Seu Reino Por un Amor. Barbara Cartland
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Название: Seu Reino Por un Amor

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781782135289

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СКАЧАТЬ Rei ficou em silêncio, sabendo que era verdade. Como se temesse ter despertado sua cólera, o Ministro continuou:

      −O povo do sul do país ficou muito abalado com a tentativa de morte contra o rei Gustavo, há três semanas. Como Vossa Majestade não ignora, Sua Majestade escapou por um triz, e nada nos diz que não haja outra tentativa de assassinato.

      −O que os senhores estão dizendo é que há anarquistas por toda parte. Na última vez que estive em Paris, comentava-se que houve um atentado contra a Rainha Vitória, na Inglaterra.

      −É verdade, Majestade, e aqui em Valdastien, o povo tem medo, não apenas de que um anarquista o ataque, como também porque sabem que Vossa Majestade está sempre correndo perigo.

      O Rei percebeu que o primeiro-ministro se referia a seus passatempos prediletos. Gostava de alpinismo e orgulhava-se de, aos trinta e cinco anos, poder escalar montanhas com a força e a agilidade de quinze anos antes.

      Gostava também de domar cavalos selvagens, dos quais havia muitos em Valdastien. Eram capturados em distritos isolados e montanhosos.

      Quando os melhores eram trazidos para as cocheiras do palácio, o rei fazia questão de montar aqueles que seus cavalariços mais temiam.

      Essas duas atividades aborreciam o Primeiro-Ministro.

      Mas, com um sorriso sarcástico, Maximiliano pensou que havia outro assunto que o preocupava, não o abordava, embora estivesse presente em seu pensamento.

      Em sua última viagem a Paris, o Rei foi desafiado para um duelo por um francês encolerizado que jurava que ele lhe havia seduzido a esposa.

      O fato de não ter sido necessário nenhum esforço por parte de Maximiliano e de o caso estar longe de ser sedução, não o impediu de aceitar o desafio.

      Embora o aristocrata francês fosse um famoso duelista, que já tinha matado dois adversários, foi ferido por uma bala do Rei, mas não antes de acertá-lo, de raspão, no braço.

      Todo o país ficou assombrado com o que aconteceu com seu Rei e houve inúmeras especulações a respeito.

      Maximiliano sabia que, para o Primeiro-Ministro e o resto do gabinete, era esse também um motivo urgente para tentar convencê-lo a ter um herdeiro.

      O Chanceler disse:

      −Creio ser desnecessário explicar a Vossa Majestade o quanto o povo se sente feliz sob seu reinado, esperando que haja muitos anos de alegria e de prosperidade, ao mesmo tempo...

      Seu olhar encontrou o do rei e ele se calou. Parecia ter medo de dizer mais alguma coisa e de receber uma resposta áspera.

      Maximiliano apertou os lábios. Ia dizer ao Primeiro-Ministro, ao Chanceler e a todos que podiam ir para o inferno, antes de vê-lo casado, quando ele se lembrou de que havia uma ameaça muito maior para Valdastien.

      No ano anterior, em Paris, o Imperador lhe havia dito francamente que temia as ambições da Prússia e que tinha certeza de que Bismarck estava decidido a unir todos os Estados germânicos menores em uma Alemanha imperial que os engoliria a todos, um por um.

      Maximiliano, que não tinha em grande conta a inteligência de Napoleão III, não lhe dera ouvidos.

      Agora, os avisos uns dados por franceses, outros vindos em cartas de monarcas que reinavam em países pequenos como o dele pareciam aumentar cada vez mais.

      Podia visualizar a Alemanha invadindo o mapa da Europa, engolindo um a um os principados até formar uma federação capaz de enfrentar a Inglaterra e a França em pé de igualdade.

      Com surpresa, o Primeiro-Ministro ouviu o Rei dizer, em tom muito diferente do esperado:

      −Vou levar sua proposta em consideração. Compreendo que o que sugere é sensato. Embora não deseje casar, acho justo o desejo de meu povo de eu lhe dar um herdeiro.

      O Primeiro-Ministro respirou, aliviado.

      −Só posso agradecer a Vossa Majestade por se mostrar tão compreensivo.

      −Vou pensar nisso. Acho que o melhor seria eu visitar primeiro os países vizinhos, com os quais pudéssemos fazer uma aliança firme.

      O Primeiro-Ministro, que era um homem astuto, compreendeu exatamente o que o Rei queria dizer. Também ele tinha medo da Alemanha e da ambição de Bismarck, que, como toda a Europa sabia, manipulava o fraco Rei Guilherme, que estava mais interessado em sua saúde do que na grandeza da pátria.

      O Rei levantou-se.

      −Obrigado, senhores, por sua visita. Eu lhes participarei meus planos, assim que tiver tempo de fazê-los.

      Satisfeitos com o resultado da entrevista, o Primeiro-Ministro e o Chanceler se retiraram.

      Depois que ficou sozinho, o Rei sentou-se numa poltrona e ficou olhando, sem vê-lo, o belo quadro de Fragonard na parede oposta. Não viu a figura graciosa no jardim romântico, nem os cupidos acima dela, no céu.

      Pensou apenas na incrível caceteação de ter que tolerar a companhia de uma Rainha cuja única qualidade, no que lhe dizia respeito, seria seu sangue real.

      Pensou nas cortes pretensiosas e aborrecidas que tinha visitado em suas viagens pela Europa; nos monarcas que conhecera. Eram todos iguais, muito cônscios de sua importância, tendo pavor de serem de-postos, não falando de outra coisa a não ser de assuntos familiares e de mexericos a respeito de outras cortes.

      Lembrou-se da comida sem graça, invariavelmente servida nesses lugares que detestava, das camas pouco confortáveis, das intermináveis cerimónias oficiais e compreendeu que uma Rainha traria para o Palácio de Valdastien todas essas coisas que o irritavam e que sempre procurava evitar.

      Sendo solteiro, tinha conseguido reduzir essas cerimônias ao mínimo, podendo divertir-se livremente, quase como se fosse um cavalheiro inglês, em sua propriedade rural.

      Ia caçar quando bem entendia, só recebia as pessoas de quem gostava, deixando todas as cerimônias solenes, a não ser uma ou duas por ano, a cargo do Primeiro-Ministro e de outros membros do Governo.

      Pensando bem, achou que o povo de Valdastien via seu monarca menos do que o de qualquer país. Por isso, disse a si mesmo, com ironia, esse povo estava muito mais satisfeito do que qualquer outro.

      Uma Rainha mudaria tudo! Ia querer comparecer a inúmeras solenidades públicas, visitar hospitais, receber bouquets de flores e, sempre que possível, andar de carruagem para receber os aplausos da multidão.

      Ia também querer interferir na direção dos serviços domésticos do Palácio, que o Rei considerava perfeitos, porque tinha o dom da organização.

      Em vez de jantar com seus amigos íntimos, ou de gozar uma noite solitária, lendo ou indo visitar La Belle, ou a mulher que estivesse instalada na mansão na ocasião, teria que ficar conversando com alguma frau feiosa e maçante.

      As damas de honra seriam, sem dúvida, ainda mais feias e mais aborrecidas do que a Rainha.

      Que vida terrível!

      Mas sabia que não havia alternativa.

      O СКАЧАТЬ