Duelo De Corações. Barbara Cartland
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Название: Duelo De Corações

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781782137757

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СКАЧАТЬ a proprietária e exigisse que lhe arranjasse uma carruagem de aluguel para levá-la a Londres, provocaria um escândalo. Sir Montagu também podia invalidar seus protestos, dizendo que a reação dela era natural, própria de uma noiva assustada na noite de núpcias.

      Chegando à janela, Caroline abriu as duas partes envidraçadas e olhou para o jardim banhado pelo luar. Além do jardim havia um bosque. Se fugisse pela janela poderia esconder-se entre as árvores.

      O problema era a altura. A única possibilidade de sair dali seria alcançar o telhado mais baixo que julgou ser o da despensa ou da copa. Bem junto da parede ela viu sobre uma plataforma tosca um barril tampado que deduziu ser um depósito de água.

      Sem perda de tempo atravessou o quarto, trancou a porta a chave, correu os trincos e voltou para a janela, decidida a fugir por ali. Olhou para o vestido de veludo de saia rodada e mangas compridas. Mas não seria o traje que a impediria de escapar.

      Na verdade, essa não seria a primeira vez que saltaria de uma janela. Na infância costumava ser castigada pela governanta e pelos pais quando, em vez de dormir, pulava a janela do quarto e ia brincar no parque.

      Caroline pendurou-se no parapeito e saltou para o telhado vizinho produzindo um barulho surdo. Reteve a respiração por um instante, receando que alguém a tivesse ouvido. Tudo estava em silêncio, exceto pelo distante burburinho de vozes e risos vindo da taberna.

      Olhou para baixo. A altura era considerável, mas se conseguisse chegar até o barril, alcançaria o solo facilmente. Deitou-se na beira do telhado e foi escorregando o corpo até apoiar os dois pés no barril. Deste desceu até a plataforma e pulou para o chão, sã e salva, apenas muito suja e com um rasgão na saia do vestido que se enroscou em um prego.

      Encostou-se na parede e espiou pela janela. De fato, ali era a despensa, mas estava às escuras. O cômodo seguinte, bem iluminado, era a grande cozinha da estalagem. Viu a proprietária, atarefada, e duas mocinhas de rosto corado, usando touca e avental. Um homem careca, também de avental, com certeza o garçom do estabelecimento, apareceu à porta carregando uma bandeja. Chegou até Caroline o cheiro agradável de carne assada.

      Sem esperar nem mais um segundo ela saiu correndo, atravessou o jardim, procurando manter-se protegida pela sombra dos arbustos, e chegou ao bosque que, felizmente, não era muito cerrado. Continuando a correr seguiu por um caminho trilhado entre as árvores sem pensar aonde ele iria levá-la. Sua única preocupação era distanciar-se da estalagem.

      Tinha uma vaga ideia de estar indo na direção da estrada principal para Sevenoaks. Uma vez ali, poderia chegar a alguma hospedaria e conseguir uma carruagem de aluguel que a levasse a Londres. Na corrida tropeçou algumas vezes em pedras e galhos. Também era obrigada a parar ocasionalmente para desprender o vestido enroscado em espinhos.

      Cansada, Caroline passou a ir mais devagar. De repente, ouviu vozes e parou, certa de que já a procuravam. Logo achou que isso era impossível. Não havia dado tempo de alguém ter notado sua fuga. Além disso, só entrariam no quarto se arrombassem a porta que ela deixara trancada a chave e com os trincos.

      Atenta, percebeu que as vozes eram masculinas e vinham de um ponto à sua frente, portanto, aqueles homens não eram seus perseguidores. Então um grito ecoou pelo bosque. Apenas um grito. Terrível. O silêncio voltou a reinar.

      Por um segundo o coração de Caroline pareceu ter parado de bater. Voltou a pulsar tão violentamente como se quisesse saltar do peito. Ela encostou-se ao tronco de uma árvore e ficou por alguns minutos com as mãos sobre o peito, esperando passar o susto. O barulho de alguém andando depressa, quase correndo, vindo na sua direção, sobressaltou-a.

      Aguardou mais um instante, trêmula, bem colada à árvore esperando não ser vista. Os passos tomaram-se mais audíveis e um homem passou a pouca distância do lugar onde ela se achava.

      Mal se arriscando a respirar, Caroline continuou atenta. O homem afastou-se e pouco depois ela não ouviu mais nada. O bosque lhe pareceu assustadoramente quieto. Não se ouvia nem o barulho característico de animaizinhos em suas tocas, do agitar das asas de um pássaro, cujo sossego fora perturbado ou de folhas farfa- lhando com o vento.

      Por fim, Caroline arriscou-se a sair de perto da árvore. Afastou alguns galhos que ajudavam a ocultá-la e continuou a caminhar. Chegou a uma clareira, parou e olhou ao redor. Várias árvores haviam sido cortadas formando um círculo. Ao luar ela viu uma casa quase em ruínas, com uma parte do telhado caído. Deu alguns passos e uma exclamação de horror saiu de seus lábios. Perto da casa havia o corpo de um homem estendido no chão. Sua cabeça pendia para trás, revelando à luz da lua o contorno do queixo proeminente.

      Aterrorizada, ela ficou ali como se tudo fosse um pesadelo, seus olhos indo das fivelas dos sapatos lustrosos, aos botões do sobretudo preto até chegar ao cabo lustroso da faca enterrada no pescoço do homem que, a seu ver, estava morto.

      O sangue escuro manchava a pureza da camisa branca com babados.

      Por um momento Caroline julgou que ia perder os sentidos. Felizmente isso não aconteceu. Ficou paralisada olhando com horror para as mãos brancas e imóveis, caídas sobre a grama. Estava sem saber se devia seguir adiante ou voltar para o caminho do bosque quando o som de passos firmes, decididos e rápidos tirou-a de seu torpor.

      Alguém se aproximava caminhando depressa. Ela ouviu também o ruído de gravetos sendo pisados e de galhos se movendo. Virando-se na direção dos passos, viu um homem chegando à clareira. Caroline só não saiu correndo porque sentiu que lhe faltavam forças para isso. Recuou alguns passos e encostou-se na parede da casa.

      «Tenho de fugir quanto antes», pensou, mas não conseguiu mover-se.

      O homem que se aproximava era alto, usava chapéu de feltro, de copa alta, casaco azul-marinho e botas pretas. Seu modo de andar e sua elegância revelavam uma pessoa de importância.

      —Meu Deus! O que é isto?— ele falou em voz alta ao ver o corpo caído no chão. O som dessa voz fez Caroline recuperar um pouco de suas forças e tentar fugir. Mas o recém-chegado a viu movimentar-se, tirou uma pistola do bolso e gritou:

      —Pare! Quem é você? Chegue mais perto!

      Caroline obedeceu. Bem devagar saiu das sombras.

      —Uma mulher!— exclamou o homem guardando a pistola e tirando o chapéu.

      —Desculpe-me, milady. Eu não esperava encontrar uma lady por aqui, muito menos em tais circunstâncias.

      A voz calma e segura afastou todos os temores de Caroline. Pôde ver à luz do luar que o estranho que lhe falava era o homem mais belo que já tivera ocasião de encontrar. Tinha os cabelos castanhos e penetrantes olhos cinzentos.

      —Posso saber o que faz aqui, milady? E, por acaso tem conhecimento do que seja... isto?

      Com o chapéu ele indicou o corpo caído no chão.

      —Eu… estava no bosque, sir, quando ouvi vozes e em seguida… um grito e depois ouvi um barulho… como se alguém fosse correndo por ali.

      Ela fez um gesto indicando a direção.

      O cavalheiro colocou novamente o chapéu na sua cabeça, ajoelhou-se e debruçou-se sobre o corpo do homem caído para ouvir-lhe o coração.

      —Está mesmo… morto?— Caroline perguntou com voz trêmula.

      —Sem СКАЧАТЬ