Название: Cian
Автор: Charley Brindley
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Приключения: прочее
isbn: 9788835410249
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Saindo no convés, encontramos o ar pesado a nos comprimir. O mar estava perfeitamente liso e o horizonte parecia ter sido pintado com um pincel de aquarela. Exceto por uma pequena nuvem a dez pontos do arco de estibordo, o céu refletia tons acobreados.
Os marinheiros que encontramos em nossa caminhada à popa pareciam nervosos e pensativos, assim como eu estive o dia todo, comunicando-se apenas com um rápido aceno de cabeça ou um grunhido, enquanto se apressavam a seus afazeres. Antes mesmo que chegássemos à popa, o capitão Sinawey transmitiu comandos para levar abaixo qualquer coisa livre no convés. A tripulação já havia começado a arrumar cadeiras e apertar as linhas dos botes salva-vidas. Pedi a Cian para chamar Rachel e Hero e ter certeza de que as outras crianças estavam com seus pais. Ela não questionou minha intenção enquanto voltava mancando para a cabana. Eu estava de vigia, mas fui trabalhar com o resto da tripulação para proteger o navio.
Quando amarrei um adriático, notei nossa tormenta formando um arco, demonstrando um ponto de interrogação nebuloso no mar adiante. Aparentemente, o capitão havia ordenado uma correção de curso para o leste, também enviou o Sr. Choy para dizer a Kaitlin que apagasse o fogo na cozinha e que garantisse todos os potes, panelas e pratos. O jantar seria uma refeição fria, se é que teríamos alguma chance de comer.
Às quatro da tarde, o céu ficou pálido, com longas caudas de cirros e a maresia voando por todo canto. A pequena nuvem do início da tarde se multiplicara em uma linha de trovões que avançava sobre nós vindo do norte.
O capitão seguiu um curso paralelo à linha de tempestade, na esperança de superá-la a leste. Se ele fosse para sul, sabia que a tempestade logo nos alcançaria e se mantivesse o nosso curso norte, seria o mesmo que convidar um desastre para jantar.
Eu já passara por muitas tempestades no mar, mas poucas foram à noite e confesso que não estava ansioso pelas próximas horas. Reuni minha família em nossos aposentos e disse para ficarem lá, não importa o que acontecesse. O capitão Sinawey me designou ao leme para o turno da noite, então não poderia e estar na cabine com elas, mas pedi que não se preocupassem.
Kaitlin trouxe uma enorme cesta com biscoitos e bacon, junto com água fresca, para a cabine. Ela conhecia a situação e estava bem ciente dos perigos. Cian e Rachel tinham pouco medo de eventos desconhecidos, o que nem sempre era uma coisa boa, mas senti que Kaitlin conseguiria mantê-las dentro e sob controle.
Quando deixei minha família e abri a porta da cabine contra o vento crescente, encontrei Stanley Dortworthy ali, com os nós dos dedos levantados, pronto para bater. Ele disse algo para mim.
– O quê? – gritei.
–Eu vim oferecer minha ajuda! – Ele gritou.
Olhei para ele, imaginando que tipo de assistência ele poderia dar quando percebi que seria melhor tê-lo sob os olhos atentos da minha irmã do que rolando em sua cabine ou correndo pelo convés, torcendo as roupas e chorando por ajuda. Peguei-o pelo bíceps, agradeci, e o empurrei para dentro, batendo a porta com força.
Enquanto corria para a ponte, Doki me parou a estibordo, nos agarramos ao parapeito enquanto ele perguntava sobre Cian e os outros. Disse que estavam seguros na cabine. Ele pareceu satisfeito com a resposta e correu para a escada que levava à casa das máquinas.
Antes de chegar à ponte, pensei em outra coisa e corri de volta para as cabines de passageiros. A porta de dona Lilian estava aberta e ela estava lá dentro, olhando para o mar agitado. Empurrei a porta e percebi o pânico em seus olhos.
– Venha – eu disse, colocando um braço em volta dos ombros dela – Os outros precisarão de você.
Ela me permitiu levá-la para minha cabine. Quando abri a porta, Rachel correu para pegar a mão dela e puxá-la para dentro.
Encontrei o capitão e o Sr. Choy na ponte. O Sr. Choy estava com o timão e o capitão examinava o horizonte com seus binóculos. Sr. Choy olhava nervosamente para mim e recuou do vidro da frente quando outra onda quebrou acima do casco. O Borboleta rolou com o soco, mas logo se endireitou.
Eu assumi o comando para dar um descanso ao Sr. Choy, assim ele poderia tentar pegar um biscoito frio e um pouco de bebida. Montoi veio da sala de rádio e disse ao capitão que havia enviado uma mensagem a Lisboa, informando a posição, o rumo do navio e um relatório sobre o clima.
– Muito bem – disse o capitão – Algum outro navio na área?
– Tris (três) – respondeu o radialista – mas nenhum por perto.
– Deixe-me saber assim que Lisboa enviar novo relatório sobre a tempestade.
– Sim, senhor.
– E talvez – acrescentou o capitão – eles expliquem porquê não nos disseram nada sobre esse golpe que está prestes a cair sobre nós.
Montoi voltou ao seu posto.
Às 18 horas, caiu o crepúsculo, mas pudemos ver claramente a borda irregular das nuvens carregadas. Às seis e meia, o vento havia se contido em uma brisa que vinha do leste. As ondas ainda não estavam diminuindo de altura ou intensidade, mas sabíamos que elas logo diminuiriam.
– Parece que a superou, capitão – eu disse enquanto olhava da bússola para ele.
Ele assentiu e soltou um grande suspiro de alívio.
Às 6:40, o radialista apareceu com uma folha rasgada de papel amarelo de telégrafo.
– É um SOS, capitão.
– De onde? – O capitão largou a xícara e pegou o pedaço de papel de Montoi.
– Trinta milhas, senhor – ele hesitou – norte a noroeste.
O capitão Sinawey xingou baixinho e depois leu em voz alta:
–A sala de máquinas inundou, três tripulantes perdidos no mar, tomando água à frente das bombas. Helm não está respondendo. – Ele não hesitou em sua decisão – Senhor Saxon, venha para o pórtico.
Para Montoi, ele disse:
–Qual é o nome?
–Ele é o Tecora, de Mombaça, Booth é o nome do capitão.
Girei a roda de leme para a esquerda, todos nós sabíamos que o outro navio estava na borda interna da tempestade.
– Encontre esta localização no gráfico, Sr. Choy, e nos dê uma direção.
O Sr. Choy não respondeu. Ele pegou o pedaço de papel que continha as coordenadas do Tecora, tropeçando na balaustrada enquanto fazia isso. Ele se segurou agarrando o braço do capitão.
– Com o perdão do capitão, senhor – disse Montoi, com a voz embargada. – Certamente, o senhor não pode navegar de volta para a tempestade.
– Suponha, Sr. Montoi – disse o СКАЧАТЬ