Название: Confissões de amor
Автор: Sara Craven
Издательство: Bookwire
Жанр: Языкознание
Серия: Sabrina
isbn: 9788413484945
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– Parece-me que vai ser um fim de semana complicado – comentou Susie.
As complicações, de facto, começaram na sexta-feira de manhã, na reunião de aquisições das sextas-feiras.
Quando terminou, Alanna entrou no seu pequeno escritório, fechou a porta com o pé e praguejou.
– Oh, Hetty! – murmurou. – Onde estás quando preciso de ti? – perguntou, embora soubesse perfeitamente que estava em licença de maternidade.
De facto, era por isso que Alanna tinha sido promovida temporariamente a diretora da ficção romântica da editora Hawkseye na ausência da sua chefe.
Ao princípio tinha adorado, mas tinha acabado por dar-se conta de que estava numa zona de guerra, onde o inimigo era Louis Foster, que dirigia a lista de ficção para homens, inclinada principalmente para a escola de pensamento de «sangue e entranhas», mas que incluía também algumas celebridades literárias e outras coisas mais, como Alanna acabava de descobrir.
Tinha ido à reunião para vender uma autora nova, com um estilo fresco e uma perspetiva inovadora, que ela própria tinha descoberto.
Tinha falado com entusiasmo da sua descoberta, mas tinha chocado com a determinação de Louis, que opinara que não poderia recomendar um investimento de tão alto risco numa completa desconhecida.
– Sobretudo – tinha acrescentado, – porque o Jeffrey Winton me disse no outro dia, enquanto almoçávamos, que queria ampliar a sua linha editorial e o que sugeriu soa muito parecido ao que propõe a jovem da Alanna. E, claro, teríamos o nome de Maisie McIntyre, que se vende por si só.
Jeffrey Winton era um autor de livros de sucesso que usava um pseudónimo feminino e escrevia sagas rurais, a tal ponto adocicadas que Alanna até sentia dor de dentes só de lê-las.
Além disso, era um autor de Hetty, portanto, que raio fazia Louis a almoçar com ele e a debater projetos futuros?
Embora ela, desde então, preferisse não se aproximar dele, após o seu único encontro com o rotundo autor de Amor na fornalha e A pousada do prazer. E pior ainda, o que se tinha seguido depois.
Todo o que tinha tentado apagar da sua memória reaparecia agora de repente com todos os seus detalhes, deixando-a momentaneamente enjoada.
E Louis aproveitou-se disso para convencer os outros, enquanto a ela lhe restava a missão de dizer a uma autora em que acreditava que, afinal, não poderia oferecer-lhe um contrato.
E aquilo, além disso, serviria provavelmente para aproximar Louis um passo mais do seu objetivo de unir a ficção comercial de homens e mulheres sob a sua liderança.
E para cúmulo, umas horas depois teria o seu primeiro encontro com a família Harrington, para o que seguramente precisaria de toda a segurança em si mesma que conseguisse arranjar.
Olhou para a mala de fim de semana que estava a um canto e que continha calças de ganga e botas, juntamente com o vestido caro embrulhado em papel de seda e a moldura artesanal de prata que escolhera como presente de aniversário para sua anfitriã.
Considerou por um momento declarar-se vítima de um vírus misterioso, mas pôs isso de parte.
Depois de ter falhado à sua autora, não faria o mesmo a Gerard, principalmente porque percebia que ele também estava nervoso com o fim de semana.
Tinha de fazê-lo por ele e pela possibilidade de um futuro juntos, se é que a simpatia mútua acabaria por abrir caminho ao amor.
Um começo cauteloso para um final feliz. Como tinha de ser.
Era disso que ela precisava. Não uma queda apaixonada para a culpa e para o risco de um desastre. Isso, como todas as outras recordações más, tinha de ficar no esquecimento.
A viagem decorreu sem incidentes. Gerard conduziu com destreza o seu espampanante Mercedes enquanto falava da abadia e da sua turbulenta história.
– Diz-se que a família que a comprou na época Tudor subornou os oficiais do rei para que expulsassem os monges e que o abade os amaldiçoou – comentou. – Fosse verdade ou não, o certo é que depois houve anos difíceis, em grande parte devido aos problemas com o jogo e a bebida de uma série de filhos primogénitos, tanto que o meu tataravô, Augustus Harrington, a comprou baratíssima. E como era um homem respeitável e muito trabalhador, dedicou-se ao restauro de Whitestone.
– Ainda resta muito do edifício original? – perguntou Alanna.
– Muito pouco, tirando os claustros. Os proprietários da época Tudor derrubaram quase tudo.
– Vândalos! – Alanna sorriu-lhe. – Suponho que a manutenção não seja pera doce.
Gerard ficou em silêncio um momento.
– Não – disse. – Talvez a maldição do abade seja essa. Disse que a propriedade seria eternamente uma pedra ao pescoço dos donos.
– Eu não acredito em maldições – murmurou ela. – E até uma pedra vale a pena, quando há uma história assim.
– Eu penso da mesma maneira – disse ele. – Mas não é uma opinião universal. Em qualquer caso, terás de julgar por ti mesma – acelerou um pouco. – Já estamos quase a chegar.
Subiram mais uma colina e, ao chegarem lá em cima, Alanna viu a massa sólida de pedra esmaecida da abadia recostada pelo vale abaixo, com as suas altas chaminés a elevarem-se para o céu e as suas janelas com os seus pinázios a brilharem ao sol da tarde.
De ambos os lados da estrutura principal, sobressaíam duas alas estreitas que guardavam um grande pátio, onde se via já um bom número de veículos.
Gerard estacionou o Mercedes entre um Jaguar e um Audi, à direita dos degraus de pedra que levavam até à entrada principal. Enquanto Alanna esperava que tirasse a bagagem, deu por si a abrir a pesada porta de madeira e apareceu uma mulher de cabelo grisalho com um elegante vestido vermelho, que fez uma pala com a mão para conseguir vê-los a aproximarem-se.
– Chegaram – disse, cortante. Voltou-se para um homem alto que a tinha seguido para o exterior. – Richard, diz à mãe que o Gerard finalmente chegou.
– E boa tarde também para ti, tia Caroline – Gerard sorriu com cortesia. – Não te incomodes, tio Richard. Já lho digo eu.
– Mas esperávamos que chegassem há uma hora – a sua tia apertou os lábios enquanto entrava num impressionante átrio com painéis de madeira. – Não faço ideia de como isto irá afetar a hora do jantar.
– Imagino que o jantar será servido quando a avó quiser, como sempre – retorquiu Gerard, imperturbável. – Permite-me apresentar-vos a Alanna Beckett. Querida, estes são os meus tios, o senhor e a senhora Healey.
Alanna apertou-lhes a mão e cumprimentou-os com cortesia.
– Está toda a gente à espera no salão – disse a senhora Healey. – Deixe a mala aí, menina Beckett. A governanta vai levá-la para o seu quarto – olhou para Gerard. – Tivemos de fazer umas alterações de última hora. Portanto, a tua convidada fica agora na ala este, ao lado da СКАЧАТЬ