O Duque Sem Coração. Barbara Cartland
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Название: O Duque Sem Coração

Автор: Barbara Cartland

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: A Eterna Colecao de Barbara Cartland

isbn: 9781782136095

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СКАЧАТЬ parentes dos quais não se lembrava. Em tom deliberadamente casual, o Duque perguntou a Dunblane:

      –Há alguém morando no Castelo ?

      –Só Jamie, Alteza.

      O Duque ficou confuso.

      –Jamie?

      –O filho mais novo de Lady Janet.

      –Ah, é claro!

      O Duque havia-se esquecido do nome do sobrinho e só se lembrou dele quando Dunblane falou.

      Tinha sido justamente por ocasião do nascimento desse segundo filho que Janet morrera de parto.

      –Ele é mesmo muito engraçado– disse Dunblane–, corajoso e ousado, um verdadeiro McNarn em todos os sentidos!

      –Ousadia não é um atributo que eu deseje encontrar em meu sobrinho precisamente agora!

      Disse o Duque, com certa rispidez. Dunblane sentiu-se repreendido e ficou um tanto nervoso, mas não disse nada.

      Depois, tão repentinamente que Lord Hinchley e o Duque se sobressaltaram, surgiram homens de entre as urzes e precipitaram-se para eles, cercando-os.

      Estavam todos de braços erguidos, em saudação, e bradavam em conjunto o que o Duque reconheceu ser o grito de guerra, o lema dos McNarn.

      Era uma exaltação entusiástica e selvagem, que tanto fazia lembrar um passado heroico quanto incitava a matar o inimigo.

      O Duque lembrou-se de que aquilo fazia parte da identidade do Clã , tal como a insígnia de urze ou murta que os homens usavam no boné.

      O lema foi gritado várias vezes; em seguida, o som doce das gaitas de fole fez-se ouvir e os homens desmontaram, marchando ao lado de seus cavalos, em direção ao Castelo .

      E, antes mesmo que se desse conta, o Duque viu-se cavalgando sozinho à frente deles, enquanto Dunblane e Lord Hinchley seguiam um pouco atrás, junto com a escolta de seis homens.

      Um instante depois, o som das gaitas foi abafado por centenas de vozes, aclamando, e o Duque viu os homens de seu Clã esperando por ele, formando um corredor até a entrada do Castelo.

      Eram estranhos, rudes e pobres, contudo havia orgulho em suas posturas, e os ombros largos e os braços fortes mostravam que eles eram homens para se respeitar.

      As aclamações eram fortes e não havia possibilidade de falar com alguém individualmente, ou responder às saudações, a não ser com um aceno de mão e uma inclinação de cabeça.

      Então, quando chegou à porta do Castelo o barulho, o vozerio e a música das gaitas cessaram de repente.

      Os homens do Clã ficaram observando-o em silêncio, e o Duque pôde ver as esposas e os filhos deles, mais distantes, sem participarem, espiando por trás dos arbustos.

      Taran tinha tido intenção de entrar direto no Castelo, mas algo mais forte do que sua vontade, um instinto de fazer o que era certo e que ele não podia ignorar, fez com que parasse e virasse de frente para os homens que haviam lhe dado as boas-vindas.

      –Obrigado– disse ele, numa voz que empolgava–, obrigado e que a boa fortuna esteja convosco!

      Foi um cumprimento que lhe veio à mente, surgindo de seu passado, mas o mais estranho foi que ele proferiu a frase em gaélico, a língua que não falava há doze anos!

      Um grande viva ergueu-se da multidão, espontâneo e sincero. O Duque levantou de novo o braço em saudação, depois virou-se e entrou no Castelo.

      –Agora, diga-me o que meu sobrinho fez– disse o Duque.

      Eles haviam terminado de jantar e Lord Hinchley passara para outro aposento, enquanto o Duque levava Dunblane para a biblioteca, onde seu pai sempre tinha ficado.

      Quando entrou, chegou a ter impressão de que ia ver a sombra escura do homem que tanto detestara, sentado à escrivaninha, perto da janela que dava para o vale.

      O Duque sempre pensara no pai como uma estátua grotesca, olhando sinistra e ameaçadoramente para as terras que possuía.

      Para seu espanto, a sala estava bem diferente da caverna escura e triste de que ele se lembrava.

      A biblioteca, magnificamente mobiliada, tinha sido projetada por William Adam com simetria e beleza indescritíveis.

      O Duque olhou em redor e achou impossível que a sala fosse daquele mesmo jeito, quando era pequeno, sem que ele tivesse notado sua perfeição.

      Agora as capas de couro coloridas dos livros pareciam emanar uma influência benéfica, afastando a sombra do pai.

      Automaticamente, sem que fosse uma ação consciente, o Duque sentou-se na cadeira que o pai sempre ocupara e convidou Dunblane a sentar-se em frente.

      –Entendi, pela sua carta, que a situação é desesperadora, mas mal posso acreditar que seja verdade– prosseguiu o Duque.

      –É sem dúvida bastante grave, Alteza.

      –Em que sentido?

      –Torquil é prisioneiro dos Kilcraig.

      –Prisioneiro? Mas eles não pretendem encarcerá-lo numa Torre ou numa masmorra indefinidamente– disse o Duque, sem se exaltar.

      –Imagino que as acomodações dele, sejam lá quais forem, não devem ser nada confortáveis– retrucou Dunblane–, mas a alternativa é mandá-lo a Edimburgo, para ser julgado.

      –Ser julgado?– o Duque realmente ficou assustado–, mas sob que acusação?

      –Acusação de roubo de gado, Alteza!

      –Meu Deus!

      O Duque estava perplexo.

      –Estive falando com o Kilcraig e ele me informou que esperava a chegada de Sua Alteza para discutir o assunto, mas diz que não tem a menor dúvida de que Torquil e os companheiros dele, se forem levados a julgamento, serão severamente punidos e na verdade, acha até provável que sejam desterrados!

      O Duque, aturdido, ficou em silêncio.

      Sabia muito bem que as autoridades viam com muita severidade aquele crime e a pena para quem o cometia era bastante pesada.

      A expansão do comércio de carne bovina na Inglaterra e Lowlands incrementara o roubo de gado e o que era conhecido como “taxa de câmbio negro”, cujo pagamento era um velho costume na fronteira e nas Highlands.

      Além do imposto legal sobre a propriedade, pagava-se esse tributo em câmbio negro, que dava direito à proteção e era uma garantia de que os homens do Clã transportariam o gado sem risco de roubo e de que suas propriedades não seriam incendiadas.

      Os infratores não eram mais enforcados como antigamente, mas a justiça não vacilava em deportá-los para as colônias ou mandá-los para a prisão por muito tempo.

      –Mas, СКАЧАТЬ