Esquecidas . Блейк Пирс
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СКАЧАТЬ ali sentadas a olhar uma para a oura estupidamente durante alguns momentos confrangedores.

      Riley sabia que Wendy tinha cerca de cinquenta anos, sendo por isso dez anos mais velha que ela. Parecia encarar a idade que tinha sem problemas. Parecia bastante convencional. O cabelo parecia não estar a encanecer como o de Riley, mas Riley duvidava que fosse a sua cor natural.

      Riley olhava para o rosto de Wendy e para a foto. Notou que Wendy se parecia com a mãe. Riley sabia que se parecia mais com o pai e não se sentia especialmente orgulhosa dessa parecença.

      “Bem,” Disse por fim Wendy para quebrar o silêncio. “O que é que tens feito… nas últimas décadas?”

      Riley e Wendy riram-se ambas um pouco. Até o seu riso parecia tenso e estranho.

      Wendy perguntou, “És casada?”

      Riley suspirou alto. Como podia ela explicar o que se estava a passar entre ela e Ryan quando nem ela sabia ao certo?

      Disse, “Bem, como os miúdos dizem hoje em dia, ‘é complicado’. E quero dizer mesmo complicado.”

      Seguiram-se mais uns risos nervosos.

      “E tu?” Perguntou Riley.

      Wendy parecia começar a descontrair um pouco.

      “O Loren e eu estamos quase a fazer vinte e cinco anos de casados. Somos ambos farmacêuticos e temos a nossa própria farmácia. O Loren herdou-a do pai. Temos três filhos. O mais novo, Barton, está fora na universidade. Thora e Parish são ambos casados e têm as suas vidas. Acho que isso faz de mim e do Loren os clássicos pais cujos filhos ganharam asas e os deixaram.”

      Riley sentiu uma melancolia estranha a tomar conta dela.

      A vida de Wendy em nada se tinha assemelhado à dela. Na verdade, a vida de Wendy tinha sido aparentemente normal.

      A sensação de estar a olhar para um espelho, como ao jantar com April, regressara.

      Com exceção de que o espelho não era do seu passado.

      Era de um ser futuro – alguém em quem ela se poderia ter transformado, mas que nunca, nunca poderia ser.

      “E tu?” Perguntou Wendy. “Tens filhos?”

      Mais uma vez Riley sentiu-se tentada a dizer…

      “É complicado.”

      Mas em vez disso, disse, “Duas. Tenho uma filha com quinze anos, April. E estou prestes a adotar outra – Jilly que tem treze anos.”

      “Adoção! Mais pessoas o deviam fazer. Isso é ótimo.”

      Riley não sentia que devia ser parabenizada no momento. Sentir-se-ia melhor se tivesse a certeza de que Jilly cresceria numa família com pai e mãe. Naquele momento, aquele assunto era uma dúvida. Mas Riley decidiu não entrar por aí com Wendy.

      Em vez disso, queria tratar de um outro assunto com a irmã.

      E receava que pudesse ser estranho.

      “Wendy, sabes que o pai me deixou a sua cabana no testamento,” Disse ela.

      Wendy anuiu.

      “Eu sei,” Disse ela. “Enviaste-me algumas fotos. Parece um lugar agradável.”

      As palavras eram um pouco dissonantes…

      “… um lugar agradável.”

      Riley tinha lá estado algumas vezes – e recentemente quando o pai falecera. Mas as suas memórias do lugar estavam longe de ser agradáveis. O pai tinha comprado quando se aposentara da Marinha. Riley lembrava-se da cabana como a casa de um velho solitário e mau que odiava toda a gente – e um homem que também todos odiavam. A última vez que Riley o vira vivo, haviam chegado a vias de facto.

      “Penso que foi um engano,” Disse Riley.

      “O quê?”

      “Deixar-me a cabana. Foi errado da parte dele fazer isso. Devia ter ido para ti.”

      Wendy parecia genuinamente surpreendida.

      “Porquê?” Perguntou.

      Riley sentiu todo o tipo de emoções negativas a revolverem-se dentro de si. Aclarou a garganta.

      “Porque estiveste com ele no fim, quando ele estava no lar. Cuidaste dele. Até trataste de tudo depois de ele morrer – o funeral e as coisas legais. Eu não estava lá. Eu…”

      Riley quase se engasgou com as palavras que proferiu de seguida.

      “Penso que não conseguiria fazer o que fizeste. Nós não nos dávamos bem.”

      Wendy sorriu com tristeza.

      “Nós também não nos dávamos bem.”

      Riley sabia que era verdade. Pobre Wendy – o pai batera-lhe regularmente até ela finalmente fugir de vez aos quinze anos. E mesmo assim, Wendy mostrara a decência de cuidar dele no fim.

      Riley não o tinha feito e não conseguia evitar sentir-se culpada a esse respeito.

      Riley disse, “Não sei quanto vale a cabana. Deve valer alguma coisa. Quero que fiques com ela.”

      Os olhos de Wendy dilataram-se. Parecia assustada.

      “Não,” Disse ela.

      A franqueza da sua resposta espantou Riley.

      “Por que não?” Perguntou Riley.

      “Simplesmente não posso. Não quero. Quero esquecer-me dele.”

      Riley sabia exatamente como é que ela se sentia. Ela sentia o mesmo.

      Wendy acrescentou, “Deves vendê-la e ficar com o dinheiro. É o que quero que faças.”

      Riley não sabia o que dizer.

      Felizmente, Wendy mudou de assunto.

      “Antes do pai morrer, ele disse-me que eras agente da UAC. Há quanto tempo estás nesse trabalho?”

      “Há cerca de vinte anos,” Disse Riley.

      “Bem. Penso que o pai tinha orgulho em ti.”

      Um riso amargo apoderou-se de Riley.

      “Não, não tinha,” Disse ela.

      “Como sabes?”

      “Oh, ele deu-me a entender. Ele tinha a sua forma muito particular de comunicar.”

      Wendy suspirou.

      “Penso que tinha,” Disse Wendy.

      Seguiu-se um silêncio СКАЧАТЬ