Para Sempre e Um Dia . Sophie Love
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СКАЧАТЬ a frase. Emily sabia instintivamente que a única maneira de concluí-la seria com um “sinto muito”, mas seu pai ainda não estava pronto para lidar com a torrente de emoções que aquela expressão iria desencadear. Emily também não. Ainda não estava pronta para ir àqueles lugares dolorosos. Só queria permanecer neste momento. Aproveitá-lo.

      Perdeu a noção de quanto tempo ela e seu pai ficaram ali abraçados, mas sentiu uma mudança repentina na forma como ele a segurava, uma contração dos músculos, como se, de repente, ele se sentisse desconfortável. Afastou-se um pouco e virou o rosto para ver em que o olhar do pai se fixara: Chantelle.

      A menina estava de pé na porta da pousada, com uma expressão surpresa, como se tentasse compreender a estranha cena diante dela. Emily podia ler as perguntas em seus olhos. Quem é este homem? Por que Emily está chorando? Por que ele também está? O que está acontecendo?

      “Chantelle, querida”, disse Emily, estendendo a mão. “Venha aqui”.

      Emily viu na hesitação dela uma timidez incomum.

      “Não precisa ter medo”, acrescentou Emily.

      A menina deu alguns passos. “Por que ele está me olhando assim?” sussurrou de tal forma que Roy pôde ouvir claramente.

      Emily olhou para o pai. Seus olhos úmidos estavam arregalados, confusos. Ele enxugou o rosto.

      “Você tem uma filha?” ele finalmente balbuciou, emocionado.

      “Sim”, disse Emily, envolvendo Chantelle com um dos braços. “Bem, ela é filha de Daniel. Mas eu me considero mãe dela”.

      Chantelle se agarrou a Emily. “Ele vai me levar embora?” perguntou.

      “Ah, não, querida!” Emily exclamou. “Este é meu pai. Seu avô”. Levantou os olhos para o pai. “Vovô Roy?”, sugeriu.

      Ele assentiu imediatamente. Parecia enfeitiçado pela criança, como demonstrava o brilho em seus olhos claros.

      “Parece muito com ela”, falou.

      Emily entendeu imediatamente o que ele queria dizer. Que Chantelle se parecia com Charlotte. Não admira que ele tenha achado que ela era filha de Emily; a própria Emily às vezes se esforçava para acreditar que não havia características genéticas de Charlotte expressas em Chantelle.

      “Eu também vejo isso”, ela confessou.

      “Com quem eu pareço?” perguntou Chantelle.

      Emily sentiu que essa linha de raciocínio era demais para a criança. Preferiu mudar imediatamente o rumo da conversa. Apesar de se sentir como uma menina assustada, sabia que tinha que se recompor e assumir o comando.

      “Alguém que conhecemos há muito tempo, só isso”, disse ela. “Vamos, vovô Roy precisa falar com o papai.”

      O rosto de Chantelle se iluminou de repente. “Eu vou chamá-lo”. Então sorriu, entrando saltitante na casa.

      Emily suspirou de alívio. Entendia por que seu pai ficara tão chocado com Chantelle, mas ver um estranho olhando para ela daquele jeito, como se ela fosse um fantasma, era a última coisa que a criança precisava.

      “Ela não é mesmo sua filha biológica?”, Roy perguntou no instante em que a criança desapareceu.

      Emily balançou a cabeça. “Eu sei, é incrível. Ela também é sensível como Charlotte. E doce. Engraçada. Criativa. Mal posso esperar para que vocês dois se conheçam melhor”. Sua voz então ficou presa, com o medo repentino de que Roy não fosse ficar, que esta talvez fosse apenas uma visita rápida. Talvez ela nem devesse saber que ele esteve aqui. Talvez o plano dele fosse evitá-la completamente, entrar e sair antes que a filha tivesse a chance de perceber que estava de volta, como nas visitas secretas em um carro batido que Trevor tinha testemunhado de sua janela de espionagem. Ela esfregou atrás da orelha, sem graça. “Quer dizer, se você tiver tempo”.

      “Eu tenho tempo”. Roy assentiu, com um leve sorriso.

      Então, Chantelle retornou, arrastando Daniel junto a si. Ele parou na porta e olhou para Roy.

      “Vovô Roy?” falou, levantando as sobrancelhas, repetindo claramente a expressão que Chantelle tinha tão inocentemente retransmitido para ele.

      Emily notou a maneira como os dois se olhavam e se lembrou de como Daniel havia lhe contado sobre quando era adolescente e precisava de um amigo, como Roy o ajudou a colocar sua vida de volta nos trilhos. Ela percebeu naquele momento que o retorno de Roy a Sunset Harbor era quase tão importante para Daniel quanto para ela mesma.

      Roy ofereceu a mão para Daniel apertar. Mas para surpresa de Emily, Daniel pegou a mão dele e puxou-o num forte abraço. Sentiu um aperto estranho no peito, uma emoção peculiar que estava em algum lugar entre a alegria e a tristeza.

      “Acho que você já conhece Daniel”, disse Emily, com a voz novamente embargada.

      “Já”, respondeu Roy quando Daniel o soltou, passando o braço pelos seus ombros. Ele parecia dominado pela emoção, trilhando aquela linha tênue entre lágrimas de alegria e uma gargalhada de alívio.

      “Vamos nos casar”, Emily acrescentou, meio sem jeito.

      “Eu sei”, disse Roy, sorrindo de orelha a orelha. “Li seu e-mail. Estou muito feliz”.

      “Não quer entrar?” Daniel perguntou a Roy, gentil.

      “Se eu puder”, respondeu Roy, parecendo preocupado em não ser aceito de volta na vida da filha.

      “É claro!” ela exclamou. Apertou a mão dele com força, tentando dizer-lhe que estava tudo bem, que ele era desejado aqui, aceito aqui, que seu retorno era, para ela, uma alegria.

      A expressão de Roy era de alívio. Ele visivelmente relaxou, como se tivesse superado um obstáculo que o preocupava.

      Enquanto caminhavam em direção à porta, ocorreu subitamente a Emily que a casa que seu pai havia abandonado há mais de vinte anos não era mais a mesma. Havia se transformado de uma casa de família em uma pousada. Ele ficaria com raiva?

      “Fizemos algumas reformas”, ela falou rapidamente.

      “Emily Jane”, respondeu seu pai com uma voz gentil e firme, “sei que você mora aqui. Que é uma pousada agora. Está bem. Estou muito feliz por você.”

      Ela assentiu, mas ainda se sentia ansiosa ao vê-lo entrar. Chantelle abriu caminho e, um por um, entraram na recepção. Roy entrou por último, com um andar mais lento e mais rígido do que Emily se lembrava ao pensar no pai.

      Ele parou no corredor e olhou em volta, de queixo caído. Quando viu a mesa da recepção, seus olhos se arregalaram.

      “Esta é…?”

      “A mesma que você vendeu para Rico?” Emily disse. “Sim.” A pousada tinha sido originalmente uma hospedaria antes de os proprietários a abandonarem. A história de Roy com a casa espelhava a dela em sentido inverso. Ele queria que este lugar fosse uma casa familiar, um paraíso para as férias de verão. Emily a transformou novamente em uma hospedaria, em um negócio.

      “Eu СКАЧАТЬ