Название: O Metro Do Amor Tóxico - Romance
Автор: Guido Pagliarino
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Жанр: Полицейские детективы
isbn: 9788893986106
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Instintivamente tinha tocado ligeiramente com o dedo da mão esquerda a unha do indicador da outra sua mão, que estava colocada há um bom tempo no meio da mesa, ao lado do meu copo de (água) mineral.
Não tinha retirado.
No fim do almoço, tinha-me proposto para dar uma volta pela cidade. Não tínhamos tarefas, de facto, até às sete da noite. O primeiro encontro da minha estadia prévia, para aquela hora, um aperitivo no apartamento de nova Iorque de Mark Lines, o meu editor americano. Finalmente nos teríamos conhecido. Tinha família mas nos teria recebido sozinho: trata-se dum pequeno sitio no último andar que mantém como base na cidade, onde vive com um criado: mulher e filhos habitam no campo, a umas quarenta milhas daqui, e com eles vê-se nos fins-de-semana”, tinha-me explicado Norma. Tinha acrescentado que estariam como hospedes também dois da família Valente, irmão e irmã, e alguns outros poderosos da cidade: “não obstante os milhões de habitantes, as famílias que contam realmente são poucas centenas e se conhecem quase todas entre elas.” Depois do aperitivo em casa do Lines, teria jantado com ele e a minha intérprete num restaurante próximo de Manhattan; depois, liberdade para mim e para fazer o que preferia. A minha assistente tinha dois bilhetes para um concerto, se quisesse podíamos ter ido ou se não, cabia a mim de propor. A entrega do premio teria sido no dia seguinte, as 18. Gravata preta, mas dada ao intenso calor daqueles dias, directamente para vestir uma camiseta logo de imediato. Seguidamente, uma festa em minha honra, no parque da vivenda.
“Tomo eu o comando pela cidade, senhor Velli, ou tem algumas preferências?” tinha posto o motor a funcionar.
“Entretanto preferiria que me chamasse Ranieri; ou melhor, Ran, que é mais simples. Posso chamá-la Norma? Tinha tido o impulso de tocar-lhe ligeiramente a mão, que tinha pousado na mudança para as manobras, todavia tinha-me contido. Pelo contrario tinha-lhe observado por muito tempo o perfil.
Ela, sem reparar-me, tinha respondido: “está bem, tratemo-nos mesmo por tu.”
“Seria do meu agrado ver Brooklyn. O que achas?”
“Okay, Ran.”
Estávamos enfim no regresso, quase no fundo de Brooklyn-Queens Expwy, ao longo dos cais e palas pontes.
“... e agora, onde queremos ir?” questionara-me Norma.
“Para comer uma alguma coisa boa.”
“Para comer? Te assaltou a fome?!”
“Não toquei quase nada.” Tinha tido uma inspiração. Pegando-a vagamente, tinha arriscado: “se tu sabes dalguma cozinha disponível, poderia preparar eu alguma coisinha aceitavelmente agradável.”
“Sabes cozinhar? E gostas?” a sua voz sabia de surpresa e divertimento: “eu não gosto.”
“Eu gosto e, pelo menos, sei aquilo que consumo; mas onde podemos encontrar uma cozinha?” tinha-lhe tocado ligeiramente o braço numa brevíssima carícia.
“Na minha casa”, tinha sorrido.
Era uma pequena moradia no trigésimo quarto, junto de Herald Square, em Manhattan, no rés-do-chão duma casa antiga acabada de ser pintada de novo. Não era distante do hotel. Um lindo apartamento: a partir do átrio - sala, bastante amplo, com moveis em pluma de mogno estilo inglês do ′800 e dois pequenos sofás modernos contrapostos, pouco mais que poltronas, vislumbrava-se à esquerda, pela porta deixada aberta, a cómoda do quarto, Luigi XV; a entrada abria-se até ao fundo, por uma porta em arco, sobre uma linda cozinha, toda de madeira da nogueira. A casa de banho devia ser adjacente ao quarto.
“Vivo alugando”, tinha precisado Norma, “móveis inclusos. Até ao mês passado vivia no último andar do meu marido, aqui perto, Arnold tem também o ateliê.”
“Um atelier? O que é, um alfaiate?”
“Não”, tinha rido, “é Arnold Miniver, o pintor.”
“Nunca tinha ouvido falar dele: é famoso?”
“Famosíssimo!” tinha-se espantado: “vendeu também na Itália; mas não o conhecia?!”
“Francamente não.” Tinha sido breve: “posso ir à cozinha?”
“Oh... porque não, estamos aqui exactamente, não é verdade?” a expressão indicava um pensamento bem diferente.
Na verdade tinha pensado, a um certo ponto de abandonar a ideia do almoço e dedicar-me logo ao galanteio, mas a fome era tal e, no fim de contas, aquele adiamento podia ser uma boa táctica para aumentar o seu interesse para mim; com a condição que eu lhe mostrasse logo o meu. Ao ultrapassá-la, tinha-lhe deixado percorrer uma subtilíssima carícia nas costas.
Na dispensa não tinha muita coisa. Tinha improvisado com aquele pouco, carne crua cortada fina, pepinos em vinagre, iogurte, salsa congelada, tomates; e tinha-me aprestado para preparar quatro deliciosos escalpes. Tinha picado delgadamente os pepinos misturando-os depois com iogurte numa tigela, com um pouco de sal e um pouco de salsa que tinha antes descongelado um instante no fogo. Tinha deixado pousar de novo. No entanto tinha colocado ao fogo uma espessa frigideira anti-aderente, sobre uma viva chama, colocando um pedaço de papel branco. Quando tinha ficado acinzentado nos pontos em contacto com o fundo, tinha tirado o papel e estendido a carne na frigideira. Sempre na chama alta, tinha cozido por uns quatro minutos, dois para cada lado dos pequenos bifes, até que se tinha formado nos ambos uma pequena crosta morena. Tinha posto sal e servido em dois pratos, cobrindo a carne com um molho frio. Alguns tomates em rodelas para acompanhamento e adorno.
Uma bondade rapidíssima!
Norma, mesmo em dieta, tinha comido toda a sua porção, satisfeita. Sim, também as mulheres podem conquistar-se desta forma, tomando-a pela gula.
Não sabia que, talvez justamente naquele momento, alguém qualquer estava preparando-se para pôr-me o baraço na garganta, com uma bebida; e com um objectivo bem diferente.
Tinha-se permanecido na intimidade até quase à hora do aperitivo.
Para o meu espírito não teria sido uma simples aventura de viagem. Voltando para o hotel com Norma, tinha começado a percebê-lo.
Tinha já feito o duche em casa dela e ao Plaza tinha mudado num instante; mas tínhamos chegado na mesma em casa de Lines com meia hora de atraso, por último: “Está bem assim”, tinha sussurrado ela para mim, um pouco antes de entrar, vendo que reparava o relógio, “és o hóspede de honra.”
Talvez não ficava muito bem para o dono da casa que, mal o criado, um mulato dos СКАЧАТЬ