Название: Chuva De Sangue
Автор: Amy Blankenship
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Зарубежные детективы
isbn: 9788893985987
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Fechando os olhos de exaustão, desistiu e permitiu-se seguir seja lá o que fosse que mexia com ela.
Syn voltou a aparecer no telhado do castelo. Ele notou um indício mínimo de ametista cintilando nos olhos negros dela, e decidiu não a distrair enquanto organizava seus pensamentos. Ele tinha visto a cor das írises de Angélica mudarem antes, mas só quando ela usava seus poderes. Parecia ser a única vez em que se permitiu sentir a alma poderosa que tinha aprisionado dentro dela.
Ele entendeu porque ela inconscientemente protegia sua alma de um mundo em que a vida mortal e o falecimento aconteciam num piscar de olhos. Era puro instinto, mas aquele medo deixou de ser válido. No instante em que ela havia chamado por ele, daquela caverna escura... ele havia lhe mandado seu poder na forma da marca na palma de sua mão. Depois, ele tinha reforçado esse poder soprando sua força vital nela... embora ela não soubesse o significado dessa troca.
Angélica agora tinha habilidades que nem mesmo conhecia e ele não havia lhe ajudado a descobrir puramente por egoísmo. Ela já era muito independente para seu gosto. Apesar de o tempo não ser mais seu inimigo e a maioria das lesões cicatrizarem instantaneamente... ela ainda corria perigo por parte dos poderosos imortais, que declararam guerra a essa cidade.
Havia mais uma coisa que poderia fazer por ela, que igualaria as chances, mas ele estava tentando ser paciente, ciente de que ela ainda não estava pronta para os efeitos colaterais de misturarem seus sangues. Ele tinha cometido esse erro antes. Não era o mesmo, como no caso de seus filhos partilharem seus sangues com suas almas gêmeas.
Ele baixou o olhar para o telhado, ouvindo o silêncio vindo do quarto abaixo. Além de tudo, se ele a mordesse agora, ela veria isso como prova de que ele era exatamente aquilo de que havia se convencido... um monstro.
Ser amável com ela era o mesmo que colocá-la em risco, e não precisaria muito para instigá-lo a tornar-se o monstro do qual ela necessitava. Afinal de contas... ele já fizera esse papel antes.
Capítulo 5
Kriss estava defronte à imensa janela panorâmica da cobertura, segurando com uma mão uma garrafa da célebre Heat de Kat e com a outra, uma enorme taça de vinho. Queria ficar bêbado, mas seu inoportuno metabolismo acelerado não lhe permitia alcançar o alívio que desejava, não mais que alguns instantes por vez.
Frustrado, apertou a taça, despedaçando-a na palma da mão ao recordar o rosto de Vincent pela primeira vez em muitos anos. É verdade que Vincent não lembraria o encontro, uma vez que Storm voltara o tempo para trás..., mas Kriss jamais esqueceria a expressão de ódio com que Vincent o encarou.
Como rejeição a esse ódio, revoltado, olhou em retrospectiva para as lembranças da infância, até a época em que Vincent sentia exatamente o oposto em relação a ele.
Kriss não conhecia esse mundo por tempo suficiente quando Dean partiu para deter um bando de demônios que vinha na direção deles. Havia esperado sozinho, escondendo-se entre pedras maciças na base de um desfiladeiro, seguindo instruções rigorosas de Dean para manter-se oculto e quieto... e de que aquele lugar era seguro.
Dean estava certo em grande parte, no entanto. Por dias, Kriss não viu nenhum animal... muito menos humanos ou demônios. Era a primeira vez na vida que o deixaram sozinho. O silêncio ao redor somente alimentava o sentimento de abandono e medo enquanto ele esperava... sentindo falta do amor que recebera no seu mundo natal... do calor e da proteção que Dean havia lhe dado neste mundo.
Foi no meio da noite que Kriss ouviu um som de cascalho caindo de algum lugar acima dele. Inclinou-se numa das pedras e olhou acima para a face do desfiladeiro que a lua crescente quase não iluminava... acabou vendo formas obscuras de muitos demônios rastejando por aquele ponto, em sua direção.
Ficou fascinado pelo modo com que os olhos vermelhos de sangue deles brilhavam enquanto observavam-no vigiando-os, e no modo como seus corpos quase humanos contorciam-se dos jeitos mais medonhos ao descerem. Sua vista ficou aguçada, lhe permitindo ver que a pele despida deles parecia estar queimada e com marcas profundas, como se tivessem acabado de emergir de uma fogueira invisível. Kriss podia até sentir o cheiro de putrefação da carne torrefata, conforme se aproximavam.
Estava tão apavorado que engatinhou para trás pela rocha alta e caiu do outro lado, aterrissando em cima de um aglomerado de pequenas pedras pontiagudas que protuberavam do solo, parecidas com espinhos. Ao perceber que fora espetado em vários lugares, tentou erguer-se de sobre as pedras sem causar mais estrago no seu corpo então ferido.
Assim que o odor de seu sangue imaculado de Fallen pairou na brisa, podia ouvir garras afiadas arranhando as pedras mais rapidamente enquanto a descida deles ficava frenética, e várias pancadas fortes, indicando que alguns dos demônios simplesmente saltaram nas alturas para alcançá-lo primeiro.
O silêncio cessou agora... berros perturbadores ecoando das pedras, fazendo parecer que estavam em maior número do que na realidade.
Correndo pelas pedras para fugir, apenas conseguiu rasgar as roupas e dilacerar a pele em mais lugares, antes que pudesse se estabilizar e finalmente se levantar.
Girando uma volta, Kriss percebeu que já era tarde para correr ou se ocultar... estava rodeado de demônios e eram muito maiores do que seu pequeno porte de criança. Parou petrificado no local, enquanto longos dedos com garras surgiram por trás dele, para envolver seu rosto. As garras afiadas cortaram a ponte do nariz e as bochechas macias, enquanto o demônio o arrastava para trás, e então abruptamente jogou-o no ar como se estivesse a exibir-se para os outros demônios.
Kriss nunca teve de lutar em seu mundo e Dean jamais permitiu que lutasse neste. Houve um breve momento em que cogitou se deixar devorar-se não seria melhor do que ser abandonado nesse lugar assustador. Esse pensamento rapidamente evaporou quando de repente, dores penetraram seu choque, despertando seu instinto de sobrevivência para se vingar.
Com lágrimas embaçando a visão, Kriss por pouco havia ganho sua primeira luta até a morte. O silêncio reinou mais uma vez no local e ele baixou o olhar a tempo de ver a espada de Fallen iluminada desaparecer da sua mão ensanguentada.
Sentindo algo pesar na outra mão, lentamente virou a cabeça e viu os olhos apagados do demônio o encarando. Sua mão estava na boca da criatura... segurando sua mandíbula... Kriss não sabia onde estava o resto do corpo. Por acidente arranhou os nós de seus dedos nos dentes pontiagudos quando puxou sua mão da boca do demônio e largou a cabeça no chão.
Kriss não sentiu nada quando ela rolou para longe e então ficou presa numa pedra que a espetou direto em seu olho feio. Pensou ter ouvido alguma risada, mas concluiu que veio de algum lugar dentro de si, porque todo o resto estava morto.
Incapaz de lidar com o cheiro rançoso ou a visão dos corpos mutilados, afastou-se e começou uma caminhada dormente em direção aos raios de luz que acabavam de aparecer sobre as colinas distantes.
Kriss não sabia por quanto tempo havia caminhado... ou mesmo quantos dias se passaram antes de ter ouvido um som estranho de pisoteio rítmico mais adiante. Ficou ali balançando, tentando não chorar e esperando para ver se teria de lutar de novo. Sangue de demônio... podia senti-lo.
Não demorou até avistar um homem humano montando um animal, vindo em sua direção. Partes do corpo do homem estavam СКАЧАТЬ