Название: Revelando O Rei Feérico
Автор: Brenda Trim
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Современная зарубежная литература
isbn: 9788835410300
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O ventre se contorceu ao mesmo tempo que a virilha pensou que seria uma boa ideia se entregar àquela atração. Parecia que um banho frio tinha acabado de virar uma prioridade. Faria isso logo depois que se esfolasse de dentro para fora por ter tratado Maurelle como se ela fosse uma inconveniência.
CAPÍTULO QUATRO
– Os horários aqui são sempre tão cheios? – perguntou Ryker ao colega de quarto. Já estava no conservatório há alguns dias, e eles ralavam mais do que no emprego de meio-período que ele tinha antes de ser levado para lá.
Muitos feéricos jovens tinham empregos para ajudar a sustentar as famílias, mas raramente trabalhavam mais de dez horas por dia, o que não se encaixava com a informação dada a eles durante as aulas de história. Os professores deveriam saber que os alunos não estavam caindo naquela besteira que estavam ensinando. Eram eles que estavam lá trabalhando até cansar para ajudar a fechar as contas do mês.
Ao que parecia, o que era ensinado no Conservatório foi distorcido para favorecer os humanos. Era enfurecedor ouvir os professores falarem como os humanos vieram e salvaram Bramble’s Edge da ruína. E também serviu para abrir os seus olhos.
Quando chegou ao conservatório, quis arrasar com qualquer um que cuspisse aquela merda para ele. Mas, à medida que o tempo foi passando, começou a entender um pouco melhor. Não cairia na história de que os humanos os salvaram, já que foram os humanos que atacaram primeiro.
As armas deles superaram as habilidades dos feéricos e debilitaram o reino. A mãe o contou o suficiente para que ele entendesse a estratégia por trás da guerra. Os feéricos tentaram se defender enquanto os humanos trabalhavam para destruir o poder que estabilizava o povo feérico.
Parte do poder do rei e da rainha dos feéricos era o que mantinha o equilíbrio, tanto entre as raças quanto entre os indivíduos. Da forma como a mãe explicou, cada vez que alguém perdia o controle sobre os poderes, o rei aparecia e fazia tudo voltar ao normal. Só a presença deles no reino provia algo que estabilizava toda a raça.
Quando aquele poder desapareceu com a morte do rei e da rainha, a raça ficou devastada e todo o caos que se seguiu permitiu que os humanos avançassem e assumissem o controle.
Era difícil para as criaturas sobrenaturais lidar com tanto poder, principalmente no início, e especialmente os feéricos. Eram uma espécie apaixonada e aquela paixão governava todas as coisas. Ouviu a mãe reclamar uma centena de vezes que o real propósito do conservatório era ajudá-los a aprender a controlar os poderes e os humanos perverteram tudo o que o rei Oberon criou milênios atrás.
Pelo número de vezes que seus novos amigos não foram capazes de vê-lo ou que acordava como se tivesse acabado de dar um mergulho no lago que havia perto do açougue em que sua mãe trabalhava, entendeu exatamente o que ela quis dizer. Não o propósito da escola em si, mas a parte sobre o controle.
Havia uma ou duas coisas que continuava acontecendo com os colegas de dormitório, mas Ryker notou várias coisas que o confundiam. Ainda não tinha certeza de quais eram os poderes. Até mesmo os professores que fizeram a sua avaliação ficaram perplexos e o colocaram na liga do ar.
Ao que parecia, ele demonstrava muitas habilidades associadas àquelas que os feéricos do ar tinham. Não sabia como se sentia quanto àquilo. Tinha visto muito pouco da habilidade de manipular pensamentos ou sonâmbulos ou falar diretamente com a mente de alguém. Ou de qualquer outro poder psíquico, diga-se de passagem.
Estava ansioso para aprender mais sobre o que a mente poderia fazer, mas foi arrastado para a liga do fogo. A forma como a raiva disparava e sua tendência a se meter em brigas fez parecer que o seu elemento seria o fogo. Esses impulsos se mostravam muito mais que suas outras habilidades.
Havia habilidades básicas que todos os feéricos possuíam. Essa foi uma das razões pelas quais Ryker ainda não tinha certeza sobre a veracidade da ameaça que a mãe via nos humanos. Humanos não viviam tanto quanto os feéricos. E eles não tinham força ou audição excepcional. Eles também não se curavam mais rápido.
Os feéricos também podiam, até certo ponto, dar mais glamour à própria aparência. As habilidades menos desenvolvidas eram amplificadas em alguém que possuía um talento extra na área. Aqueles com mais talento para modelar a beleza começavam a vender escudos feitos para disfarçar a aparência dos feéricos para que eles pudessem sair da Edge e ir para algum lugar que não fosse o muquifo onde viviam. Foi por isso que, quinze anos atrás, deram início ao serviço de detetives.
O pai de Eitin era detetive na fronteira, impedindo feéricos e mestiços de irem embora da Edge. A mãe odiava que fosse amigo de Eitin, mas os dois eram inseparáveis. E, a mãe nunca escondeu a opinião que tinha do amigo.
Virou piada entre eles adivinhar quantas vezes ela iria lhe passar um sermão falando que os feéricos não deveriam usar as habilidades para sentir outro feérico e usar isso contra a própria espécie.
Quando os poderes de Eitin se manifestaram, não tinha dúvidas de que ele seria posto na liga do fogo. Aquilo o fez imaginar para onde Maurelle tinha sido direcionada. Não a viu desde aquela caminhada até a enfermaria, mas não conseguia parar de pensar na bela fêmea. Você está caçando problema, disse a si mesmo pela centésima vez naquela semana.
Era uma bênção não ter que vê-la. Fazia com que fosse mais fácil manter-se afastado.
A mente teimosa se recusava a pensar em qualquer outra coisa enquanto imaginava se ela seria ar ou fogo, ou talvez até mesmo terra ou água. Baseado no que viu, duvidava que seria terra, pois ela não tinha causado terremotos ou criado barreiras naquele dia que estava tão puta da vida.
Ela não era da água pelas mesmas razões. Os guardas não começaram a sangrar pelos olhos, nem o mar que ficava perto da escola tinha lançado ondas pelo refeitório. Parte dele esperava que ela fosse colocada na liga do ar com ele, por causa da psicometria, mas ela ainda não tinha aparecido nas aulas. O que era bom, voltou a lembrar a si mesmo. A última coisa de que precisava era mais encontros estranhos com aquela fêmea.
Parou de pensar em Maurelle e na forma como o luto dela quase o fez perder a cabeça. Ryker saiu do quarto e colocou as proteções que conhecia ao redor da porta. Alguns da sua liga não eram capazes de manipular o metal como ele. Aquele era um traço da terra, mas não queria que ninguém invadisse seu território enquanto não estava.
– Ei, Ryk. Está tudo bem? Você perdeu o café da manhã – assinalou Daine, quando ele saiu do quarto. Os dormitórios ficavam em um enorme prédio de cinco andares e a estrutura foi projetada para terem muito mais independência do que ele tinha em casa, o que fazia com que o tempo que passava no conservatório fosse muito mais agradável.
Daine não parecia ansioso para sair do sofá e ir para a aula. Já Sol e Brokk estavam com os livros e os cadernos na mão. Os quartos foram dispostos em volta de uma sala central, onde eles treinavam e estudavam.
– É. Eu dormi demais – mentiu, enquanto arrumava os livros. Não sabia se podia confiar em qualquer um deles para falar das dúvidas que ainda tinha. Admitia que o receio e as objeções quanto ao conservatório diminuíram esses dias, mas não tinham sumido completamente.
Sol riu e balançou a cabeça.
– Eu СКАЧАТЬ