Название: Constriundo o amor conjugal
Автор: Ricardo E. Facci
Издательство: Bookwire
Жанр: Сделай Сам
Серия: Por um Lar novo
isbn: 9789874756558
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Aquele que queira ouvir, que ouça - este pensamento de Jesus, manifestado em várias oportunidades, cabe perfeitamente ao diálogo de casal. Geralmente, quando um tema é aprofundado em uma conversa, uma ferida dolorosa se abre em muitos casais: a ausência de um diálogo maduro.
É necessário não desanimar. Retomar o diálogo é possível. Mas como? Sacrificando tudo para chegar a uma compreensão mútua, reconhecendo aquilo que cada um fala, fazendo uma verdadeira e profunda análise da conversa, mas, acima de tudo, aprendendo a escutar, mas escutar amando.
Aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça. É claro que Jesus não falava aos surdos ou a pessoas com problemas auditivos, mas sim a pessoas que simplesmente ouviam as palavras por um ouvido, mas não as deixavam entrar em seu coração. Aquele que tem ouvidos para ouvir com o coração, que ouça.
Somente quem se dispõe a abrir o coração à palavra do outro saberá escutar amando. Ao invés de apenas falar, dialogar é escutar.
Como escutar amando?
• Estando disponível para que o outro se sinta disposto a seguir compartilhando sua interioridade.
• Perguntando, de modo que motive o interlocutor a aprofundar mais sobre o tema.
• Avaliando se o que foi ouvido é correto. No momento em que for oportuno, é preciso analisar o que foi escutado e compartilhá-lo com o outro, para que se avalie se o que foi recebido foi realmente o que se quis transmitir.
• Evitar julgamentos e atitudes defensivas.
Escutar não é apenas deixar que as palavras do outro entrem em nosso sistema auditivo. É acolher o outro como pessoa através da sua palavra. A capacidade de escutar amando depende de quão profundo é o desejo de ser tocado pelo outro. Escutar requer abertura.
É necessário saber escutar para se ter um diálogo mais profundo. Tudo é possível para os que amam, principalmente quando há empenho para a reconstrução e o aumento das conversas. Quando o diálogo entre um casal ainda não se tornou totalmente profundo, é necessário que, para iniciar esta jornada, seja feita uma análise verdadeira para entender de fato qual a responsabilidade pessoal de cada um.
Não se chega a um diálogo ideal:
• Quando as conversas voltam-se somente para o passado, partindo sempre das mesmas situações e dos mesmos temas.
• Quando um dos dois constantemente rejeita as ideias do outro.
• Quando ambos expressam a mesma opinião mas não se entendem devido à incapacidade de escutar.
• Quando a concordância em um ponto desperta a oposição a outros dez.
• Quando se insiste obstinadamente em temas que separam, ao invés de insistir nos que unem.
• Quando se encontra a resposta sem considerar o que o outro está dizendo.
• Quando o mau costume de contrariar, de interromper e de levantar o tom não se dá por vencido.
• Quando só se expressam palavras dolorosas e se interpretam as palavras do outro em sentido falso ou pouco comprometedor para si.
• Quando se quer impor suposições falsas sobre verdades fundamentais.
• Quando, por orgulho, soberba e intolerância, prefere-se seguir vivendo na lama e em poças contaminadas do que buscar fontes de água viva e cristalina.
• Quando se esperam atenção e agradecimentos e só se recebem reprovações.
• Quando um está disposto a defender as próprias ideias até a morte e o outro as combate com bobagens.
Quando tudo isso acontece com um casal, se dá um verdadeiro inferno, porém um inferno frio.
Construir o diálogo, "escutando com amor", é solidificar a harmonia conjugal.
Para dialogar em casal
1. Estamos dispostos a "escutar amando"?
2. Que sentimentos este capítulo despertou em nossa maneira de dialogar?
Para orar juntos
Senhor,
quantos perderam a oportunidade,
quantos seguem na escuridão,
por não escutar tua Palavra
com o coração aberto.
Não queremos que em nosso casamento
ocorra o mesmo,
que cada um permaneça na escuridão,
por não deixar que a luz cresça
e nos conheçamos mais e melhor.
Senhor,
queremos nos conhecer com mais
rofundidade, através do diálogo
que se manifesta e consegue por meio da
capacidade de escutar
e assim, não só receber a palavra que vem do outro,
mas também aceitá-lo verdadeiramente.
Ajuda-nos a "escutar amando".
Amém.
O diálogo não verbal
Jesus, pois, operou muitos outros sinais (Jo, 30).
Ao tocar seu corpo, possuo todo o seu ser.
Deus chegou até nós para se revelar, se mostrar, para dialogar. Ele se fez humano através dos outros e de seu próprio Filho, para nos contar quem Ele realmente é. O curioso é que fez tudo isto à nossa maneira, utilizando símbolos e palavras para que pudéssemos compreender.
Ele sabe que os homens se comunicam com palavras e com símbolos. Por isso também devemos entender que somos capazes de elaborar tanto diálogos verbais quanto não verbais.
O diálogo verbal é aquele que requer palavras e que foi tratado nos últimos dois capítulos. Agora, vamos refletir sobre o diálogo não verbal. Este que se realiza com gestos, olhares, carinho, etc.
Quando um casal vive sua primeira fase de paixão, pensa que estará sempre junto e que com o passar do tempo a relação continuará sendo da mesma maneira ou ainda melhor.
Enquanto são namorados, o casal está sempre trocando carinho, experimentando algo novo e de mãos dadas. Nem sequer lhes passa pela cabeça que mais adiante não trocarão carinhos com a mesma frequência e sensibilidade.
Poucos anos após o casamento começam a surgir algumas mudanças. Quase não lhes veem em mente a ideia de fazer um carinho. Não é verdade que as mãos acabam estando sempre ocupadas com um jornal, um cigarro, um livro, uma ferramenta СКАЧАТЬ