Paixão cruel - Três semanas em atenas. Janette Kenny
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Название: Paixão cruel - Três semanas em atenas

Автор: Janette Kenny

Издательство: Bookwire

Жанр: Языкознание

Серия: Ómnibus Geral

isbn: 9788413752730

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СКАЧАТЬ Se for preciso – ameaçou-a ele, com os dentes cerrados. – Conheço-te bem e não quero voltar a arriscar. Tenho provas da tua participação no plano de Bellamy.

      Kira olhou para ele, boquiaberta, como se não conseguisse acreditar no que estava a ouvir.

      – Não sei a que te referes.

      O sorriso de André era tão forçado como a tensão reinava na suíte.

      – O trabalho que algumas pessoas têm para destruir todos os vestígios em papel nunca deixa de me surpreender, mas esquecem-se dos registos electrónicos – foi o comentário irónico de André, que ela não compreendeu. – E chega de perder tempo, arruma as tuas coisas e vamos embora.

      Kira entrou no quarto como alguém a caminho da guilhotina. Naquele momento, o telemóvel de André tocou e ele atendeu imediatamente. Era o seu guarda-costas.

      – O que foi?

      – Peter Bellamy acabou de chegar – disse o homem, num tom profissional.

      André lançou um olhar acusador a Kira, que parecia estar unicamente concentrada em fazer a mala. Não a perdera de vista, por isso ou Bellamy estava a fazer uma visita surpresa ao Château para ver a sua amante ou algum empregado de Kira avisara-o por telefone.

      – Não o percas de vista – André pôs o telemóvel no bolso. – Vais demorar muito?

      – Só preciso de mais algumas coisas e do portátil – disse ela, aproximando-se de uma secretária e fechando um computador portátil. – Aqui tenho tudo o que preciso para continuar a gerir o hotel em qualquer lugar do mundo.

      – Não pensarás continuar a trabalhar…

      – É claro que sim, não sou das que ficam de braços cruzados – garantiu ela. – E não preciso da tua permissão.

      – Não tenhas assim tanta certeza.

      André teve a satisfação de a ver empalidecer antes de o telemóvel tocar novamente.

      – Estão aqui os paparazzi – disse o seu guarda-costas. – Estão atrás de Peter Bellamy.

      Não. Era a última coisa de que precisava. Ver-se envolvido noutro confronto público com Kira.

      – Temos de sair sem que a imprensa nos veja. Ou preferes repetir o episódio da última vez?

      Ela corou e abanou a cabeça.

      – A melhor opção é a porta de serviço.

      André repetiu-o ao guarda-costas.

      – Vemo-nos lá dentro de cinco minutos.

      – Mas ainda não estou pronta.

      André praguejou em voz baixa e consultou o relógio.

      – Tens três minutos. Depois iremos, quer estejas vestida… – deslizou o olhar pelo corpo feminino sem esconder a sua admiração, – ou não.

      Praguejando, Kira pegou num conjunto de roupa interior de renda e correu para o roupeiro. André fez menção de a seguir.

      – Nem penses em aproximar-te – disse ela.

      – Não me passaria pela cabeça – declarou ele, dirigindo-se para a cama para fechar a mala e pô-la no chão.

      Com apenas cinco segundos de sobra, Kira saiu do roupeiro com uma saia estampada que lhe marcava as nádegas e as coxas e deixava os joelhos e a barriga das pernas a descoberto e com uma camisola de Verão turquesa perfeitamente moldada aos seios que ele conhecia tão bem. Inconscientemente, ele sentiu-os novamente nas palmas das mãos enquanto ela calçava umas sandálias de salto alto e punha o nécessaire numa pequena mala de viagem. Depois, procurou a sua mala e pegou no telemóvel. Rapidamente, André tirou-lhe a mala e o telefone, que deixou numa estante.

      – Portanto, conseguiste telefonar a Peter? – perguntou ele, brincalhão, segurando a mala e dirigindo-se para a porta.

      – Deixei uma mensagem ao meu advogado.

      – Espero que tenha sido de despedida – André abriu a porta e convidou-a a sair.

      Kira olhou para a estante uma última vez e, com a cabeça erguida, saiu para o corredor. André seguia-a, observando o movimento sinuoso das suas ancas. Ela entrou no elevador e André fez o mesmo. A bagagem obrigou-os a ficarem mais próximos.

      As portas começaram a fechar-se e, exactamente naquele momento, começaram a abrir-se as portas do elevador da frente. Durante uma décima de segundo, ambas as portas permaneceram abertas e André olhou para Peter Bellamy. O seu rival olhou para ele com raiva e, depois, fixou o olhar em Kira.

      Ao vê-la tão perto de André, Peter ficou boquiaberto: a sua amante ia fugir com o seu inimigo. Furioso, fixou novamente o olhar em André.

      Ele sorriu, passou um braço pelo ombro feminino e ofereceu um sorriso carregado de ironia ao seu rival.

      Capítulo 2

      Ao trocar o avião privado de André pela limusina que os esperava no aeroporto internacional de Martinica, Kira perguntou-se quando acabaria aquele dia, cansada depois do longo trajecto de Las Vegas, durante o qual nem sequer pudera falar com André. Ele perdera-se num silêncio absoluto e frustrara as suas esperanças de falar com ele racionalmente durante o voo.

      E não era só ela que estava cansada.

      As olheiras e a barba incipiente no rosto masculino reflectiam também o seu cansaço. Ao olhar para ele, Kira recordou a sensação daqueles lábios firmes nos seus, destruindo as suas defesas e dissipando os seus medos. Recordou como as suas mãos, a sua boca e o seu corpo a tinham levado ao primeiro orgasmo demolidor e tinham continuado a fazê-lo mais vezes do que ela conseguia recordar, até a deixarem deliciosamente saciada e mais feliz do que nunca.

      Isso fora a calma antes da tempestade. O que agora não conseguia imaginar, enquanto a limusina avançava pelos campos de açúcar em direcção a Fort-de-France, era que tempestade se aproximava com André.

      Há três meses, ambos, dominados pela raiva, tinham expressado o desejo de não quererem voltar a ver-se. No entanto, pouco depois, ela telefonara-lhe e, agora, ele fora ter com ela. Ou teria planeado ir ao Château de qualquer modo, para a raptar?

      Provavelmente, esse era o caso e fora por isso que ela decidira que seria melhor manter o seu segredo durante um pouco mais de tempo. Demasiado cansada para continuar a pensar, Kira esticou as pernas e observou os exuberantes jardins tropicais que se prolongavam para ambos os lados da ampla avenida. À medida que se aproximavam do porto, entraram numa zona de lojas pitorescas e casas às cores com um fundo de colinas de palmeiras frondosas. Música reggae ecoava na zona do mercado ao ar livre, onde as mulheres vestiam roupas de cores vivas e as crianças brincavam, despreocupadas, nas calçadas.

      Kira levou uma mão à barriga, ainda plana, e esboçou um sorriso triste. Como é que André reagiria quando lhe dissesse que esperava o seu filho? Aceitaria a sua responsabilidade com uma indiferença resignada, como o seu próprio pai fizera? Não, não podia ser assim tão cruel e tão frio.

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