Um Julgamento de Contos de Fadas a Colarinho Branco. Marcos Sassungo
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СКАЧАТЬ – Disse o Sr. Rafael e acresceu: – no palco dos meus pensamentos, nas passarelas do meu coração, você ganhou o título da mulher mais linda do universo. E hoje, na presença de Deus, dos nossos filhos, familiares e amigos, eu quero renovar os meus votos e dizer que durante os vinte e cinco anos ao seu lado eu tornei-me no homem mais feliz. Todos os homens são felizes ao lado das suas esposas e isso eu não nego. Mas eu ao seu lado, sou ainda mais feliz. Porque você me trouxe segurança quando eu me senti inseguro, me trouxe paz, quando me senti em guerra comigo mesmo, me trouxe amor e isso fez a minha alma feliz. Se o tempo voltasse atrás, saiba que eu a escolheria novamente mulher, para ser a minha feliz e eterna esposa. Obrigado por esses anos de companheirismo, amizade e amor!

      As pessoas, emocionadas, aplaudiram a homenagem que Rafael, pai de Batinho, fez a Esmeralda, sua mãe. E Batinho ficou comovido ao ver seu pai a declarar amor pela sua mãe e ficou durante a festa imaginando como seria a sua atitude quando visse a Carla. E no meio da festa, a Vanda procurou por Batinho.

      – Seu pai é um romântico. – Disse a Vanda, com entusiasmo, ao Batinho.

      – Pois é, Vanda. Os meus pais amam-se e eu poço ver isso todos os dias; eles cuidam um do outro e não imaginas como. Até parecem adolescentes. Eu gostaria de amar assim uma mulher tal, como o meu pai ama a minha mãe.

      – Sua mãe teve a sorte de encontrar um homem carinhoso como seu pai. Ela é uma sortuda, porque não se acham homens assim por todo lado. – Disse ela.

      – Uma das coisas importantes que meu pai me ensina, com exemplos, todos os dias, é o Amor a Deus. Porque quando amamos a Deus, nós confiamos, e no exercício da confiança, nesse Deus, está a fé que pressupõe uma clara certeza de que alguma coisa vai acontecer. E no momento em que nós amarmos a Deus, encontramos o verdadeiro amor, e esse amor vai nos apresentar numa outra pessoa, uma Eva ou um Adão, onde o nosso único objectivo é amar, cuidar, proteger essa pessoa com amor que, na verdade, é o reflexo de um sentimento original que recebemos de Cristo. O nosso relacionamento com Deus é directamente proporcional ao relacionamento que mantemos com as pessoas ao nosso redor. E ao expandirmos esse sentimento para outra pessoa, nós as amaremos, não só por um mero e acaso sentimento, mas porque o nosso amor por Deus é tão forte que tudo o que fizermos por ele ou ela, entenderemos que é para Deus que o estamos fazendo e que a nossa missão é amar incondicionalmente. Na fidelidade estaremos honrando não somente a Deus como também ao nosso parceiro. E se o magoarmos, estaremos magoando não somente o coração de Deus mas também o dele, minha querida amiga Vanda. Por isso, digo-te que o homem e a mulher que decidirem convidar a Deus no seu relacionamento e na vida singular, os desastres não serão assim tão desastrosos, ou melhor, não haveria como alguém machucar o outro, porque ambos perceberiam que ao magoar o outro estariam a magoar a Deus. Isso não é uma questão de perfeccionismo, mas sim uma questão de fé e confiança, pois o verdadeiro amor lança fora o medo.

      – Batinho, será que tu estás a amar alguém?

      Bem, eu queria dizer isso mais tarde, mas já que perguntaste, a resposta para a tua pergunta é sim. Vanda, estou sim a amar alguém e imaginas o quanto a amo. Como naqueles filmes de romance, sabes…

      – Bobão! Preste atenção. – Disse ela. Fala com ela logo.

      Porque guardar esse sentimento puro?

      – Vanda!

      – Diga.

      – Quero fazer-te uma pergunta. Como mulher responde-me a uma coisa. Qual seria a tua reacção, se um amigo teu confessasse estar apaixonado por ti?

      – Na boa, Batinho. Eu agiria, normalmente. Avaliaria os meus sentimentos e em conformidade com os dele, pensaria na possibilidade de estarmos juntos. Isso se eu percebesse de que ele está realmente afim de mim. Mas Porque a pergunta? Diga-me tu, porque essa avaliação toda?

      – Porque é complicado namorar um amigo e na maioria das vezes dá sempre errado. Mas me conta quem é a sortuda dessa amiga?

      Enquanto eles falavam, o telefone chamou e interrompeu a conversa deles.

      – Olha, Batinho, depois te ligo para falarmos à vontade ou mesmo amanhã passa, por favor, pela minha casa, para um café.

      – Ok! Na boa. Vai ser ótimo – Disse o Batinho.

      Por outro lado, a festa estava sendo aplaudida com música e dança. A noite reinou o céu e o tempo catalisou os momentos naquele convívio. As pessoas desalojaram o quintal, Batinho e Tino, também tratado por Tibox, juntos com o Dosversos, Putsom, Mussungo e o Marquitos saíram às vinte e três horas da noite em direcção a uma casa noturna. O lugar era chamado de Trinital, que ficava no bairro de São João, junto a ex-praça da Canata, e a uma hora de distância das suas moradias. Ali, era o encontro de todos os grupos dos diferentes bairros e todo o cuidado era pouco para Batinho e seus amigos. Evitar o álcool era ainda mais importante para impedir que alguém provocasse o outro. As pessoas dançavam, bebiam e fumavam naquele lugar. Havia muita gente fora quando, de repente, o inesperado aconteceu.

      – Estás-me a encarar, porque seu mulato sujo. – Gritou um estranho.

      – Eu? Estás doido? Maluco.

      – Tu chamaste-me de quê?

      – Maluco. É chamei-te de maluco, sim. Que parte do mundo em que olhar para alguém constitui crime?

      – Eu vou chover-te de pancadas. – Disse o estranho.

      – Quer encarar, venha! – Disse o Marquitos.

      – Marquitos, meu, evita esse mambo, brother, sai dessa, avilo. – Disse o Batinho.

      Porém, Tino olhando para a calamidade da situação, disse: “é o seguinte, pessoal, estamos aqui na banda alheia e se enchermos de pancadaria alguém, teremos de fugir e se não quisermos, temos de evitar brigas e eu, olha eu conheço esse tipo. É o Juzi, amigo do Caico, eles vivem na rua da malhação, lá onde vive o Morto. Eles são uma ameaça para todos os grupos aqui e por isso ninguém pode encará-los.

      – Eu não tenho medo dele. – Disse o Marquitos.

      E enquanto eles falavam, o Morto chegou e partiu uma ngala na cabeça de Marquitos e logo depois perguntou:

      –És tu que queres encarar o meu amigo?

      Marquitos levantou com a força de um tigre e, agarrou o tipo, suspendeu-o no ar e largou. A força de gravidade atraiu o corpo do tipo ao chão e naquele barulho louco e exagerado, ele pegou numa vara e o bateu, e bateu em todos os que estavam a aproximar-se. Ele ficou tão nervoso que ninguém o conseguiu deter. Quando eles viram que o tipo estava no chão, todos saíram, correndo sem olhar para atrás. E por causa disso o grupo obteve grande admiração e respeito por todos os outros grupos, pois chegou aos ouvidos de muita gente.

      O grupo de Batinho correu e correu.

      – Eles já não estão atrás de nós. – Disse o Mussungo. Mas quem provocou afinal de contas. – Perguntou o Putsom.

      – Foi o Juzi. – Disse o Marquitos e com uma voz ofegante, acrescentou: “foi ele mesmo que me encontrou e reclamou o porquê que eu estava a olhar para ele. E nem sequer para ele eu estava a olhar. Estava é a olhar para a Jéssica, meu…. – Disse o Marquitos.

      – Meu, amanhã é aula e eles vivem na rua da Malhação, no São José. Eu estudo no Dangereux e vocês que estudam na baixa estão tramados. Agora vamos bazar. – Disse o Dosversos.

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