Название: Um Julgamento de Contos de Fadas a Colarinho Branco
Автор: Marcos Sassungo
Издательство: Научно-издательский центр "Логос"
Жанр: Современная зарубежная литература
isbn: 978-5-907078-10-9
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As pessoas, emocionadas, aplaudiram a homenagem que Rafael, pai de Batinho, fez a Esmeralda, sua mãe. E Batinho ficou comovido ao ver seu pai a declarar amor pela sua mãe e ficou durante a festa imaginando como seria a sua atitude quando visse a Carla. E no meio da festa, a Vanda procurou por Batinho.
– Seu pai é um romântico. – Disse a Vanda, com entusiasmo, ao Batinho.
– Pois é, Vanda. Os meus pais amam-se e eu poço ver isso todos os dias; eles cuidam um do outro e não imaginas como. Até parecem adolescentes. Eu gostaria de amar assim uma mulher tal, como o meu pai ama a minha mãe.
– Sua mãe teve a sorte de encontrar um homem carinhoso como seu pai. Ela é uma sortuda, porque não se acham homens assim por todo lado. – Disse ela.
– Uma das coisas importantes que meu pai me ensina, com exemplos, todos os dias, é o Amor a Deus. Porque quando amamos a Deus, nós confiamos, e no exercício da confiança, nesse Deus, está a fé que pressupõe uma clara certeza de que alguma coisa vai acontecer. E no momento em que nós amarmos a Deus, encontramos o verdadeiro amor, e esse amor vai nos apresentar numa outra pessoa, uma Eva ou um Adão, onde o nosso único objectivo é amar, cuidar, proteger essa pessoa com amor que, na verdade, é o reflexo de um sentimento original que recebemos de Cristo. O nosso relacionamento com Deus é directamente proporcional ao relacionamento que mantemos com as pessoas ao nosso redor. E ao expandirmos esse sentimento para outra pessoa, nós as amaremos, não só por um mero e acaso sentimento, mas porque o nosso amor por Deus é tão forte que tudo o que fizermos por ele ou ela, entenderemos que é para Deus que o estamos fazendo e que a nossa missão é amar incondicionalmente. Na fidelidade estaremos honrando não somente a Deus como também ao nosso parceiro. E se o magoarmos, estaremos magoando não somente o coração de Deus mas também o dele, minha querida amiga Vanda. Por isso, digo-te que o homem e a mulher que decidirem convidar a Deus no seu relacionamento e na vida singular, os desastres não serão assim tão desastrosos, ou melhor, não haveria como alguém machucar o outro, porque ambos perceberiam que ao magoar o outro estariam a magoar a Deus. Isso não é uma questão de perfeccionismo, mas sim uma questão de fé e confiança, pois o verdadeiro amor lança fora o medo.
– Batinho, será que tu estás a amar alguém?
Bem, eu queria dizer isso mais tarde, mas já que perguntaste, a resposta para a tua pergunta é sim. Vanda, estou sim a amar alguém e imaginas o quanto a amo. Como naqueles filmes de romance, sabes…
– Bobão! Preste atenção. – Disse ela. Fala com ela logo.
Porque guardar esse sentimento puro?
– Vanda!
– Diga.
– Quero fazer-te uma pergunta. Como mulher responde-me a uma coisa. Qual seria a tua reacção, se um amigo teu confessasse estar apaixonado por ti?
– Na boa, Batinho. Eu agiria, normalmente. Avaliaria os meus sentimentos e em conformidade com os dele, pensaria na possibilidade de estarmos juntos. Isso se eu percebesse de que ele está realmente afim de mim. Mas Porque a pergunta? Diga-me tu, porque essa avaliação toda?
– Porque é complicado namorar um amigo e na maioria das vezes dá sempre errado. Mas me conta quem é a sortuda dessa amiga?
Enquanto eles falavam, o telefone chamou e interrompeu a conversa deles.
– Olha, Batinho, depois te ligo para falarmos à vontade ou mesmo amanhã passa, por favor, pela minha casa, para um café.
– Ok! Na boa. Vai ser ótimo – Disse o Batinho.
Por outro lado, a festa estava sendo aplaudida com música e dança. A noite reinou o céu e o tempo catalisou os momentos naquele convívio. As pessoas desalojaram o quintal, Batinho e Tino, também tratado por Tibox, juntos com o Dosversos, Putsom, Mussungo e o Marquitos saíram às vinte e três horas da noite em direcção a uma casa noturna. O lugar era chamado de Trinital, que ficava no bairro de São João, junto a ex-praça da Canata, e a uma hora de distância das suas moradias. Ali, era o encontro de todos os grupos dos diferentes bairros e todo o cuidado era pouco para Batinho e seus amigos. Evitar o álcool era ainda mais importante para impedir que alguém provocasse o outro. As pessoas dançavam, bebiam e fumavam naquele lugar. Havia muita gente fora quando, de repente, o inesperado aconteceu.
– Estás-me a encarar, porque seu mulato sujo. – Gritou um estranho.
– Eu? Estás doido? Maluco.
– Tu chamaste-me de quê?
– Maluco. É chamei-te de maluco, sim. Que parte do mundo em que olhar para alguém constitui crime?
– Eu vou chover-te de pancadas. – Disse o estranho.
– Quer encarar, venha! – Disse o Marquitos.
– Marquitos, meu, evita esse mambo, brother, sai dessa, avilo. – Disse o Batinho.
Porém, Tino olhando para a calamidade da situação, disse: “é o seguinte, pessoal, estamos aqui na banda alheia e se enchermos de pancadaria alguém, teremos de fugir e se não quisermos, temos de evitar brigas e eu, olha eu conheço esse tipo. É o Juzi, amigo do Caico, eles vivem na rua da malhação, lá onde vive o Morto. Eles são uma ameaça para todos os grupos aqui e por isso ninguém pode encará-los.
– Eu não tenho medo dele. – Disse o Marquitos.
E enquanto eles falavam, o Morto chegou e partiu uma ngala na cabeça de Marquitos e logo depois perguntou:
–És tu que queres encarar o meu amigo?
Marquitos levantou com a força de um tigre e, agarrou o tipo, suspendeu-o no ar e largou. A força de gravidade atraiu o corpo do tipo ao chão e naquele barulho louco e exagerado, ele pegou numa vara e o bateu, e bateu em todos os que estavam a aproximar-se. Ele ficou tão nervoso que ninguém o conseguiu deter. Quando eles viram que o tipo estava no chão, todos saíram, correndo sem olhar para atrás. E por causa disso o grupo obteve grande admiração e respeito por todos os outros grupos, pois chegou aos ouvidos de muita gente.
O grupo de Batinho correu e correu.
– Eles já não estão atrás de nós. – Disse o Mussungo. Mas quem provocou afinal de contas. – Perguntou o Putsom.
– Foi o Juzi. – Disse o Marquitos e com uma voz ofegante, acrescentou: “foi ele mesmo que me encontrou e reclamou o porquê que eu estava a olhar para ele. E nem sequer para ele eu estava a olhar. Estava é a olhar para a Jéssica, meu…. – Disse o Marquitos.
– Meu, amanhã é aula e eles vivem na rua da Malhação, no São José. Eu estudo no Dangereux e vocês que estudam na baixa estão tramados. Agora vamos bazar. – Disse o Dosversos.
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