Desejo mediterrâneo. Miranda Lee
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Название: Desejo mediterrâneo

Автор: Miranda Lee

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Sabrina

isbn: 9788413752495

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СКАЧАТЬ Claro que não.

      – Que idade tinha o meu benfeitor?

      – Hum. Não tenho a certeza. Devia estar perto dos oitenta. Sei que tinha mais de setenta quando a esposa faleceu e já foi há uns anos.

      – Então, era idoso e viúvo. Tinha filhos?

      – Não.

      – Irmãos?

      – Não.

      – E como faleceu?

      – Com um enfarte. Ainda que, segundo a autópsia, também tivesse cancro do fígado. Algumas semanas antes de morrer, disse-me que ia ao médico a Londres, mas fez um testamento e faleceu quando saía do escritório do advogado.

      – Ena…

      – Talvez tenha sido melhor assim, o cancro já estava em fase terminal.

      – Bebia muito?

      – Eu não diria isso. Porém, quem sabe o que um homem faz em privado?

      De repente, Leonardo parecia muito triste. Isso fez com que gostasse um pouco mais dele.

      Talvez estivesse a ser injusta com ele, talvez já não fosse um playboy, podia ter mudado.

      – Se me der o seu endereço de correio eletrónico – continuou ele –, posso enviar-lhe uma cópia do testamento para que me dê uma resposta depois de o ler. Ou posso ligar-lhe amanhã a esta mesma hora para que voltemos a falar.

      – Amanhã a esta hora não me dá jeito.

      Aos sábados costumava ir jantar cedo com a mãe a um restaurante vietnamita.

      – Que horas são agora em Itália? – perguntou. – Porque está em Itália, não está?

      – Sim, em Milão, no meu escritório. São nove e meia.

      – Muito bem. Gostaria de falar com a minha mãe primeiro e perguntar-lhe se conhecia algum Laurence Hargraves. Talvez ela possa resolver o mistério. Em qualquer caso, não tenho nenhum problema em vender-lhe a villa, senhor Fabrizzi. Adoraria poder ir de férias a Capri, mas receio que não possa pagá-las. Ligo-lhe dentro de uma hora, mais ou menos.

      – Ótimo. Estarei à espera da chamada, menina Hanson.

      Trocaram números de telefone e endereços de correio eletrónico e Veronica desligou e percebeu que estava nervosa depois de ter falado com Leonardo Fabrizzi.

      Subiu as escadas para a zona da casa que Nora mandara construir há vários anos, quando instalara o seu negócio lá.

      De repente, teve uma ideia bastante desatinada a respeito de quem podia ser Laurence Hargraves. O coração acelerou e sentiu um nó no estômago. Pensou que mãe nunca lhe teria mentido, sobretudo, numa coisa dessas.

      Respirou fundo várias vezes e bateu à porta do escritório da mãe. Tremiam-lhe as mãos e tinha a boca seca.

      – Sim? – perguntou a mãe.

      Ela virou a maçaneta da porta e entrou na sala.

      A mãe, que estava sentada à frente do computador, não levantou a cabeça.

      Aproximou-se da secretária e agarrou-se a ela com força.

      – Mãe, o nome Laurence Hargraves é-te familiar?

      A mãe empalideceu e ela já não sentiu medo, só desilusão.

      – Era o meu pai, não era? – perguntou, num tom fraco.

      Nora gemeu e assentiu com tristeza.

      Veronica cerrou os punhos e tentou evitar que a emoção a invadisse. Não estava tão zangada desde que descobrira a verdade a respeito de Jerome.

      – Porque não me contaste a verdade? – inquiriu. – Porque me contaste essa história sobre o meu pai ser um estudante pobre da Letónia? Porque não te limitaste a admitir que tinhas tido uma aventura com um homem rico?

      – Eu não tive uma aventura com o Laurence! – negou a mãe. – Não foi assim. Não compreendes…

      Tinha os olhos cheios de lágrimas.

      Pela primeira vez na sua vida, Veronica não sentiu pena dela.

      – Então, como foi, mãe? – perguntou, num tom frio. – Faz com que compreenda.

      – Não podia contar-te porque dei a minha palavra ao Laurence de que não o faria.

      – Deves saber que o teu Laurence morreu – informou ela. – E que me deixou uma coisa no testamento. O testamenteiro acabou de me ligar. Agora, sou a dona de uma villa na ilha de Capri. Que sorte a minha!

      Nora limitou-se a olhar para ela.

      – Mas… e a esposa?

      – Também faleceu. Aparentemente, há uns anos.

      – Oh…

      – Oh…?

      A mãe estava ali, atordoada e em silêncio.

      – Parece-me, mãe – disse Veronica, tentando conter as emoções –, que chegou o momento de me contares a verdade.

      Capítulo 2

      Leonardo enviou uma cópia do testamento por correio eletrónico e tentou concentrar-se nos desenhos da próxima coleção de inverno, mas não foi capaz. Não conseguia parar de pensar na chamada que acabara de fazer para Sidney, na Austrália.

      Quem era a tal Veronica Hanson? Porque é que Laurence nunca lhe falara dela?

      Porque lhe deixara villa e doara o dinheiro à investigação sobre o cancro?

      Era um mistério.

      Com um pouco de sorte, a mãe da menina Hanson poderia dar-lhes um pouco de informação.

      Olhou para o relógio e percebeu que tinham passado menos de dez minutos. Infelizmente, não podia esperar que Veronica Hanson retribuísse a chamada tão depressa.

      Suspirou. Sabia que não ia conseguir concentrar-se em nada até falar com ela. A paciência nunca fora uma das suas virtudes, mas não tinha outra alternativa senão esperar.

      Embora não tivesse de esperar ali sentado.

      Embora tivesse dito à menina Hanson que era um homem de negócios, e não podia negar que desfrutara de criar a sua própria empresa de roupa de desporto, continuava a ser um desportista, um homem de ação. E, na verdade, odiava estar fechado num escritório.

      Decidiu sair para beber um café e sentiu-se melhor ao ar livre. O sol brilhava e havia uma brisa leve. Milão no fim de agosto era um lugar lindo, embora СКАЧАТЬ