Quem Dera, Para Sempre . Sophie Love
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СКАЧАТЬ é? Vocês vão se casar numa igreja?” A menina procurou algo na sua mochila e puxou um caderno rosa e uma caneta brilhante. “Vamos fazer uma lista”, ela disse.

      Apesar de sua angústia latente, Emily sentiu-se animada ao ver Chantelle tão organizada. Sempre parecia tão séria, tão crescida, além de sua idade.

      “A primeira coisa que precisam encontrar é o local”, Chantelle disse, num tom de eficiência que fez Emily imaginá-la um dia dirigindo a pousada.

      “Tem razão”, Emily disse, olhando para Daniel. “Vamos pensar no local primeiro e então continuar a partir daí”. Ela se sentia determinada a não se deixar desanimar. “Não vamos apressar nenhuma decisão”.

      Pela primeira vez desde que o havia infernizado com perguntas, Daniel pareceu relaxar. O cenho franzido desapareceu. Emily se sentiu aliviada.

      Pela janela da lanchonete, podia ver que uma árvore estava sendo levantada no centro da cidade. Com toda a animação, havia esquecido completamente sobre a árvore de Natal da cidade; era levantada um dia após o almoço de Ação de Graças, todo ano. Quando criança, tinha assistido ao evento sempre que a família passava as férias de inverno em Sunset Harbor. Lembrava que também acontecia a iluminação anual da árvore, à noite.

      “Devíamos vir assistir a árvore sendo iluminada hoje à noite”, Emily disse.

      Chantelle levantou os olhos do seu caderno, que agora estava cheio de uma longa lista de tarefas escritas com sua letra de criança. “Podemos?” Ela parecia animada.

      “É claro”, Emily disse. “Mas primeiro devíamos comprar nossa própria árvore. Se a cidade tem uma, a pousada também tem que ter. O que acha, Chantelle?”

      Emily se sentia cada vez mais animada ao perceber que a pousada poderia abrigar uma árvore de Natal gigante. Quando ela era menina, seu pai só comprava uma pequena para a sala de estar, já que eles estavam apenas passando as férias na casa. Mas agora que era o lar deles, poderia colocar uma árvore enorme, de três metros, no salão. Talvez até uma com mais de quatro metros! Ela e Chantelle podiam decorá-la juntas, usando uma escada para alcançar os galhos mais altos. Ficou animada novamente, como uma criança.

      “Podemos, papai?” Chantelle perguntou a Daniel, que comia suas panquecas em silêncio. “Podemos ter uma árvore de Natal?”

      Daniel assentiu. “Claro”.

      “E também ver a iluminação da árvore na cidade?”

      “Ah-han”.

      Emily franziu o cenho, se perguntando no que Daniel estava pensando, por que o pensamento de um passeio em família tão maravilhoso não o estava deixando alegre, como aconteceu com ela e com Chantelle. Daniel ainda era um mistério para ela, mesmo que agora tivesse um anel em seu dedo e estivesse mais do que pronta a se comprometer com ele para sempre. Ela se perguntou se algum dia saberia realmente o que se passava na cabeça dele, ou se ainda, mesmo depois de se tornar a Sra. Daniel Morey, ele ainda a deixaria às escuras.

      CAPÍTULO TRÊS

      A fazenda de árvores de Natal da Dory ficava a pouco tempo de carro, nas imediações de Sunset Harbor. Daniel levou toda a família em sua caminhonete vermelha enferrujada. Ainda havia neve do Dia de Ação de Graças pelo caminho, e enquanto dirigiam, Emily tocou no anel em seu dedo, lembrando da neve que havia caído ao seu redor enquanto Daniel fazia o pedido.

      Eles pararam no estacionamento improvisado e todos saíram da caminhonete. Havia muitas famílias lá, era óbvio que todo mundo teve a mesma ideia. Os pais olhavam ao redor enquanto seus filhos corriam animadamente entre as árvores.

      Ao invés de Dory, foi uma pré-adolescente que os recebeu. Era Grace, filha de Dory, e tinha o mesmo cabelo loiro e volumoso de Chantelle. Estava usando uma pochete cheia de notas de dólar e uma caderneta para escrever recibos.

      “Estas são as árvores prontas para serem colhidas”, falou, confiante, fazendo um gesto para o campo de pinheiros. “Todas têm cerca de sete a nove anos”. Então, sorriu para Chantelle. “Mais ou menos sua idade, estou certa?”

      Chantelle assentiu timidamente.

      “Depois que acharem a árvore que gostarem”, Grace continuou, “corte-a e leve para a área de carregamento. Meu pai levará vocês e a árvore na traseira da carroça até a enfardadeira, embalará tudo e então vocês podem me pagar. Também vendemos chocolate quente e pinhão tostado, se quiserem algo para mantê-los aquecidos enquanto caminham”.

      Emily comprou para cada um um chocolate quente num copo de isopor e um saco de pinhão para dividir, e depois se dirigiram aos campos. Chantelle foi correndo na frente, mais animada do que nunca.

      O maravilhoso cheiro dos pinheiros despertou o sentimento natalino em Emily. Estava animada com a perspectiva de seu primeiro Natal com Daniel e Chantelle, com sua família ao lado da lareira. Seria o primeiro de muitos.

      Ela e Daniel caminhavam de mãos dadas, em silêncio, atrás de Chantelle. Então, Emily se inclinou para ele.

      “Quantos anos você acha que Grace tem?” ela perguntou.

      “Onze, doze”, Daniel estimou. “Por quê?”

      “Por nada”, Emily replicou. “É que ela me lembra Chantelle. Me fez pensar em como ela será quando ficar mais velha”.

      Mais à frente, Chantelle corria pelos caminhos entre as árvores, parando para avaliar a altura, a densidade de seus galhos, e a intensidade da cor das folhas antes de passar para a próxima. Emily podia imaginá-la facilmente como uma criança mais velha, prancheta na mão, trabalhando em seu primeiro emprego para ganhar alguns trocados.

      Mas enquanto pensava no futuro, Emily sentiu sua mente ser levada ao passado. Chantelle, que parecia tanto com Charlotte, também a lembrava da irmã, que nunca pôde crescer, que nunca pôde ter um emprego durante as férias de inverno. Ela havia passado por esta mesma fazenda há todos aqueles anos, cheia de promessas e potencial, e então, sem aviso, havia perdido a vida num piscar de olhos.

      Emily olhou para Chantelle mais à frente e, ao fazer isso, a menina se metamorfoseou em Charlotte. Emily se sentiu encolher, até voltar a seu corpo de criança. Suas mãos estavam enluvadas. A neve começou a cair ao redor, grudando nos galhos dos pinheiros. Emily se aproximou com sua pequena mão enluvada e balançou um dos galhos. Uma nuvem de neve preencheu o ar, e o pó branco e fino se dispersou. Mais à frente, Charlotte estava rindo, tranquila e feliz, sua respiração quente fazendo espirais no ar condensado. Ela também estava usando luvas, e suas botas vermelhas favoritas se destacavam fortemente contra o fundo branco.

      Emily observou Charlotte parar ao lado da árvore mais alta de toda a fazenda e olhar para cima, maravilhada.

      “Quero esta!” a menininha gritou.

      Emily correu em sua direção, chutando a neve na pressa. Quando chegou ao lado de Chantelle, também ficou admirando a árvore enorme. Era impressionante, tão alta que quase não dava para ver o topo.

      O barulho de passos na neve fez Emily tirar os olhos da árvore e virar para olhar sobre o ombro. Era seu pai, que se aproximava marchando em passos largos.

      “Meninas, precisam ir mais devagar”, СКАЧАТЬ