto?
Estava a observá-la como se fosse uma brincadeira de mau gosto… Uma brincadeira que detestava.
– Já te disse, estou a trabalhar. Os teus anfitriões contrataram a minha empresa de serviços para que se encarregasse da recepção e da hospitalidade durante a tua estadia. Não sabia que o convidado VIP eras tu. Lamento, Pascual…
Mordeu СКАЧАТЬ