Arena Dois . Морган Райс
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Читать онлайн книгу Arena Dois - Морган Райс страница 3

СКАЧАТЬ longe, detecto alguma coisa no horizonte. Parece algum tipo de estrutura na água. A princípio, pergunto-me se estou vendo coisas, mas então Logan estica seu pescoço, atento, e eu percebo que ele também deve ter visto.

      “Acho que é uma ponte,” ele diz. “Uma ponte demolida.”

      Vejo que ele está certo. Cada vez mais perto, está um altíssimo pedaço de metal retorcido, sobressaindo da água como se fosse algum tipo de monumento do inferno. Eu me lembro dessa ponte: ela costumava atravessar lindamente o rio; agora, é um monte de sucata, que mergulha na água fazendo ângulos irregulares.

      Logan desacelera o barco, o motor vai silenciando à medida que nos aproximamos. Nossa velocidade cai e o barco se mexe violentamente. Os metais retorcidos aparecem em todas as direções, Logan navega, virando para a esquerda e para a direita, criando seu próprio caminho. Olho pra cima conforme avançamos sobre os escombros da ponte, que se emerge sobre nós. Parece que tem centenas de metros de altura, um testamento do que o homem, um dia, foi capaz de fazer antes de começar a matar uns aos outros.

      “A Ponte Tappan Zee,” eu comento. “Estamos à uma hora do norte da cidade. Temos uma boa vantagem, se eles vierem atrás de nós.”

      “Eles virão atrás de nós,” ele diz. “Pode apostar que sim.”

      Olho para ele. “Como você tem tanta certeza?”

      “Eu os conheço. Eles não esquecem, jamais.”

      Quando passamos pelo último resto de metal, Logan ganha velocidade e eu inclino para trás enquanto aceleramos.

      “Quão longe atrás de nós você acha que eles estão?” pergunto.

      Ele olha para o horizonte, sério. Finalmente, dá de ombros.

      “Difícil dizer. Depende do tempo que levaram para reunir as tropas. A neve está pesada, o que é bom para nós. Talvez três horas? Seis, se tivermos sorte? Uma coisa boa é que essa belezinha aqui é rápida. Acho que podemos continuar na frente enquanto tivermos combustível.

      “Mas não teremos,” eu falo, ressaltando o óbvio. “Nós saímos com um tanque cheio – agora ele está na metade. Ficaremos vazios em algumas horas. O Canadá está bem distante. Como acha que podemos encontrar combustível?”

      Logan olha para a água, pensativo.

      “Não temos escolha.” ele diz. “Precisamos encontrar. Não há alternativa. Não podemos parar.”

      “Precisaremos descansar em algum momento,” eu falo. “Precisaremos de comida e de algum tipo de abrigo. Não podemos ficar a essa temperatura dia e noite.”

      “Melhor passar fome e frio do que ser pego por comerciantes de escravos,” ele fala.

      Penso na casa de meu pai, rio acima. Vamos passar bem ao lado dela. Lembro-me da minha promessa à minha cachorra, Sasha, de enterrá-la. Também penso em toda a comida que havia lá, na casinha de pedra – poderíamos pegá-la, iria nos sustentar por dia. Penso nas ferramentas na garagem de papai, em todas as coisas que seriam úteis. Sem falar das roupas extras, lençóis e fósforos.

      “Quero fazer uma parada.”

      Logan se vira e olha para mim como se eu fosse louca. Posso ver que ele desaprova minha ideia.

      “Do que você está falando?”

      “Sobre a casa de meu pai. Em Catskill. Cerca de uma hora ao norte daqui. Quero passar por lá. Há muitas coisas que podemos resgatar. Coisas que iremos precisar. Como comida. E…” eu pauso, “eu quero enterrar minha cachorra.”

      “Enterrar sua cachorra?” ele pergunta, sua voz ficando mais alta. “Você enlouqueceu? Você quer que todos nós sejamos mortos por isso?”

      “Eu lhe prometi,” eu digo.

      “Prometeu?” ele retruca. “A sua cachorra? Morta? Você está brincando.”

      Eu o encaro e ele percebe rapidamente que não estou.

      “Se eu prometo algo, eu cumpro. Eu enterraria você se eu prometesse.”

      Ele balança a cabeça.

      “Ouça,” eu falo seriamente. “Você queria ir para o Canadá. Poderíamos ter ido para qualquer lugar. Esse era o seu sonho. Não meu. Quem sabe se essa cidade realmente existe? Estou seguindo você por um capricho seu. E este barco não é só seu. Eu só quero passar na casa de meu pai. Pegar algumas coisas que precisamos e enterrar minha cachorra. Não vai demorar muito. Estamos bem à frente dos comerciantes de escravos. Sem mencionar que temos uma pequena vasilha de combustível lá. Não é muito, mas vai ajudar.”

      Logan lentamente balança sua cabeça.

      “Prefiro não pegar esse combustível e não correr tanto risco. Você está falando das montanhas. Está falando de uns trinta quilômetros terra adentro, não é? Como acha que chegaremos lá após pararmos nas docas? Escalando?”

      “Eu sei que tem um caminhão velho. Uma picape surrada. É só uma carcaça enferrujada, mas anda e tem combustível suficiente para nos levar e nos trazer de volta. Está escondida próxima à beira do rio. O rio nos levará até lá. O caminhão nos levará e nos trará de volta. Será rápido. E então continuaremos nossa longa jornada para o Canadá. Será o melhor para nós.”

      Logan observa a água silenciosamente por um longo tempo, seus punhos fechados firmemente em volta do timão.

      Por fim, ele diz, “Tanto faz. É a sua vida em risco. Mas eu vou ficar no barco. Você terá duas horas. Se não voltar a tempo, irei embora.”

      Eu lhe dou as costas e olho para a água, furiosa. Queria que ele fosse comigo. Sinto que ele só pensa nele mesmo e isso me deixa desapontada. Pensei que ele fosse melhor que isso.

      “Então, você só se importa consigo mesmo, é isso?” eu pergunto.

      Também me preocupa que ele não queira me acompanhar até a casa de meu pai; Não havia pensado nisso. Sei que Ben não vai querer ir eu gostaria de ter um pouco de proteção. Que seja. Eu ainda estou determinada. Fiz uma promessa e irei cumpri-la. Com ou sem ele.

      Ele não responde e posso ver que está aborrecido.

      Contemplo a água, evitando olhá-lo.  À medida que a água se agita em meio ao constante barulho do motor, percebo que estou brava não somente porque estou decepcionada com ele, mas também porque eu comecei a gostar dele, a contar com ele. Eu não dependia de ninguém havia muito tempo. É um sentimento assustador depender de alguém de novo, me sinto traída.

      “Brooke?”

      Meu coração se alivia com o som de uma voz familiar e eu me viro para ver minha irmãzinha acordar. E Rose também. As duas são como ervilhas de uma vagem, extensões de uma única pessoa.

      Eu ainda mal consigo acreditar que Bree está aqui, novamente comigo. É como um sonho. Quando ela foi sequestrada, uma parte de mim estava certa de que eu jamais a veria de novo. Cada momento em que estou com ele, sinto como se tivesse recebido uma segunda chance, estou mais determinada do que nunca a cuidar dela.

      “Estou com fome,” Bree fala, esfregando seus olhos com a parte de trás de suas mãos.

      Penélope СКАЧАТЬ