Apaixonada Pelo Espião Americano. Dawn Brower
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Название: Apaixonada Pelo Espião Americano

Автор: Dawn Brower

Издательство: Tektime S.r.l.s.

Жанр: Историческая литература

Серия:

isbn: 9788835406327

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СКАЧАТЬ Victoria temia por ele, e seu coração se quebrava por saber que não tinha certeza de quando voltaria a vê-lo. A mão tremia enquanto as colocava de volta no bolso. Estava tentada a abri-las e ler as palavras novamente, mas aquela não era a hora.

      Não era a primeira vez, e provavelmente não seria a última, que se perdia nas cartas. Era um péssimo hábito ao qual teria que pôr um fim. Guardando-as no devido lugar, virou-se para a estação. Tinha que ir logo para o hospital e parar de pensar em coisas que não poderia mudar.

      O baú com o qual viajara há um ano foi substituído. Seus pertences minguaram, e só tinha o bastante para preencher a pequena valise que levava consigo. Todos os seus uniformes tinham ficado puídos, e ela tinha mais três em estado decente. Esperava encontrar alguém que pudesse fazer outros. Victoria começou a ir em direção à saída. De repente, sentiu a urgência de deixar o passado para trás.

      De alguma forma, conseguiu chegar ao hospital e então entrou. Ninguém a deteve ou perguntou por que ela estava ali. Todo mundo parecia ter algum lugar para onde deveria ir correndo. Victoria ergueu a mão tentando chamar a atenção de alguma das enfermeiras, mas a ignoraram. Suspirou e foi até o saguão principal. Eles pareciam estar lotados. Soldados enchiam as camas da enfermaria, e sendo atendidos pelo pessoal.

      Uma mulher veio até ela. Os cabelos castanhos-avermelhados estavam presos em um coque apertado. Os olhos enrugavam nos cantos, como se ela estivesse lutando contra a exaustão.

      – Posso ajudá-la? – perguntou a enfermeira.

      – Sou Victoria Grant – disse ela. – Fui alocada neste hospital.

      A mulher suspirou aliviada.

      – Obrigada, Senhor. Você não poderia chegar em melhor hora. Estamos trabalhando à exaustão tentando cuidar de todos os feridos. – Ela apontou para o hospital lotado. – A maior parte é de pacientes novos, mas eles já foram examinados pelos médicos, e é nossa responsabilidade nos certificar de que eles estejam sendo cuidados. – Ela lhe lançou um sorriso vacilante. – Eu me chamo Catherine Langdon. Venha, vou lhe mostrar o seu quarto, e, se não se importar, nós poderíamos fazer um bom uso de você agora mesmo.

      – É para isso que estou aqui – respondeu Victoria. – Prefiro ser útil a sentar por aí, ociosa, observando todo mundo trabalhar. Mostre-me onde guardar as minhas coisas, e posso começar a cuidar dos soldados agora mesmo. – Era aquilo que ela fazia, afinal de contas… Seu lugar era ali. Onde era necessária. Não sonhando acordada com um homem com quem jamais teria um relacionamento de verdade.

      Abril de 1916

      Victoria se acomodara no hospital de Paris sem maiores problemas. Gostava do calor e da falta de sujeira que experimentou nos hospitais de campanha. Tinha começado a gostar muito do gato de Catherine Langdon, o Merlin. Embora jamais fosse dizer aquilo à mulher. É só que havia alguma coisa naquele gato… Ele era uma bola macia de pelos pretos e ele até mesmo parecia ter uma barba prateada assim como o legendário Merlin. O pelo prateado no peito lhe dava uma aparência majestosa. Era uma combinação interessante: um monte de prata em contraste com o pelo preto. Talvez o gato fosse o próprio Merlin…

      Victoria não queria especular. Até mesmo a dona dele, Catherine, era meio estranha. Ela lhe dizia as coisas mais esquisitas de vez em quando. Era quase como se ela pudesse prever o futuro… Uma parte dela queria perguntar, sem fazer rodeios, se ela podia, mas Victoria tinha medo de saber. Não queria estar a par do que o futuro lhe reservava.

      Hoje fazia um dia bonito. O hospital estava indo bem, e eles deram alta a vários pacientes. Victoria tinha um pouco de tempo para si pela primeira vez em… bem, não podia se lembrar da última vez. Então decidiu passear por Paris enquanto a cidade estava calma e aproveitar o calor do dia de primavera. Podia não haver mais muitos dias como aquele. Não podia deixar de imaginar o que William estava fazendo. Será que ele também estava aproveitando o dia?

      – Victoria – um homem gritou o seu nome. Ela se virou e viu William caminhando até ela. Ele usava roupas simples, um terno que um cavalheiro poderia estar usando, e parecia muito bem nele. William estava se tornando meio que um camaleão.

      – Olá – disse ela, um pouco sem fôlego. Queria envolver os braços ao redor dele e se certificar de que ele era real. Que não estava imaginando que ele passeava por Paris. Ela o conjurara ao pensar nele mais cedo? É claro que não… acreditar naquilo seria uma bobagem. – O que faz em Paris?

      – Tenho uns colegas que veem aqui com frequência. Vamos nos encontrar em breve. – Ele sorriu para ela. – Mas encontrá-la aqui era uma bênção que eu não esperava.

      – Um, sim – disse ela, desinteressada. Victoria queria ficar feliz por vê-lo, e parte dela estava, mas não podia deixar de temer o que futuro deles, isso se tivessem um, poderia trazer. Ele ainda era um espião. Voltou a colocar a mão no bolso e passou os dedos pelas cartas. Seu coração nunca o deixaria ir, não de verdade, e isso fazia com que ela fosse ainda mais tola. Tinha cometido a bobagem de se apaixonar por ele à medida que se conheciam mais e mais. – Estou feliz por ver que você está bem. – Ela meneou a cabeça para ele e então se virou para ir embora. Foi a coisa mais difícil que já fez na vida.

      Ele ergueu a mão e a colocou no braço dela.

      – Não vá.

      – Queria poder ficar, mas o hospital me espera. – Não podia olhar para ele ou nunca seria capaz de ir embora. William não sabia que ela estava mentindo. O hospital ficaria bem sem ela por mais algum tempo, mas não podia ficar perto dele. Não seria capaz de resistir por mais tempo. – Talvez possamos nos ver novamente, mais tarde.

      Ele franziu o cenho.

      – Você ficará trabalhando no hospital daqui? Nada mais de hospital de campanha?

      Ela tinha sido mandada de um hospital de campanha para outro. Eles até mesmo tinham começado a parecer serem o mesmo, e sua mente tinha ficado insensível a toda a carnificina que testemunhara. O único que a fazia sentir qualquer coisa era William.

      – Faz um mês que estou aqui. É duro estar nos hospitais de campanha – confessou. – Precisava de uma mudança.

      – Não tenho certeza se há um lugar bom para se ficar durante a guerra. Mas deve ser um pouco mais seguro aqui em Paris. Se eu voltar a escrever, você responderá?

      Ela queria dizer que sim. Tanto…

      – Não sei se é uma boa ideia. – Victoria precisava tentar proteger o coração. Não podia continuar sendo arrastada para essa coisa com ele. Um medo ela conseguiria afastar, mas dois… Aquilo foi o suficiente para fazê-la perceber que se o perdesse, não conseguiria sobreviver. O ferimento a faca tinha sido simples, mas a assustou até a morte. Nenhum número de cartas a deixaria pronta para encarar algo assim novamente. Era melhor abrir mão dessa história agora antes que as coisas ficassem sérias demais. Ela fechou os olhos e engoliu em seco. Tinha tantos sentimentos por este homem, sentimentos os quais não podia nem começar a tentar entender. – Além do mais, você raramente fica em locais onde as cartas chegam.

      – Eu sei – disse ele, baixinho. – Mas eu não quero perder essa conexão…

      Seria difícil, de início. Perceber que não receberia mais cartas dele ou que eles nunca mais teriam encontros como esse. Ela o adorava. Sentia muita dor por ter que fazer isso. Terminar tudo… seria melhor para os dois. A guerra exigia demais deles, e de formas diferentes. Se quisessem ter a chance de sobreviver, precisariam manter a mente СКАЧАТЬ