Revelando O Rei Feérico. Brenda Trim
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Название: Revelando O Rei Feérico

Автор: Brenda Trim

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Современная зарубежная литература

Серия:

isbn: 9788835410300

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СКАЧАТЬ a cabeça se ergueu feito um foguete.

      Maurelle estava puxando a cadeira ao seu lado. Quando aquele olhar encontrou o dele, não pôde deixar de notar as olheiras dela. O que o fez pensar que ela tinha resistido tanto quanto ele.

      – Oi – cumprimentou Brokk, acenando de seu lugar do outro lado da mesa. Maurelle ergueu os olhos e acenou para ele com a cabeça. – Eu sou o Brokk. Ouvi Gullvieg te chamar de Maurelle. É isso mesmo?

      – É – respondeu ela, então virou a cabeça para Ryker. – Você é novo, não é? Como está a sua asa?

      O queixo caiu por um segundo então ele se recuperou do choque ao enfiar um pouco de comida na boca. Fez que sim enquanto mastigava e engolia.

      – Eu sou o Ryker. E, a asa está melhorando. Os curandeiros fizeram um ótimo trabalho ao consertá-la. – Ele voltou a flexionar o músculo da asa, fazendo-a saltar sobre o ombro antes de baixá-la novamente. Não queria ser um idiota, então falou com ela, mas também não queria levar as coisas longe demais.

      Já tinha chamado atenção o suficiente com a sua tentativa de fuga e não queria adicionar essa fêmea à sua lista de amigos próximos e acabar atraindo para si o intenso escrutínio de Gullvieg. Esperava ter dispersado quaisquer preocupações que a perversa diretora tivesse sobre ele.

      Recostando-se na cadeira, ela ergueu a mão e a esticou como se fosse tocar a sua asa. Ryker ficou congelado por instinto. Provavelmente entendendo a razão por trás do movimento, ela abaixou a mão. Era melhor ficarem afastados um do outro, mesmo apesar da atração abrasadora que sentia por ela.

      – Ao menos você ainda está vivo. Temi que também estivesse morto – disse ela, enquanto brincava com a comida no prato, franzindo o cenho.

      A diretora ficou de pé e ergueu as mãos.

      – Gostaria de dar as boas-vindas para todos em mais um ano aqui no Conservatório Bramble’s Edge Academy. Tenho orgulho por estar no comando desta instituição nos últimos trezentos anos. Vocês não receberão instrução melhor para poder controlar suas habilidades. Temos vários novos estudantes que serão avaliados depois de amanhã.

      Ryker ouviu Gullvieg dizer onde as salas de aula estavam assim como sobre os campos de treino. Ele desligou o discurso e se concentrou em Maurelle. Como aquela fêmea tinha sabido da sua tentativa de fuga? Ela o vira tentar voar enquanto estava acorrentado? Os colegas pediram licença assim que o discurso de boas-vindas chegou ao fim, pois eles não precisavam ouvir o que estava sendo dito.

      Puxando o assento para mais perto de Maurelle, ele se inclinou para ela e perguntou:

      – Como soube o que aconteceu comigo?

      Os olhos cinzentos estavam vermelhos nas bordas quando voltaram a focar nele, e o suor despontava na testa dela.

      – Ah. O coletador que me capturou usou uma daquelas faixas mágicas…

      – Grilhões – interrompeu-a, falando o nome das algemas.

      Ela acenou em resposta.

      – De qualquer forma, eu te vi tentando fugir e cair depois de bater na barreira no segundo em que toquei naquela coisa.

      – Você é psicométrica – disse ele, enquanto pensava no que ela dizia. Não ficou surpreso por ela ter resistido a ser levada. Apesar da decisão de manter as coisas superficiais, temeu que ela não estivesse muito bem. – Você foi ferida quando eles te capturaram?

      Os olhos da fêmea voltaram a se encher de lágrimas e ela abaixou a cabeça. A forma como os ombros se curvaram, e como ela perdeu cada grama do espírito combativo de antes, partiu o seu coração. Teve que xingar muito e se passar muitos sermões para ficar parado ali, tentando não confortá-la.

      – Não. Eu não fui ferida, mas a minha mãe… ela foi… ela tentou me ajudar.

      A voz da fêmea era tão baixa que ele teve que se inclinar para mais perto para ouvir o que ela dizia.

      – Espero que sua mãe esteja bem. A minha não fez nada quando eu me atirei pela janela.

      – Você tem sorte por ela ter ficado calada. Eles mataram a minha mãe – disse ela, entredentes.

      Ficou chocado demais para ficar feliz ao ter outro vislumbre daquele fogo interior.

      – O quê? Como você está aqui agora? Eu sinto muito – apressou-se a dizer. O comentário foi completamente insensível. Nunca tinha ouvido qualquer história sobre alguém morrer durante uma coleta. O fato de aquela bela fêmea ter perdido a mãe o fazia querer atravessar a diretoria e fazer um estrago. O que aconteceu era inaceitável, porra.

      Aquilo não era ser distante e desapegado, lembrou a si mesmo. A injustiça o atingiu na alma. Nenhum feérico deveria sofrer daquele jeito. Não tinha nada a ver com ela em particular, assegurou a si mesmo.

      – Se eu tivesse escolha, teria ficado em casa com meu pai e minhas irmãs, enviando-a para o além. Essas pessoas são monstros.

      Ele colocou a mão sobre o ombro dela oferecendo o pouco de conforto que podia dar. Nenhum sorriso brilhou nos olhos dela quando o olhou. Ele ergueu a mão, não querendo se aproximar mais, apesar de o luto dela estar à flor da pele e a cortando em pedaços. E foi então que ele percebeu que aquilo deveria ter acabado de acontecer.

      Explicava por que ela vestia o que parecia ser um pijama em vez da roupa preta com o símbolo da escola. Como eles podiam ter tirado e vida da mãe dela e a forçado a ir a um banquete de boas-vindas, como se nada tivesse acontecido?

      Ficou claro para ele, naquele momento, que os rumores sobre o conservatório, talvez não sobre o conservatório em si, mas sobre os humanos no poder, fossem verdadeiros. Afinal de contas, toda história de terror tinha um fundo de verdade.

      Aquele podia ser um acontecimento isolado. Eles estavam mais do que preparados para fazer aquela fêmea se curvar aos seus desejos. Governar pelo medo mantinha as objeções no mínimo. Havia encantos que poderiam lançar e coisas que poderiam fazer para impedir Maurelle de falar, mas não iriam diminuir a dor que ela sentia.

      A cena que ela causara quando entrou no refeitório chamou a atenção de todo mundo. Não havia dúvida de que vários estudantes ao redor tinham ouvido o que aconteceu. O rumor sobre a morte da mãe dela percorreria o campus em um instante.

      – Você não está sozinha aqui – prometeu a ela. – Infelizmente, acredito que encontrará outra pessoa que possa se identificar com o que você passou. – A esperança que se acendeu nos olhos dela o fez adicionar a última parte para se assegurar de que ela entenderia que ele não estava falando de si mesmo.

      – Sei que você está certo. É por isso que eu… ai – disse ela, enquanto se encolhia e levava a mão à cabeça. A palidez da pele dela assumiu um tom meio esverdeado.

      – Você não parece estar muito bem. Já foi ver um curandeiro?

      Ela moveu a cabeça de um lado para o outro, fazendo as madeixas rosadas flutuarem pelo ar.

      – Estava doente quando eles foram me pegar. Acabei de chegar. Eles me fizeram vir aqui primeiro.

      – Você está péssima. A enfermaria fica no segundo andar, na ala leste – ofereceu, enquanto ficava de pé. Era tudo o que podia fazer por ela. Não iria colocar um alvo ainda maior nas suas costas.

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