A Carícia da Morte . Блейк Пирс
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Читать онлайн книгу A Carícia da Morte - Блейк Пирс страница 11

СКАЧАТЬ silêncio familiar e confortável caiu entre eles. Ao longo dos anos, ela e Bill tinham tido a sua conta de desentendimentos e discussões, e houvera momentos em que a sua parceria parecia à beira do fim. Mas agora ela sentia-se mais próxima dele por causa desses tempos difíceis. Ela confiava totalmente nele e sabia que da parte de Bill era recíproco.

      Em momentos como aquele, ela ficava feliz por ela e Bill não terem cedido à atração que sentiam um pelo outro. Momentos houve em que tinham estado perigosamente próximos.

      Teria estragado tudo, Pensou Riley.

      Tinham sido inteligentes em se manterem afastados desse perigo. A perda da sua amizade seria muito difícil de imaginar. Ele era o seu melhor amigo.

      Passado um bocado, Bill disse, “Obrigado por vires Riley. Preciso mesmo da tua ajuda desta vez. Acho que não conseguia lidar com este caso com outro parceiro. Nem mesmo a Lucy.”

      Riley olhou para ele e não disse nada. Ela não teve que lhe perguntar em que pensava. Ela sabia que ele lhe ia finalmente dizer a verdade sobre o que tinha sucedido com a mãe. Então ela compreenderia quão importante e perturbador aquele caso era para ele.

      Ele olhava em frente, recordando-se.

      “Aconteceu quando eu tinha nove anos,” Disse ele. “Já te tinha dito que o meu pai era professor de matemática do liceu e que a minha mãe trabalhava como caixa num banco. Com três filhos, vivíamos sem dificuldades. Tínhamos uma vida feliz até que…”

      Bill parou por um momento.

      “Aconteceu quando eu tinha nove anos,” Prosseguiu. “Mesmo antes do Natal, o pessoal no banco da minha mãe deu a sua festa de Natal anual, trocando presentes e comendo bolo e todas aquelas coisas normais nestas situações. Quando a minha mãe voltou para casa nessa tarde, parecia que se tinha divertido e estava tudo bem, mas à medida que a noite avançou, ela começou a ter um comportamento estranho.”

      O rosto de Bill contraiu-se com a simples recordação.

      “Ficou tonta e confusa, e a fala era desarticulada. Era quase como se estivesse bêbeda. Mas a minha mãe nunca bebia muito e para além disso não tinham servido álcool na festa. Nós não fazíamos ideia do que se estava a passar. As coisas pioraram rapidamente. Começou a ficar nauseada e a vomitar. O meu pai levou-a às urgências e nós fomos com eles.”

      Bill calou-se novamente. Riley sabia que se estava a tornar mais difícil para ele contar-lhe o sucedido.

      “Quando chegámos ao hospital, o coração dela estava a mil e estava a hiperventilar e a pressão sanguínea estava descontrolada. Depois entrou em coma. Os rins começaram a falhar e teve uma falência cardíaca congestiva.”

      Os olhos de Bill fecharam-se com força e o seu rosto demonstrava toda a dor desses momentos. Riley interrogou-se se talvez fosse melhor ele não contar o resto da história. Mas ela pressentiu que seria errado dizer-lhe para parar de a contar.

      Bill disse, “Na manhã seguinte, os médicos descobriram o que estava errado. Ela sofria de um grave envenenamento por etilenoglicol.”

      Riley abanou a cabeça. Aquilo parecia-lhe familiar mas não sabia porquê.

      Bill explicou tudo rapidamente, “O ponche na festa tinha sido enriquecido com anticongelante.”

      Riley ficou chocada.

      “Meu Deus!” Disse ela. “Como é que isso foi possível? Quero dizer, será que o sabor…?”

      “O que se passou foi que a maior parte dos anticongelantes têm um sabor doce,” Explicou Bill. “É fácil de misturar com bebidas açucaradas sem ser notado. É muito fácil de ser usado como veneno.”

      Riley tentava abarcar aquilo que estava a ouvir.

      “Mas se o ponche estava contaminado, não houve outras pessoas afetadas?” Perguntou.

      “Essa é que é a questão,” Disse Bill. “Mais ninguém foi envenenado. Não estava na taça de ponche. Estava só no copo da minha mãe. Alguém queria atacá-la de forma específica.”

      Bill manteve-se em silêncio durante algum tempo.

      “Nessa altura, já era tarde demais para fazer o que quer que fosse,” Disse ele. “Ela ficou em coma e morreu na Véspera de Ano Novo. Estávamos todos junto à cama dela.”

      De alguma forma, Bill conseguiu não se desfazer em lágrimas. Riley calculou que já tivera a sua dose de choro ao longo dos anos.

      “Não fazia sentido,” Disse Bill. “Toda a gente gostava da minha mãe. Ela não tinha inimigos. A polícia investigou e tornou-se claro que ninguém que trabalhava no banco fora responsável. Mas vários colegas de trabalho se lembravam de um homem estranho que ia e vinha durante a festa. Ele parecia amável e toda a gente partiu do princípio de que era convidado de alguém, um amigo ou um parente. Foi-se embora antes de a festa terminar.”

      Bill abanou a cabeça amargamente.

      “O caso foi arquivado. Penso que nunca se saberá a verdade. Depois de tantos anos, nunca será resolvido. Foi horrível nunca ter descoberto quem o fez, nunca o levar à justiça. Mas o pior de tudo foi não saber porquê. Parecia uma coisa tão sem nexo e cruel. Porquê a minha mãe? O que é que ela fez para fazer com que alguém praticasse um ato tão infame? Ou talvez não tenha feito nada. Talvez fosse apenas algum tipo de brincadeira cruel. Não saber foi uma tortura. Ainda é. E claro, essa foi uma das razões que me levou a…”

      Bill não terminou o pensamento. Não precisava. Riley há muito que sabia que o mistério não solucionado da morte da mãe era o motivo pelo qual Bill tinha optado por aquela carreira.

      “Lamento muito Bill,” Disse Riley.

      Bill encolheu os ombros fracamente, como se tivesse um enorme peso nos ombros.

      “Foi há muito tempo,” Disse ele. “Para além disso, deves conhecer a sensação melhor do que ninguém.”

      As palavras calmas de Bill sacudiram Riley. Ela sabia ao que ele se referia. E tinha razão. Mas isso não tornava a memória menos abrasadora.

      Riley tinha seis anos e a mamã tinha-a levado a uma loja de doces, Riley estava entusiasmada e perguntava por todos os doces que podia ver. Às vezes a mamã repreendia-a por agir assim. Mas naquele dia a mamã era querida e mimava-a, comprando-lhe todos os doces que queria.

      Quando estavam na fila para pagar, um homem estranho caminhou na sua direção. Usava qualquer coisa no rosto que lhe espalmava o nariz e lábios e bochechas e o fazia parecer engraçado e assustador ao mesmo tempo, como um palhaço. Levou algum tempo para que a pequena Riley compreendesse que usava uma meia de nylon na cabeça, igual às que a mamã usava nas pernas.

      O homem segurava uma pistola. A arma parecia enorme e apontava-a à mamã.

      “Dê-me a sua mala,” Disse o homem.

      Mas a mamã não a deu. Riley não sabia porquê. Tudo o que sabia era que a mamã estava assustada, talvez demasiado assustada para fazer o que o homem lhe mandava.

      O homem proferiu umas palavras feias para a mamã, mas ainda assim ela não lhe deu СКАЧАТЬ